O Troféu Calder, concedido ao melhor novato da temporada, já é dele.
Não é possível que não seja.
O Troféu Vezina, concedido ao melhor goleiro da temporada, tem tudo para ser dele também, embora ele não seja favorito.
E o Troféu Hart, concedido ao jogador mais importante para o seu time na temporada, também pode ter pelo menos o nome de Steve Mason entre os concorrentes.
E isso definitivamente não é exagero.
O goleiro Steve Mason foi provavelmente o grande fator que levou o Columbus Blue Jackets a conseguir sua primeira classificação aos playoffs em sua história. Única franquia da última expansão que ainda não havia saboreado o que é jogar os playoffs, o Columbus do astro Rick Nash dessa vez foi. E, se não foi somente graças a Mason (times que têm o técnico Ken Hitchkock no comando geralmente proporcionam mais competitividade), é inegável que ele tenha sido fundamental.
Algum goleiro foi tão bom quanto Mason na temporada? No máximo Tim Thomas, do Boston Bruins. Pudera, liderou a liga em média de gols sofridos (2,10 — e Mason vem logo a seguir com 2,29) e em aproveitamento de defesas (0,933 — Mason vem em 11º com 0,916). Por outro lado, Mason liderou a liga em shutouts (10, o dobro de Thomas). Se a questão fosse eleger o mais importante, era certo cravar Mason. Mas como neste caso é para eleger o melhor, Thomas é favorito.
Para o Calder é barbada. O concorrente mais forte nesse ponto é Bobby Ryan do Anaheim Ducks, que fez uma tremenda temporada de estreia. Ryan é seguramente o melhor novato entre os jogadores de linha, seu azar é ter estreado na mesma temporada de Mason, que fez uma temporada de estreia digna de bela-temporada-de-goleiro-veterano. Mason sequer estava cotado para ter algum trabalho regular na NHL este ano, ele só veio assumir uma posição no Columbus porque Pascal Leclaire se machucou. Mason chegou e não saiu mais.
O troféu que Mason realmente não é favorito é o Hart. Nesse caso, é até possível que ele sequer receba uma indicação: Alex Ovechkin parece tiro certo — e com toda razão, diga-se de passagem — para mais um Hart em sua galeria ainda fresca, porém já recheada. O astro russo carrega o Washington Capitals nas costas de uma maneira que os Caps são inimagináveis sem ele. Evgeni Malkin vem sendo o grande jogador do Pittsburgh Penguins na temporada, e talvez o grande jogador de toda a NHL na temporada. Só um milagre não coloca os dois entre os finalistas. A dúvida maior é quem será o terceiro indicado, porque aí cada um tem um nome. E é aí a chance de Mason figurar em mais um troféu.
Eu entendo que o Troféu Jack Adams da temporada deve ir para Claude Julien, do Boston Bruins. Quem esperaria ver o Boston dominando a Conferência Leste desse jeito? Como qualquer time que domina uma conferência (veja San Jose e Detroit), os Bruins tiveram seu momento de declínio perto do fim da temporada, mas nada que comprometesse o ótimo trabalho de Julien.
O Troféu Norris é de Mike Green, do Washington Capitals. O cara é defensor
e marca mais de 30 gols na temporada, mesmo tendo perdido 14 jogos por
contusão. Aí você se pergunta? Ele não é mais um Sandis Ozolinsh da
vida? Não. Veja o +/- dele na temporada: +24. E isso tendo o maior tempo
de jogo entre os jogadores do time. Zdeno Chara deve ser o segundo colocado,
tendo realizado uma temporada soberba pelos Bruins. O terceiro eu não
faço idéia, pode ser qualquer um. Nada de Nicklas Lidstrom levando o
Norris este ano, possivelmente ele não fica nem mesmo entre os concorrentes.
Marcelo Constantino recomenda João Gilberto Noll.