Já
que insistimos em dar pitacos na segunda fase, não poderíamos
deixar de voltar aqui para os pitacos das finais de conferência,
ainda mais depois que Fabiano Pereira usou a sua coluna
da edição passada para defender nosso direito a "pitacar".
Graças a ele, temos novo ânimo para seguir em frente, com
nossas bolas de cristal embaçadas.
Ottawa Senators
(1.º) |
New Jersey Devils
(2.º) |
52-21-8-1 |
46-20-10-6 |
Confrontos na temporada:
Ottawa 3-1
Confrontos em séries de playoffs: Ottawa 1-0
Série mais recente: quartas-de-final de conferência
1998 (Ottawa 4-2) |
Alexandre Giesbrecht -- Se a história
já não vale nada para decidir uma série, aqui vale
menos ainda. No único confronto entre as duas equipes, os Sens
venceram, numa zebra histórica. Finalmente os Devils vão
encarar um time de verdade, que dará mais que cócegas
nos pés, com um sistema de jogo decente. Não será
fácil pôr para dormir os Sens, que contam com um ataque
variado (gols de 14 jogadores em 11 partidas) para tentar furar uma
defesa conhecida por sua eficiência. A vantagem dos Devils é
o duelo no gol: Martin Brodeur é infinitamente melhor que Patrick
Lalime. Mas o ataque canadense vai ser simplesmente demais, até
para ele. Ottawa 4-3
Bruno Bernardo -- Os dois times possuem bons elencos no 5-contra-5.
John Madden e Scott Stevens vêm fazendo uma linha matadora. A
equipe de desvantagem numérica dos Devils foi a primeira da liga,
e o goleiro Martin Brodeur é uma de suas maiores estrelas. Em compensação
a equipe de vantagem numérica do time de New Jersey foi a última
colocada na temporada regular e, para piorar a situação, a de desvantagem
numérica do Ottawa na pós-temporada vem com uma media de 90%
de aproveitamento. No gol dos Senators está Patrick Lalime. Ele vem
com uma boa campanha nos playoffs, mas ainda tem que provar sua força
contra Brodeur, que ja tem duas Stanley Cups e está acostumado à
pressão. Mas, apesar de tudo, acredito que os Sens vão vencer a série
em seis jogos. Considero os Devils um time melhor e mais preparado,
porém esta é a primeira vez que o time de Ottawa chega às
finais de conferência, isto após anos e anos de eliminações prematuras
de um time que sempre mostrou potencial. Fora isso, existe o problema
financeiro dos Senators: todos sabem que o time não anda muito bem no
que se refere a dinheiro, e uma vitória na Stanley Cup poderia
minimizar um pouco este problema e fazer uma grande pressão na liga.
Ottawa 4-2
Fabiano Pereira -- No raro confronto entre dois primeiros colocados
do Leste, um contraste muito grande se aproxima: o forte e jovem ataque
dos Senators contra a defesa física e experiente dos Devils. Scott Stevens
mais uma vez mostra ser um verdadeiro capitão e Brodeur, bem... Brodeur
está sendo ele mesmo. Lalime conseguiu superar Cechmanek (o que não
é difícil) e, mesmo encarando uma pedreira na forma dos Flyers, conseguiu
vencer bem. Vai ser uma final sensacional, uma batalha épica. Ottawa
4-3
Marco Aurelio Lopes -- O Ottawa vem de uma série difícil
contra os cansados Flyers e passou com louvor, apesar de alguns sustos.
