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17 de janeiro de 2003
Pagando para treinar

Por Alexandre Giesbrecht

Essa aqui é novidade até para o nosso complicado futebol brasileiro. Aconteceu na Central Hockey League, uma liga menor nos Estados Unidos.

Os jogadores do El Paso Buzzards tiveram de pagar US$ 5 cada um na última terça-feira para poder treinar no County Coliseum, estádio onde mandam seus jogos. Um dia antes, a Côrte de Comissários do condado de El Paso proibiu o time de continuar usando o estádio para jogos ou treinos até que fossem pagos os US$ 22,5 mil de aluguéis atrasados.

É, o ano não começou muito bem para o time desta cidade do Texas, próxima à fronteira com o México. Desde 31 de dezembro, o time já atrasou o mês de salários, demitiu empregados e perdeu seu contrato de rádio. Os salários teriam sido pagos pela liga — não pelo time — com uma semana de atraso, mas ninguém confirma essa informação. E agora não pode mais sequer entrar em seu estádio sem ter de pagar.

De acordo com o diretor do Coliseum, Brian Kennedy, "se um jogador quiser patinar em uma sessão de patinação pública e quiser pagar os US$ 5, ele pode patinar". Mas o comissário do condado, Dan Haggerty, disse que não sabia de nenhum treino pago dos Buzzards. A decisão unânime da Côrte foi a de banir os Buzzards do estádio até o dono do time, Bill Davidson, pagar o que deve. Para Haggerty, o condado não está dificultando a vida do seu time de hóquei; está simplesmente cuidando do dinheiro dos pagadores de impostos.

Os Buzzards têm de pagar um aluguel de US$ 1,5 mil a cada jogo em casa. Davidson não paga o aluguel desde 10 de novembro, o sexto jogo do time na temporada. Haggerty diz que está na hora de reforçar os termos do contrato: "O contrato diz que você paga no dia útil seguinte. Não podemos deixar o time atrasar assim. O que podemos fazer? Esperar eles chegarem até os US$ 50 mil? Não estamos tentando expulsar os Buzzards. Não sei se a moda do hóquei já acabou, mas os públicos têm sido ínfimos".

Durante o treino "clandestino", os jogadores conseguiram trabalhar alguns fundamentos no gelo. Era uma sessão pública de hóquei masculino, das dez da manhã ao meio-dia. O County Coliseum tem sessões diárias abertas de vários esportes, sendo que um deles é o hóquei. Felizmente para Davidson e o time, os últimos três jogos foram fora de casa. O próximo jogo em casa seria no dia 17, contra o Odessa Jackalopes. Mas nem durante a viagem há tanta trégua desta situação: até o ônibus que levou o time para sua excursão foi pago pela CHL, embora a liga também não confirme a informação.

De um jeito ou de outro, El Paso vai continuar com seu time de hóquei, ao menos de acordo com o presidente da CHL, Brad Treliving. "Ainda precisamos ver como vamos lidar com as questões mais delicadas", disse Treliving. "Estamos trabalhando diariamente para ver se conseguimos resolver isso o mais rápido possível".

Davidson, que esperava que a Côrte fosse deduzir o dinheiro que ele diz que lhe é devido referente a estacionamento de venda de cerveja, não deu declarações. Ainda bem. Vai que um Ricardo Teixeira ou Eurico Miranda fica sabendo disso e resolve pedir dicas...

Alexandre Giesbrecht, publicitário, no exato instante da publicação desta matéria deve estar sentado à praia.
 
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Página publicada em 15 de janeiro de 2003.