Por
Daniel Rocha
Foi por pouco, muito pouco. Mas os Senators puderam, no jogo
de sábado frente ao Detroit Red Wings, anunciar sua maior contratação
da temporada: a assinatura de um novo contrato com Martin Havlat. Esta
matéria mostra apenas um breve histórico da novela Havlat - Sens.
Inicialmente, Allan Walsh, procurador do jogador, pediu um contrato
de dois anos pelo valor total de US$ 4,65 milhões, algo próximo
ao recebido por Brad Richards em Tampa e Simon Gagne na Philadelphia.
Os Senators foram radicais e mantiveram sua oferta de US$ 1,2 milhão
por ano mais bonificações baseadas em seu rendimento. Havlat então preferiu
se manter em casa durante os treinos da pré-temporada, disputando jogos
pela equipe da sua cidade na Liga de Elite da República Tcheca, pelo
valor de US$ 10 mil por jogo.
Vendo que os Sens negavam-se a melhorar a proposta, e que poderia perder
a temporada da NHL, Havlat foi para a América do Norte tentando negociar
pessoalmente com a equipe. Diminuiu a proposta para US$ 1,9 milhão
por ano, mas Muckler manteve sua oferta e estabeleceu um prazo limite
para Havlat assinar com a equipe. O prazo venceu na sexta-Feira, dia
10. Havlat, já de vôo agendado para voltar para sua cidade natal, afirmou
estar desapontado com as estratégias de negociação da direção da equipe
de Ottawa.
Em uma última cartada, Muckler fez a oferta de US$ 1,6 milhão
mais bonificações, imediatamente aceita por Havlat. Assim, evitou-se
que um dos melhores jovens talentos da NHL ficasse fora da liga por
uma temporada inteira.
Apesar dos Senators terem cedido mais do que previam, claramente a equipe
saiu vencedora nessa briga. Além de contar com o talento de Havlat,
a franquia não terá que pagar nenhum valor absurdo para isso. Além disso,
se os Senators são bons sem Havlat, com ele estão entre as três melhores
equipes (opinião particular, é claro) da liga, ao lado de Red Wings
e Avalanche.
A vitória dos Sens automaticamente torna a NHL vitoriosa na situação
também, já que mostra que as equipes poderiam fazer pressão sobre seus
jogadores para assinarem contratos mais justos, ao contrário dos absurdos
cometidos liga afora. Além disso, os Sens deram uma aula às equipes
de Philadelphia e Tampa Bay, ao pagar a Havlat pelo que ele tem feito,
não pelo seu potencial. Aliás, essa história de assinar por potencial
nunca deu certo em Ottawa, vide Alexander Daigle e seu gordo contrato
de calouro de US$ 12,5 milhões por cinco temporadas.
Face às negociações que ocorrerão a partir de julho do ano que vem,
é importante que haja um equilíbrio entre a associação dos jogadores
e a liga para evitar uma greve, ou pelo menos para reduzir o período
previsto de sua duração. Se a liga claramente tem perdido
a guerra, permitindo a assinatura de contratos estratosféricos, ao menos
uma batalha foi vencida.
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Daniel Rocha espera que a greve não dure mais
do que três meses, apesar de achar que a temporada 2004-05
já era...
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