Os Devils não deram sopa para o Lightning e em cinco jogos acabaram
com o time da Flórida, ganhando tempo extra para descansar seus
veteranos. Série que promete muito, reunindo o letal ataque dos
Senators (que mostrou dificuldades em alguns momentos contra os Flyers),
contra a armadilha e a forte linha de de defesa dos Devils, que contam
ainda com Brodeur em plena forma. Os Devils têm a experiência
de um elenco que pouco se altera e já sabe do que precisa para
levar a Stanley Cup; os Sens têm o desejo de chegar pela primeira
vez a uma final, mostrando que o trabalho de amadurecer com calma um
núcleo de jovens dá resultado. Desta vez, é possível
que o ímpeto dos Senators prevaleça, ainda mais que eles
sabem que têm a grande chance de apagar a fama de "tremer"
em finais. Ottawa 4-3
Marcelo Constantino -- Único indiscutível "time grande" remanescente,
os Devils são também o único time entre os quatro finalistas com experiência
recente em finais de Stanley Cup. Duelo da juventude e velocidade, agora
com uma boa e absolutamente necessária dose de força física dos canadenses
contra o tarimbado, eficiente e defensivo estilo dos Devils. Grande
duelo de goleiros entre o consagrado Martin Brodeur, que finalmente
vencerá pelo menos o Vezina deste ano, e o ascendente Patrick Lalime.
Não vai ser nada fácil, mas aposto nos ofensivos Senators superando
a armadilha da zona neutra sofisticada dos Devils.
Ottawa 4-2
Thomaz Alexandre -- Bastante descansados, ambos os times poderão
jogar seu máximo nesta série. Martin Brodeur deve estar
no topo de sua forma, mas, como os Senators têm tanta defesa quanto
têm ataque, o problema para os Devils será marcar gols.
Se contra Lightning e Bruins o New Jersey não impressionou no
ataque, contra o Ottawa deve ser insuficiente para pontuar mais que
o adversário. A defesa dos Devils é lenta, e os Sens possuem
Havlat, Hossa e Alfredsson espalhados por três linhas diferentes.
Os Devils estão, sim, nas finais, mas no hóquei a regra
mais básica ainda é a de que ganha quem marcar mais gols
que o adversário, mesmo que Brodeur e os comandados de Pat Burns
não deixem que sejam muitos a mais. Ottawa
4-3
Vantagem -- Ottawa
Minnesota Wild
(4.º) |
Anaheim Mighty
Ducks (7.º) |
42-29-10-1 |
40-27-9-6 |
Confrontos na temporada:
2-2 Confrontos em séries de playoffs:
Nunca se enfrentaram Série mais recente: Primeira
vez |
Alexandre Giesbrecht -- O Wild protagonizou
um feito histórico. Não, não foram as duas viradas
depois de estar perdendo por três jogos a um, mas, sim, o fato
de ser o time com o melhor ataque dos playoffs até aqui. Para
um time conhecido por ser defensivo, é um enorme feito. Já
os Ducks chegaram até aqui com oito vitórias sobre dois
dos melhores times na temporada regular, todas elas por um gol de diferença;
seis delas com gols no último chute do jogo incluindo
todas contra o Dallas. Giguere, claro, é melhor que Cloutier,
dos Canucks (que mais uma vez mostrou não agüentar a pressão),
mas, para quem bateu Roy na primeira fase, tudo parece ser possível.
Ao contrário dos meus colegas, vou de Wild. Minnesota
4-2
Bruno Bernardo -- Duas surpesas nesta final de conferência:
quem imaginaria que Ducks e Wild conseguiriam sobrar numa chave com
Dallas, Detroit e Colorado? Para este confronto, espero um duelo entre
as defesas. Giguere no gol do time de Anaheim vem com boas atuações;
do lado do Minnesota existe o sistema implantado por Jaques Lemaire,
conhecido pelas armadilhas da zona neutra, mas não se enganem,
porque nestes playoffs o Wild vem com o melhor ataque da liga, com 42
gols, e Marian Gaborik é o primeiro em pontos e em gols. A torcida
do time de Minneapolis é, sem dúvida, uma das mais fiéis
da liga, afinal, depois de uma década sem um time na NHL, eles
querem mais é assistir a uma boa dose de hóquei. Acredito numa
vitória do Minessota em seis jogos, talvez sete. Minnesota
4-2
Fabiano Pereira -- Ah, o que fazer agora? Em todas as séries
que esses times jogaram eu apostei contra. Em quem apostar agora, já
que não posso mais seguir esta regra? Olha, apesar das explosões ofensivas
do Wild contra os Canucks, eu duvido e muito de uma série com gols.
