Por: Thiago Leal

Eu comecei essa série final acreditando no bi-campeonato do Detroit Red Wings. Agora, sem querer ser oportunista, mas já sendo, mudo completamente de opinião e aposto no Pittsburgh campeão. Sei que depois de quatro jogos é fácil formar uma nova opinião. Mas o que me impressionou nos jogos 1 e 2 e mais ainda agora após os jogos 3 e 4 é a concisão do time do Pittsburgh. Até esta série final, eu tinha a opinião inversa e acreditava que o Detroit tinha mais coletividade. Mas vendo o bando de operários que compõem o elenco do Pittsburgh trabalhando em função de Evgeni Malkin e Sidney Crosby, acabei invertendo minha maneira de ver as coisas.

O menino-prodígio russo foi impressionante nesta quarta partida. Ele foi mais que seu gol, o primeiro do jogo, e sua assistência para o gol-vencedor de Sidney "Menino" Crosby. Malkin foi um jogador completo, liderando o time, atacando e, principalmente, apoiando a defesa. Vou bater novamente numa tecla que venho insistindo em toda minha cobertura destas finais: para mim, agora, Malkin já garantiu seu Troféu Conn Smythe. Por mais que Marc-André Fleury tenha feito 37 defesas, não concordo que ele tenha sido escolhido a estrela do jogo. Tampouco com Crosby como segunda estrela. Pra mim o grande destaque do jogo foi Malkin. Só depois que viriam Fleury e Crosby.

Mas, sim, "Menino" também brilhou. Assim como Jordan Staal. Diferentemente das partidas anteriores, o jogo 4, foi bastante concentrado nos principais atacantes dos Penguins. Bill Guerin e Ruslan Fedotenko, embora não tenham pontuado, também tiveram grandes atuações.

Claro que os Wings ofereceram resistência. Darren Helm, autor do gol de empate dos Wings, fez sua melhor partida na série, enquanto Johan Franzen e Marián Hossa continuaram atuando bem como sempre e sendo os melhores jogadores do time na pós-temporada. Acontece que desta vez foi insuficiente — e pelo modo que os Penguins vêm jogando, me atrevo a dizer que continuará sendo insuficiente.

O Pittsburgh me lembra em muito o Anaheim Ducks na série contra o San Jose Sharks. Menos nos dois primeiros jogos, mas ali já havia uma pista de que o time da cidade do aço estava em evolução. E continua evoluindo. Maxime Talbot e Kristopher Letang têm participação vital nesse processo, assim como Matt Cooke e, mais uma vez, Chris Kunitz. É aquele momento onde os jogadores menos habilidosos começam a aparecer de maneira decisiva, o que contribui em muito para uma campanha vitoriosa. Alguém aí lembrou do Tampa Bay Lightning ou Carolina Hurricanes?

Ao meu ver, se quiser vencer a série, que está novamente zerada, os Wings devem anular completamente Kunitz, que é o coração deste time desde sua chegada, pouco antes do dia-limite. Mas o trabalho também passa por "quebrar" (no bom sentido) Talbot, Cooke, Letang e Brooks Orpik. É trabalho para Helm, Franzen, Daniel Cleary e, principalmente, Brian Rafalski. A questão é que se esses caras de vermelho agora citados viessem trabalhando como os Penguins têm trabalhado, talvez o Detroit ainda estivesse na liderança.

Não sei se é correto falar assim, parece até comentário leigo, mas os Penguins demonstram ter mais foco e concentração no jogo que os Wings. Isso acaba pesando. Tanto nos dois primeiros jogos, quando o Detroit não foi tão superior quanto se esperava, quando agora, na primeira vinda a Pittsburgh, quando a superioridade dos Penguins foi bem maior do que, pelo menos eu, esperava.

E não vou nem entrar nos méritos de arbitragem.

Desde 2004 não temos uma série final tão parelha — essa, bem menos que aquela, mas mesmo assim bastante parelha. E acredito que agora os Penguins vão virá-lo.

Thiago Leal não ama menos a natureza, mas ama mais o concreto.

Michael Heiman/Getty Images
Lá vem a cavalaria: Penguins no rumo da virada?
(04/06/2009)

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Página publicada em 05 de junho de 2009.