Por: Thiago Leal

Ninguém lembra muito dele, em qualquer franquia que ele tenha jogado. Seja no New Jersey Devils, onde conquistou uma Copa Stanley, no Mighty Ducks of Anaheim onde perdeu uma Copa Stanley e muito menos no New York Rangers ou no Edmonton Oilers. Petr Sykora é o tipo de jogador que tem toda a pompa de um reforço mas na prática se realiza de forma bem diferente. Nos seus quase 850 jogos de temporada regular marcou pouco mais que 600 pontos, sendo 275 gols. O ala direita canhoto tcheco é um jogador que possui bom controle de disco, tem uma certa habilidade, mas nunca convenceu ninguém com seu jogo. Para ser mais exato, é o tipo de cara que jogaria apenas em New Jersey — e não é de se espantar que lá tenha sido a única praça em que Sykora fez alguma história. E, que fique bem claro, essa análise vem de um fã de Sykora em particular, que gostaria muito que Sykie tivesse permanecido em Anaheim para ganhar uma outra Copa Stanley. Mas lá ele seria ainda mais coadjuvante — mais coadjuvante até que Rob Niedermayer.

Talvez eu esteja sendo duro demais com o veterano Sykie. O cara marcou 63 pontos na temporada regular e, se você parar para pensar, não se pode exigir mais de que isso. Essa é mais ou menos a média de pontos que o rapaz construiu em cada temporada regular ao longo de sua carreira. Talvez eu estivesse sempre esperando um Jaromir Jagr em Sykora. Por isso meu desgosto e decepção.

Presente em todos os jogos desta pós-temporada, Sykora marcou nove pontos. E isso é muito Sykora. É muito mediano, sempre naquele patamar. Mas é que o último ponto assinalado, o gol neste jogo 5 da série final de Copa Stanley vale por todos os pontos marcados pelo jogador em sua temporada regular e até aqui na pós-temporada com os Pens. Depois de receber assistência de Evgeni Malkin, Sykora, que havia tentado dois chutes na noite, um para fora e um bloqueado, tentou seu terceiro chute. Marcou o gol. Deu ao Pittsburgh Penguins uma sobrevida na Copa Stanley e uma possibilidade, muito pequena, de reverter a vantagem do Detroit Red Wings. E os Pens, finalmente, venceram em Detroit!


Quem foi Sykora no rinque?
Pouca coisa. Mas, definitivamente, suficiente. Cometeu uma penalidade, bloqueou Kirk Maltby e os chutes já citados. Passou quase 21 minutos e meio no gelo, formando basicamente uma linha com Jordan Staal e Ryan Malone, Evgeni Malkin e Ryan Malone e com Ryan Malone e Gary Roberts.

Sairia do rinque perfeitamente esquecível, com menos produtividade que seus colegas de linha. Esse é o Sykora que estamos acostumados a ver, afinal.

No melhor jogo do Pittsburgh Penguins na série, Marián Hossa e Sidney Crosby dominavam a partida e chamavam toda a atenção na franquia. Não tinha espaço para outros, porque Malkin seguia apagado como sempre e o restante do grupo fala por si só. O que fariam nesta noite? Então, nesse contexto, quem diabos é Petr Sykora? E o cara ainda comete uma penalidade no final da segunda prorrogação!


Gol do Sykie!
Com um gol, seu sexto nesta pós-temporada, Sykora jogou água no chope dos Wings e manteve os Penguins vivos na série final. Foi seu único chute certeiro no jogo. Não lembro de quando Petr Sykora foi assim, decisivo, no rinque. Também não vou esperar que Sykora torne a marcar um outro gol vencedor dos Penguins em qualquer jogo que for. Não é o tipo de jogador em quem aposto minhas fichas.

Mas marcou o gol que fez a diferença. Não é grande coisa, é?

Thiago Leal odeia jovens yuppies sonhadores poéticos pós-modernos de classe média-alta.
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Página publicada em 3 de junho de 2008.