Veremos placares baixíssimos, prorrogações, três goleiros inspiradíssimos,
jovens atacantes e veteranos que aparecem nos momentos certos. Mas aposto
nos Ducks. Eles têm Giguere. Anaheim 4-3
Marco Aurelio Lopes -- Depois de despachar os dois melhores ranqueados
no Oeste, não há mais dúvidas da capacidade dos
Mighty Ducks, que têm nestas finais de confrência a primeira
(e quem sabe se haverá uma segunda) chance de chegar à
final da Stanley Cup. Enfrentam um adversário cansado no Minnesota
Wild, que conseguiu um feito tão incrível quanto o de
seu rival: reverter duas desvantagens de 3-1 em séries onde,
ainda por cima, teve de disputar o jogo 7 fora de casa. Giguere, fenomenal
segurando tudo lá atrás, agora terá que se deparar
com o veloz Wild, liderado no gelo pelo dínamo Marian Gaborik
e no banco pelo mestre Jacques Lemaire, que novamente mostrou todo seu
brilhantismo ao fazer com que seus comandados executassem à perfeição
seu esquema defensivo. Mas será que, contra um time igualmente
veloz, somente defender servirá ao Wild? Kariya e seus "auxiliares"
Sykora, LeClerc, Chistov etc. têm tudo para provar que não.
E, além disso, um time que despacha Wings e Stars merece ser
finalmente favorito em uma série. Anaheim
4-2
Marcelo Constantino -- Numa conferência em que Detroit, Colorado
e Dallas detêm a supremacia há dez anos, esta é possivelmente
a mais surpreendente final já vista nos tempos recentes. Quem imaginaria
que, ao invés dos três grandes, não estaria aqui ao menos um St. Louis
ou um Vancouver? Nada, são dois times cuja idade na NHL os impossibilita
conhecer o que é uma final no Oeste sem um daqueles três grandes
times. Jacques Lemaire e o esquema da armadilha da zona neutra fazem
história nestes playoffs de 2003, mas isso definitivamente não é saudável
ao bom hóquei. O Wild desandou a marcar muitos gols ultimamente, mas
há uma distância transatlântica entre aquele Dan Cloutier e este Jean-Sébatien
Giguere. Dos Mighty Ducks muito já se falou e muito já se apostou contra.
Chega disso: eles já provaram que não são mais os azarões. Anaheim
4-3
Thomaz Alexandre -- A série de palpite mais difícil
dos playoffs. Ambos os times viveram até agora da posição
de zebras, surpreendendo quem se achava capaz de batê-los. Mas
agora não há um que seja mais zebra que outro. Será
vantagem tentar tomar as rédeas dos jogos? Ou veremos os dois
times se esperando mutuamente por, no mínimo, 60 minutos, sem
que nada aconteça? Seria justo apostar nos Ducks pela fase de
Giguere, mas também não seria nada mau acreditar na experiência
de Jacques Lemaire contra o bom, mas ainda jovem treinador Mike Babcock.
Ao olhar para esta série, o único palpite sensato que
me vem à mente é "Sonho acordado bate Thomaz Alexandre
em 4 jogos", mas, como Ducks x Wild é mesmo a final do Oeste,
vamos na moedinha. Anaheim 4-3
Vantagem -- Anaheim. Pelos nossos
pitacos, o Wild é a zebra
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ACERTAREMOS DE NOVO? Magnus
Arvedson (20) comemora com Mike Fisher o gol marcado pelo segundo
no jogo que liqüidou a série contra os Flyers (Tim Shaffer/Reuters
- 05/05/2003) |
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