Com base nas movimentações entre as temporadas, é possível identificar os times que melhoraram, os que pioraram e os que se mantiveram na mesma para esta temporada. Em tese, claro. Há alguns que melhoram por pura estática, diante do progresso de seus jovens e promissores jogadores. Mas isso se aplica praticamente se você tiver sobrenomes como Ovechkin, Malkin etc. no elenco.

As avaliações baseiam-se no ocorrido entre o final da temporada passada e o começo desta, traçando um comparativo com o time na temporada anterior, eventualmente dando um desconto em relação às movimentações imediatamente anteriores ao último dia-limite de trocas. Nesta temporada poderemos ver o Calgary Flames, por exemplo, com Olli Jokinen, coisa que mal vimos na anterior.

Não há ordem classificatória em cada bloco, os times estão alinhados em ordem alfabética. E o mais importante: guarde esta matéria para esfregar na cara deste colunista ao fim da temporada.

Quem melhorou
Atlanta Thrashers
Nik Antropov é um bom atacante e Pavel Kubina definitivamente precisava de novos ares. São bons reforços e devem melhorar o Atlanta, ainda que isso não traga garantia de playoffs. Mas a melhor coisa que a franquia ainda pode fazer, além de classificar-se para os playoffs, é conseguir segurar Ilya Kovalchuk. Ou, na pior das hipóteses, conseguir um trio de ótimos e jovens jogadores por ele (o que, convenhamos, dificilmente ocorrerá).

Calgary Flames
Uma temporada inteira com as adições de Jay Bouwmeester atrás e Olli Jokinen na frente será uma temporada necessariamente melhor que a anterior.

Chicago Blackhawks
Seguramente um dos times que mais se reforçaram para esta temporada. Somente a adição de Marian Hossa para um time que já era bom e que havia chegado à final de conferência, já estaria de bom tamanho — mesmo com a perda de Martin Havlat. Mas chegou também John Madden, valioso e experiente jogador que deve encaixar-se bem junto à garotada da equipe.

Edmonton Oilers
A melhora tem nome e sobrenome: Nikolai Khabibulin. Isso, claro, se ele mantiver o alto nível da temporada passada. Num time ainda fraco, somente ele poderá carregar o Edmonton a sonhos mais altos (leia-se playoffs, o que ainda parece milagre).

Los Angeles Kings
Ryan Smyth melhora qualquer time em que seja adicionado, mas Rob Scuderi ainda precisa provar que as defesas espetaculares e salvadoras dos playoffs não foram o auge de sua carreira e que vale o belíssimo aumento que conseguiu. No geral, sobretudo por Symth, o time melhorou.

New York Rangers
Se Marian Gaborik conseguir não se machucar, se Ales Kotalik e Vaclav Prospal jogarem o que prometiam ou o que já jogaram um dia, se Christopher Higgins jogar o que promete (ou prometia), os Rangers chegam mais fortes. Mas são muitas incógnitas. Ainda assim, vejo uma melhora.

Phoenix Coyotes
Eles até podem melhorar, se Radim Vrbata voltar a marcar mais de 20 gols na temporada e se Adrian Aucoin efeitvamente solidificar aquela defesa. Scottie Upshall e Jason LaBarbera melhoram um pouco também. É pouco, mas basta pouco mesmo pra melhorar os Coyotes. Ainda assim, devem brigar para não ficar com a lanterna.

Pittsburgh Penguins
A melhora dos atuais campeões é de dentro: um ano a mais para Evgeni Malkin e Sidney Crosby é um ano a mais de melhoria e aperfeiçoamento. Sendo eles dois dos três melhores jogadores da liga, isso quer dizer muita coisa.

San Jose Sharks
Até dias atrás, nada havia de novo. Mas eles conseguiram Danny Heatley. E mais: um Heatley que queria jogar em San Jose. Ou seja, o que já era bom agora é ainda melhor e a questão agora é se eles avançam até o fim, como se espera, ou se acabam se tornando o Ottawa Senators do Oeste. Outro ponto positivo: eles se livraram de dois aposentados em atividade.

Tampa Bay Lightning
Mathias Ohlund é o que interessa dentre os que chegaram. Bom defensor, deve ajudar a combater o desastre defensivo que vem sendo o time. Alex Tanguay também deve melhorar o time. Nada que os faça retornar aos playoffs, mas por que não sonhar?

Toronto Maple Leafs
Depois do caos, talvez uma boa maré. Garnet Exelby é adorado. Pelo menos por mim. François Beauchemin é muito bom defensor, e ambos devem trazer nova energia para a esculhambada defesa do time, que ainda terá o remanescente Tomas Kaberle. Só isso já estaria de bom tamanho, mas recentemente chegou também Phil Kessel, que pode vir a ser o principal jogdor do time num futuro próximo. Ainda não me convenci sobre toda essa onda para cima de Mike Komisarek (filtro anti-imprensa de Toronto sempre ligado), mas deve ser outra melhora.

Vancouver Canucks
Conseguiu um desconto e manteve os irmãos Sedin. Perdeu Mattias Ohlund, mas trouxe Mathieu Schneider (e eu não sei realmente se hoje em dia isso é uma melhora). Mikael Samuelsson tornou-se um bom jogador em Detroit, vai ser interessante vê-lo em outro time. Uma leve melhora no geral.

