Por: Thiago Leal

Johan Franzen estava de volta e a "Seleção Sueca" vestida de vermelho poderia atuar de forma completa contra os Penguins. Em mais uma grande atuação do Detroit Red Wings para uma Joe Louis Arena lotada, os suecos, novamente, chamaram a atenção. Johan Franzen teve uma assistência enquanto Henrik Zetterberg (assistência) e Tomas Holmström foram os responsáveis pelo segundo gol dos Wings no jogo. Mas o curioso é que desta vez a cena foi roubada por um histórico rival dos suecos: um finlandês. Valtteri Filppula teve uma atuação digna de uma "mula" — apelido pelo qual é conhecido seu colega Franzen.

Mas o que este animal de carga nos mostrou no jogo 2? Filppula teve participação determinante para a vitória dos Wings em mais um shutout que praticamente sela o favoritismo do Detroit na Copa Stanley. E não foi só pelos pontos que marcou, mas por todo seu dedicado esforço em prol do time que defende nos 15 minutos que esteve patinando no rinque da Joe Louis. Bom... chega de falatório e vamos aos feitos do "Flip".

Os pontos
Filppula conduziu o disco com facilidade entre as linhas azuis e o protegeu bem da defesa de Pittsburgh. Bem marcado e na impossibilidade de seguir ao gol ou tentar um chute que certamente seria bloqueado, Flip optou por passá-lo de lado. Da borda esquerda do rinque, assistiu Brad Stuart, que com um belo tiro de longa distância abriu o placar do jogo — o que viria a ser também o gol vencedor da noite. Eram 6:55 de jogo, os Wings deram o segundo passo à frente dos Penguins rumo à conquista da Copa Stanley.

Em seu gol, Flip realizou um movimento clássico. Ao receber assistência de Franzen, progrediu rumo à área de Marc-André Fleury. Foi marcado por Gonchar, mas, como não tinha desta vez dois marcadores na sua cola, progrediu. Já próximo à área, Gonchar apertou na marcação. Para evitar o tranco ou o desarme, Filppula saltou e chutou. Marcou o terceiro gol dos Wings e deu um leve salto — nada que se compare a Bobby Orr, mas vamos guardar as devidas proporções... uma belíssima noite do finlandês que encerrou a participação com dois pontos. Gol marcado a 8:18 do terceiro período.

Trabalho sujo — Flip e os face offs
Os feitos de Flip no jogo 2 não se resume a uma assistência e a um gol, o que, por si só, seria bom demais para uma noite decisiva de Copa Stanley. O finlandês disputou face off aos 34 segundos de jogo na zona de ataque, contra Evgeni Malkin. Venceu e deixou Geno no vácuo. Aos 11:18 Filppula venceu Malkin em novo face off, desta vez na zona neutra. Aos 15:21 do segundo período, venceu face off na zona neutra em cima de Jordan Staal. Mais 21 segundos, novo face off, nova vitória de Filppula, desta vez sobre Sidney Crosby. Pouco mais de três minutos do terceiro período, disco para a torcida. Face off, Filppula versus Crosby. O finlandês ganha mais um. Aos 8:18 Flip limpou outro face off em cima de Staal e aos 11:27 voltou a levar a melhor contra Malkin. Aos 17:36, mais um sobre Crosby. No total, Filppula disputou 15 face offs, venceu oito e perdeu sete.Venceu um total de 53% dos face offs que disputou.

Trabalho sujo — Flip e os bloqueios
Filppula tentou apenas três chutes. Um deles resultou no gol que foi descrito acima. Os outros dois foram bloqueados. Um deles por Hal Gill e o outro por Sergei Gonchar. Por outro lado, Filppula não isolou nenhum de seus chutes. O jogador também foi bloqueado em duas tentativas de tranco — mas se prestarmos atenção nos minutos de penalidade de Filppula na carreira, trancos não são bem sua especialidade. Digno de um Lady Bing, neste sentido Flip está mais para um potrinho de que para uma mula.

Aliás, em muitos lances Filppula fez pressão na marcação, mas, no que não entendo, talvez para evitar cometer penalidades, o jogador "abre a guarda" no momento crucial — embora espere alguém chegar na cobertura para permitir a passagem do adversário.

A impressão que tenho é que, tivesse mais que 1,83m, Filppula teria mais confiança para fazer o trabalho de um intimidador.

Trabalho sujo — Flip e os dribles
Foram 27 dribles por parte de Filppula, mantendo a boa média de condução de disco dos Wings. Nesse fundamento, por sinal, os Wings se mostram muito mais tranqüilos e controlados que os Penguins. Mais um ponto onde a franquia de Detroit é largamente superior aos rivais na luta pela Copa Stanley.

Trabalho sujo — Flip e a linha de produção
Basicamente, Filppula fez linha de ataque com a "mula original" Franzen e com Mikael Samuelsson — que o abraçaram em comemoração ao primeiro gol, junto com Stuart. Talvez tenha sido a linha que mais trabalhou para o Detroit, não em termos de quantidade ou mesmo de qualidade, mas em termos de intensidade. Franzen esteve no gelo por mais ou menos 16 minutos e meio, Samuelsson por quase 13 minutos. A linha de produção deste jogo foi responsável por dois gols na partida. O defensor Stuart basicamente fez parte de duas linhas: essa e uma linha que tinha no ataque Dallas Drake e Daniel Cleary. Esteve presente no rinque nos três gols dos Wings, e teve participação direta ao lado de Filppula: recebeu dele a assistência para seu gol e assistiu Franzen que assistiu Filppula para marcar o terceiro gol do Detroit. Stuart foi uma das três estrelas da partida.


Outros dois destaques da noite

Mula por mula
Mantenha-se com a original. Franzen voltou e esteve no gelo para fazer o que sabe. Procurou brigar pelo disco, desferiu três hits, chutou a gol sempre que teve oportunidade, mandando dois nas mãos de Fleury e isolando três deles. Manteve o bom controle do disco do time de Detroit e, com uma assistência, já listada, foi mais um jogador importante na vitória. Seu retorno era muito aguardado e foi devidamente badalado pela mídia local.

Zäta!
Henrik Zetterberg seguiu como o jogador mais presente dos Wings no gelo. Fez mais um ponto e se mantém firme na briga pelo Troféu Conn Smythe. Arriscou nove chutes a gol, somou mais uma assistência, deu 34 dribles... Zetterberg, o fenômeno. Esteve no gelo por 23 minutos e meio, ficou atrás apenas de Nicklas Lidström e de Brian Rafalski.

Thiago Leal não agüenta ouvir todo ano que "esse não é mais aquele Boca Juniors" e ver o clube argentino massacrar os brasileiros da mesma forma na seqüência.
Edição Atual | Edições anteriores | Sobre TheSlot.com.br | Comunidade no Orkut | Contato
© 2002-08 TheSlot.com.br. Todos os direitos reservados. Permitida a reprodução do conteúdo escrito, desde que citados autor e fonte.
Página publicada em 27 de maio de 2008.