Quem tem Rod Brind'Amour no seu time de fantasy deve estar sorrindo à toa nesses dias. Imagine então quem o tem no seu time. Pois é, o Carolina Hurricanes segue calcado na atuação de seu capitão e líder.

Muita gente acreditava que o Grande Rod não teria mais tanto gás para repetir a excelente temporada passada. Eu mesmo, que adoro o estilo raçudo e guerreiro dele, acreditava nisso. Aliás, não foi a primeira vez que eu acreditei que era o começo da curva descendente na carreira dele. Mas dessa vez..., sabe como é, são 36 anos nas costas, 18 temporadas, num ano logo após a conquista de um título — título esse conquistado depois de duas finais perdidas —, um Troféu Selke, a marca de mil pontos na carreira prestes a ser batida, etc. Só faltou mesmo o Conn Smythe. Tudo isso realmente parecia indicar que ao menos haveria uma, digamos, refrescada na carreira dele. Eu acreditei. E me estrepei.

Brind'Amour de fato começou mal a temporada. Mas isso foi somente nos primeiros dias, nas primeiras semanas, quando tanto ele como todo o Carolina Hurricanes começaram mal. Tanto que mereceram capa da TheSlot.com.br.

Depois veio a volta por cima e a escalada dos Canes à liderança da Divisão Sudeste, atualmente em disputa com o extremamente ofensivo Atlanta Thrashers. E lá estava ele, Brind'Amour, liderando e carregando o time ladeira acima. Não que o elenco dos Canes se resuma a ele, muito longe disso. É um ótimo elenco, mas com um guia à frente. O melhor dos guias em atividade.

Eric Staal segue progredindo, mas ainda não parece ter a força necessária para carregar o peso o principal jogador do time. Erik Cole voltou, e voltou bem, como de hábito. Ray Whitney parece ter reencontrado seus melhores dias. Scott Walker foi realmente uma bela adição ao time. Mas a referência, quem lidera mesmo o Carolina é Rod Brind'Amour, o capitão, aos 36 anos de idade. Atualmente ele é o vice-líder da NHL em pontos e é um dos líderes em gols da vitória (4). Até a terça-feira, quando o time perdeu de 4-0 para os Rangers, Brind'Amour vinha pontuando em oito jogos seguidos, com seis gols e sete assistências. Jogando uma média de quase 24 minutos por partida, é o segundo atacante que mais tempo fica no gelo na NHL (o primeiro, quando do fechamento desta matéria, era Martin St. Louis).

Geralmente o técnico Peter Laviolette coloca o capitão no gelo em momentos-chave do jogo. Quando é necessário vencer aquele face-off decisivo, quando é necessário marcar o gol de empate, quando é necessário segurar a vitória, quando é necessário marcar mais um gol para aliviar a pressão, em times especiais, etc. Quando o jogo está garantido, o tempo de jogo de Rod diminui, há mais espaço para rolar as linhas de baixo.

Laviolette sabe que tem no time o jogador com o maior espírito de liderança da NHL atualmente e sabe ainda que esse mesmo jogador que tanto pontua é também o melhor atacante com características defensivas da liga. Como não colocá-lo no gelo sempre que necessário? Use e abuse.

"A forma como ele jogou nos últimos playoffs, nos carregando para cima, é o que grandes líderes fazem e é isso que você está vendo esse ano", diz o técnico.

Depois da campanha vitoriosa que esta coluna lançou os últimos playoffs — "Uma Copa para Rod Brind'Amour" — é um prazer vê-lo mantendo o alto nível. Que vença outra!

Marcelo Constantino adora o horário de verão.