Washington Capitals
Sai o instável Victor Kozlov e chega o experiente (e regular goleador) Mike Knuble. Sergei Fedorov fez mesmo sua última temporada na NHL. Porém o mais importante é que Alex Ovechkin terá mais um ano de experiência nas costas. E apenas isso já garante uma boa melhora.

Quem piorou
Boston Bruins
Era para ficar praticamente na mesma, mas não conseguu um acordo com o jovem promissor Kessel e acabou negociando-o. Só isso já é uma bela perda. O sobrevalorizado Derek Morris chega para reforçar a defesa, o que não perfaz exatamente uma melhora em termos gerais. Interessante notar que Mark Recchi parece perseguir o estilo Chris Chelios de perdurar na NHL.

Buffalo Sabres
Praticamente nada de novo. O time segue na masmorra de antes? Não, a perda de Jaroslav Spacek significa que o que era ruim ainda deve piorar.

Colorado Avalanche
Se esta não for mais uma temporada de patinação pelas últimas posições, os Avs podem sentir-se vitoriosos. As saídas de Ryan Smyth e sobretudo do eterno Joe Sakic minaram boa parte do poderio ofensivo do time, que agora recai basicamente sobre seus jovens talentos. E o que chegou em troca de Smyth (Tom Preissing e Kyle Quincey) não faz frente.

Dallas Stars
Mauricinho Crawford? Alex Auld para descarregar Marty Turco? Não, isso não me parece significar qualquer tipo de melhoria. Mas as perdas de Brandan Morrison e Sergei Zubov (ele mesmo, com toda a idade) perfazem uma boa perda para os Stars.

Detroit Red Wings
Pegue todos os jogadores que chegaram (Patrick Eaves, Todd Bertuzzi, Jason Williams), acredite que vão jogar o dobro do que jogam e, ainda assim, o pacote não dá um Marian Hossa. Some a isso um ano a mais sobre as costas dos veteranos defensores principais da equipe (Lidstrom e Rafalski), um ano a mais nas costas de Chris Osgood e você tem um produto: o Detroit piorou.

Florida Panthers
A partida de Jay Bouwmeester é uma perda grande demais, nem de perto suprida com a chegada de Jordan Leopold.

New Jersey Devils
Brian Gionta saiu, John Madden também. E quem chegou pra equilibrar? Cory Murphy!

Ottawa Senators
A contratação de Alexei Kovalev melhora o time? Até pode ser. Mas o Ottawa piorou (sim, ainda mais) porque Jonathan Cheechoo e Milan Michalek juntos não dão um Danny Heatley. Dado a novela em que se transformou o caso, foi até bom negócio para os Sens. Porém, no gelo, o time deve sentir. A saída é a união do grupo para mostrar que joga melhor sem a erva daninha.

Quem ficou na mesma
Anaheim Ducks
Sem Chris Pronger e sem François Beauchemin, a defesa dos Ducks piorou muito. Mas o ataque melhorou, com a chegada de Saku Koivu. Vai ser estranho ver Koivu com outra camisa, mas aposto na sintonia dele com Teemu Selanne. Na média, o time muda, mas se mantém forte.

Carolina Hurricanes
As movimentações limitaram-se a assinar os agentes livres do próprio elenco. O time ainda é forte o suficiente para tentar um vôo mais longo nos playoffs.

Columbus Blue Jackets
Sammy Pahlsson é um bom jogador e deve ajudar, mas o melhor mesmo foi manter Rick Nash por mais tempo. Entretanto, vejo isso exatamente como uma melhora para um time que ainda deve brigar para chegar aos playoffs.

Minnesota Wild
Martin Havlat é um jogador com problemas de contusão que chega para (tentar) substituir Marian Gaborik, um jogador com problemas de contusão. O Wild parece gostar disso.

Montreal Canadiens
Um bom leque saiu (a rigor todos os que tinham passe livre) e outro bom leque chegou, com destaque para Scott Gomez. Os Habs sem Koivu não me parecem exatamente melhores nem piores. Mas sem dúvida serão um time diferente. Não consigo extrair um saldo de todas essas mudanças, é algo ainda a verificar no gelo.

Nashville Predators
O que chegou e o que saiu não perfazem grandes alterações.

New York Islanders
Embora eu não acredite que ele sozinho melhore o time, a atração dos Isles na temporada será ver John Tavares jogando na NHL. E só.

Philadelphia Flyers
Melhor atrás (Chris Pronger), pior na frente (sem Joffrey Lupul e Mike Knuble). Pronger é sempre um baita reforço para qualquer time, mas no caso dos Flyers o saldo me parece zero. O time segue ainda mais bruto, mas deve perder parte do poder ofensivo demonstrado na temporada passada.

St. Louis Blues
Ty Conklin? Não, não muda significativamente um time. Daryl Sydor? Realmente não sei, e ele ainda depende de passar nos testes. No fim das contas, nenhuma mudança significativa.

Marcelo Constantino recomenda “Retalhos”, de Craig Thompson.

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