E então chegamos às finais da Copa Stanley, com Vancouver Canucks e Boston Bruins, os dois melhores times da liga, disputando o troféu mais bonito do mundo. Parece óbvio afirmar isso agora, quando só restaram os dois, mas os finalistas têm, de fato, os melhores elencos de suas respectivas conferências, e fizeram campanhas neste e nos últimos anos que corroboram com a afirmação.

Com 117 pontos e 54 vitórias, o Vancouver fez a melhor campanha da temporada regular e conquistou o Troféu dos Presidentes. Também teve o melhor ataque (262 gols), a melhor defesa (185 gols), o melhor aproveitamento em vantagem numérica (24,3%) e o melhor jogadora da temporada (Daniel Sedin, com 41 gols e 104 pontos). É uma compilação de melhores que impulsionou a equipe a sua primeira final desde 1994.

Nos últimos anos, os Canucks sempre estiveram entre os protagonistas, com chances reais de conquistar a Copa, mas por duas vezes seguidas a equipe tropeçou no Chicago Blackhawks na segunda fase. Desta vez, a campanha proporcionou a revanche contra o algoz, com a vitória em 7 jogos na primeira fase — e que quase marcou o maior dos colapsos, porque a equipe perdeu s jogos 4, 5 e 6 e permitiu o empate na série —, o surpreendentemente duro triunfo contra o Nashville Predators em 6 jogos e, enfim, a classificação para as finais em 5 jogos no "duelo dos amarelões" contra o San Jose Sharks.

Os Canucks nunca venceram a Copa Stanley em seus 40 anos de história, mas justamente quando completam sua quarta década de vida a festa pode ter como convidado especial o Santo Graal do hóquei.

O Boston não liderou a Conferência Leste, mas seus 103 pontos e 46 vitórias deram à equipe a terceira colocação. Foi o ano de Tim Thomas, goleiro que estabeleceu o recorde de percentual de defesas (93,8%) na história da NHL. Um pouco por isso, mas também pela excelência defensiva e pelo número de gols marcados em 5-contra-5 (1,4 para cada gol sofrido, melhor marca da liga), a equipe registrou o maior saldo de +/- da temporada, com 284. E assim este time chegou às finais pela primeira vez desde 1990.

Disputar a Copa Stanley neste ano é a resposta para o colapso do ano passado, quando os Bruins entraram para a história de forma negativa ao se tornar o terceiro time a perder uma série depois de vencer os três primeiros jogos. No caminho para as finais a vingança contra o Philadelphia Flyers, na série vencida em 4 jogos na segunda fase. Antes, vitória em 7 jogos contra o maior rival, o Montreal Canadiens. Depois, vitória em 7 jogos contra o surpreendente Tampa Bay Lightning. As três últimas eliminações dos Bruins nos playoffs foram em jogos 7, mas desta vez o "jogo derradeiro" foi marcado por vitórias.

A lista de jogos do dia 26 de fevereiro de 2011 é a mais procurada desde a noite de sexta-feira, após a definição da final da Copa Stanley. Foi naquele dia que Vancouver e Boston disputaram o único jogo entre as equipes nesta temporada. Mesmo jogando fora de casa, os Bruins venceram por 3-1, com gols de Nathan Horton, Milan Lucic e Patrice Bergeron. O gol dos Canucks foi marcado por Manny Malhotra, que estava descartado pelo restante da temporada em virtude de uma grave contusão no olho, mas que pode voltar a jogar justamente nestas finais.

Quem assistiu ao jogo conta que foi um dos melhores da temporada regular. Não é difícil concordar, assim como não é difícil imaginar que será uma final de grandes jogos olhando para os times. O nível de talento é impressionante, com ligeira vantagem para os Canucks na defesa, empate entre os goleiros e ligeira vantagem para os Bruins no ataque.

Entre o dia 8 de junho, data do jogo 4, e o dia 15 de junho, data do jogo 7, um dos maiores jejuns de título da história da NHL será encerrado: serão os 40 anos dos Canucks ou os 39 anos dos Bruins.

Humberto Fernandes vai assistir a todos os jogos na ESPN.

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• Um olhar do Canadá
• Canucks em 5
• Pílulas das finais de conferência
• A final dos melhores
• O San Jose é o novo Ottawa?
• Finais da Copa Stanley
• Simulador da EA Sports: festa em Vancouver
• NHL em Seattle