Por Daniel Rocha

Sinceramente, uma nova temporada começa, mas a minha opinião sobre a Divisão Sudeste segue sendo de que esta será a divisão mais fraca da liga. A distância diminuiu e times como os Hurricanes de duas temporadas atrás e os Bolts nessa última mostraram que podem até dar trabalho. Mas ainda há muito o que percorrer para chegar aos melhores da conferência, quanto mais da liga. Particularmente, eu espero novamente apenas dois classificados desta divisão. O campeão dela, obviamente, e um 7º ou 8º colocado. Vamos aos times:

Atlanta Thrashers -- Esse time seria um dos meus favoritos a levar a divisão. Não que seja o time mais completo, mas a dupla dinâmica Heatley - Kovalchuk enchem os olhos de qualquer um. Mas eis que um incidente de última hora muda tudo, deixando Hartley frente a um elenco capenga não só do craque Heatley, como também do xará Dan Snyder, sólido asa de 4ª linha.

Desse jeito, resta trabalhar com o que tem, e não é muito. Tirando Kovalchuk, que deve liderar o time em pontos, Savard e McEachern devem ser os grandes contribuidores ofensivos. Kamil Pyros fica como esperança para contribuir, e todos terão a responsabilidade de cobrir a ausência de Heatley.

Defensivamente, Majesky chega para contribuir em uma defesa que ao menos tamanho tem. Sutton, Kaberle, e Tremblay devem formar os quatroa principais defensores. No gol, espero que Nurminen se torne um grande goleiro para podermos finalmente ver os Thrashers na pós-temporada, pois confiar em Dafoe é tarefa das mais difíceis.

Carolina Hurricanes -- Antes de mais nada, o objetivo deles é superar a temporada mais bizarra da equipe desde sua transferência de Hartford. A temporada passada, além de apagar a grande campanha do ano anterior, serviu para ferir o prestígio de Maurice como treinador. Esta pode ser a sua última temporada em Carolina caso os resultados não apareçam.

Ofensivamente o time deve se recuperar da última posição ocupada na temporada passada. Se Brind'Amour, Cole, Vasicek, Svoboda, Francis (agora com incríveis 41 anos) e Kapanen se mantiverem saudáveis, o time deve melhorar, e muito. Maurice ainda conta com o sempre goleador O'Neil e a surpresa Eric Stall, de apenas 18 anos, considerado por muitos como o melhor na pré-temporada em Carolina.

Na defesa, a simples volta de Wesley após uma rápida passagem por Toronto já será uma excelente ajuda, mas a chegada de Danny Markov deve ajudar muito a defesa. Segundo defensor dos Coyotes na última temporada (atrás apenas do capitão Numminen), Markov é altamente capaz defendendo e ainda consegue contribuir ofensivamente quando tem espaço, podendo ajudar especialmente nas unidades de vantagem numérica. Contando ainda com Hedican, Hill, Ward e Boughner, a defesa pouco muda em relação a que se aproximou do título duas temporadas atrás.

O problema será debaixo da trave. Acostumado com o sempre sólido Irbe, o time contará somente com o instável Weekes, além de dois outros cones como reservas. Suas atuações deverão determinar o destino da equipe.

Florida Panthers -- A juventude seguirá comandando o elenco, com Keenan tentando domar as feras. Não são poucos os talentos jovens na equipe, como Weiss e Bouwmeester, mas confiar o elenco a promessas pode ser o início de uma longa e sofrível temporada.

Começando pelo ataque, o jeito será rezar por uma nova temporada sensacional de Jokinen. Após anos sofríveis em Long Island, Ollie parece ter se encontrado sob o sistema aguerrido de Mike Keenan e, junto a Kozlov e Huselius, compôs uma linha ameaçadora, a única capaz de marcar no time. Valeri Bure está de volta e Hoglund, que teve seus melhores anos ao lado de Sundin nos Leafs, pode contribuir ofensivamente se recuperar seu faro por gols. Parece, e é, pouco.

A defesa parece ser o ponto forte da equipe, como desejava o treinador. As contratações de Van Ryn e Odelein apenas somam às promessas Bouwmeester e Mezei para compor os principais pares. Atrás dos quatro, o time conta ainda com Messier, Biron, Lilja e Trnka, evitando um problema mais sério em caso de contusões. No gol, os deveres seguem nas mãos de Luongo que, à medida que o tempo passa, mostra mais maturidade e capacidade. A perda de Hurme e Mason no Recrutamento da desistência só aumenta a responsabilidade, e provavelmente o número de jogos também, de Luongo.

Tampa Bay Lightning -- Os Bolts, vindos de uma temporada que foi, de longe, a melhor da história da franquia, evitarão ao máximo cair no mesmo truque dos Canes. Mas as primeiras indicações levavam ao caminho errado, quando negociaram Prospal para a Costa Oeste.

Entretanto, depois desse erro, o gerente já mostrou que pretende manter o nível em suas linhas principais, trazendo Stillman, sólido pontuador no time dos Blues. Stillman deverá ter a companhia do revitalizado Lecavalier, que finalmente vem correspondendo às expectativas, e do pequenino, mas sempre perigoso, Martin St. Louis.

A diferença desse time para os outros da divisão é que a profundidade ofensiva não acaba aí. Temos ainda Brad Richards, Fedotenko e Modin, que podem se misturar aos três da linha principal, ou compor uma segunda linha ofensiva. Depois deles, temos ainda o experiente Andreychuk, ainda capaz de causar estragos em uma unidade de vantagem numérica, além dos prospectos russos Alexeev e Svitov, e a outrora promessa Shane Willis.

A defesa, tão jovem quanto o ataque, segue comandada ofensivamente por Boyle, mas contando com um talentoso grupo capaz de parar os ataques adversários. Os outrora criticados Kubina e Sarich amadureceram e tomaram seus lugares no time principal. Cullimore e Lukowich completam a defesa, somando-se a eles o bom Laukanen.

O gol segue comandado pelo firme Khabibulin, que agora tem a companhia da revelação da pós-temporada passada, John Grahame. Com ambos, o time deve ser capaz de ao menos repetir sua passagem aos playoffs, mas é difícil almejar algo muito maior do que isso.

Washington Capitals -- Este é um time certamente decadente. Após figurar nas finais de 1998, os Capitals pouco fizeram para merecer o respeito do restante da liga, a não ser vencer a enfraquecida divisão Sudeste e ser eliminado seqüencialmente pelos Penguins, isso para não falar da virada sofrida frente aos Bolts na última temporada. É muito pouco.

Para piorar um pouco, o elenco parece cada dia menos capaz ofensivamente. Resta lá o constante goleador Bondra e a sombra do que já foi Jaromir Jagr. Atrás deles, sobra Nylander (melhor central da equipe, que perderá por volta de dois meses de temporada devido a uma perna quebrada), Zubrus, e outra sombra de jogador: Robert Lang.

Já não bastasse isso, a perda na defesa de Klee e Johansson devem piorar ainda mais a já pobre defesa dos Caps. Gonchar segue sendo o modelo de defensor, especialmente na zona ofensiva. Somando a ele Witt, Gruden, Doig e Kwiatkowski. Juntando todos, não dá uma perna do Gonchar.

No gol, Kolzig deve continuar sendo o homem-base, porém os rumores da vinda de CuJo podem mudar o panorama na capital norte-americana. Enquanto isso não se conclui, o máximo que se pode esperar de Charpentier e Ouellet são alguns poucos jogos, provavelmente contra elencos mais enfraquecidos. Infelizmente para os torcedores desse time, poucos são os times mais enfraquecidos que os Capitals.