Com uma dezena ou uma dúzia de jogos disputados na temporada, já temos alguns quadros interessantes pintando aqui e ali na NHL, o suficiente para algumas tacadas diversas.

Os favoritos
A maioria dos analistas apontou o Buffalo Sabres e o Anaheim Ducks como os favoritos da temporada, e ambos estão correspondendo plenamente, cada um liderando sua conferência. Nenhum dos dois perdeu no tempo normal até aqui.

Os lixos
Philadelphia Flyers e Phoenix Coyotes brigam entre si para ver quem é pior, quem leva mais goleada, quem fica com a lanterna geral da liga. O Phoenix leva "vantagem" por ter um elenco pior, por ter um invendável Curtis Joseph incrivelmente ruim no gol e por não ter um Peter Forsberg na linha. Por outro lado, os Coytoes não possuem dois cones invendáveis na defesa, chamados Derian Hatcher e Mike Rathje. Para surpresa geral, e certo alívio da rotina, os dois times venceram — e bem — as últimas partidas antes desta matéria ser escrita.

Os jovens
Depois de uma temporada sensacional de calouros, com Alexander Ovechkin e Sidney Crosby na casa dos 100 pontos, nesta provavelmente teremos Evgeni Malkin no mesmo patamar. Chegar à centena de pontos andava sendo difícil até mesmo para os atacantes dominantes da liga, mas a qualidade elevada dos novatos aliada às novas regras vem gerando esse resultado.

Estrelas que brilham novamente
E lá está o Dallas Stars novamente brilhando calma e silenciosamente no começo da temporada, com Mike Modano liderando. O problema é saber se Marty Turco — que também faz um ótimo começo — não vai amarelar novamente nos playoffs.

Parece que não aprende
O Columbus Blue Jackets começa mais uma temporada da mesma forma que começou e terminou as anteriores: nos últimos lugares.

Um MVP na rifa
Consta que o Tampa Bay Lightning anda rifando Martin St Louis pela liga. E o pior é que não há interessados no salário pesado dele, diante da incrível queda de produção desde a conquista da Copa. Justo ele que, pelo tamanho e pela velocidade, tinha tudo para estourar ainda mais na nova NHL.

Finalmente?
Depois de algumas temporadas no "quase lá", o Atlanta Thrashers parece que finalmente vai se classificar para os playoffs. Ilya Kovalchuk na frente e Kari Lehtonen atrás fazem a festa e nem mesmo a eterna ausência de um defensor de calibre mais pesado está contando negativamente, ao menos até aqui — quando chegar o dia-limite de trocas isso pode e deve ser resolvido.

Luongo ou Bertuzzi?
Até o momento o Vancouver melhorou mais que o Florida, mas isso já era algo esperado. O time canadense há anos precisa de um goleiro que segure as pontas, e Roberto Luongo é muito mais que somente isso. Os Panthers são um time em progresso, com um bom elenco jovem, onde Todd Bertuzzi vai bem.

Aebischer ou Théodore?
Aebischer, sem dúvida alguma, mais eficiente e mais barato. Na época da troca os Avs sabiam que era um risco. No momento os Avs sentem na pele. Por enquanto os Habs agradecem.

Os Blackhawks e o destino
Eles começaram surpreendentemente bem, com um sensacional Martin Havlat praticamente carregando o time. Depois de 13 pontos em 7 jogos, eis que o craque do time se machuca. Resultado: o Chicago despencou na tabela. A volta dele está prevista para daqui a duas semanas.

"Ah, se eu pudesse..."
...mandar para a forca a gerência que negociou uma estrela como Joe Thornton e deixou o time uma porcaria de dar dó [Boston Buins].
...encontrar alguém que assuma o peso Sergei Fedorov [Columbus Blue Jackets].
...encontrar alguém que apenas queira Curtis Joseph [Phoenix Coyotes]
...ter de volta Chris Drury [Colorado Avalanche]

Anéis da Copa Stanley à venda
É o que o grande Darren McCarty está fazendo para tentar pagar o enorme rombo de suas contas pessoais. São três anéis, de valor simbólico inestimável, tanto para ele como para os torcedores do Detroit Red Wings. É como você colocar à venda aquela sua medalha, que você conquistou com tanto esforço e que você guarda como relíquia de sua vida. Tenho pesadelos imaginando um ogro de sobrenome Lemieux e inicial C adquirindo os anéis.

As disputas de pênaltis
Tem dia que eu abro uma página com os placares dos jogos do dia anterior e me deparo com um bom número deles decidido na disputa de pênaltis. Interessante isso, porque é algo que não me agrada, e que não agrada a uma boa parcela de antigos torcedores. Mas está longe de ser consenso, já que é grande sucesso na liga. Porém, há um consenso: nunca nos playoffs. Amém.

Marcelo Constantino recomenda “Caminho para Guantanamo”, sobre o mais famoso campo de concentração e tortura de hoje em dia.