Por: Thiago Leal

Anaheim Ducks
Quem chegou: C Saku Koivu, P Joffrey Lupul, D Lucas Sbisa, P Evegeny Artyukhin, D Nick Boyton, D Steve Eminger, D Steve McCarthy.
Quem saiu:
D Chris Pronger, P Rob Niedermayer, P Drew Miller, D Bret Hedican, D François Beauchemin.

Os Ducks conquistaram a classificação aos playoffs apenas nas últimas rodadas. Seu desempenho na pós-temporada, no entanto, foi surpreendente, ao eliminar os vencedores do Troféu dos Presidentes Sharks e encarar os Red Wings de igual para igual, sendo eliminados apenas no jogo 7. Encerrada a temporada 2008-09 de maneira satisfatória, veio o planejamento para fazer melhor em 2009-10. Brian Burke não está mais em Anaheim, e o trabalho de reorganizar a franquia ao lado dos donos e do treinador Randy Carlyle é de Bob Murray. Metade da Copa Stanley de 2007 se foi: François Beauchemin foi para os Maple Leafs, possivelmente seduzido por alguma proposta de Burke, que agora gerencia a franquia canadense — só lembrando que foi ele quem trouxera Beauchemin para Anaheim —, e Chris Pronger foi mandado para a Filadélfia, onde defenderá os Flyers, numa troca que trouxe de volta à Califórnia Joffrey Lupul, ao lado do defensor Lucas Sbisa e do anônimo Ryan Dingle. Curiosamente, quando Lupul saíra dos Ducks, ele fora para o Edmonton Oilers justamente em troca de Pronger. Junto com uma porção de renovações, entre elas Todd Marchant, Erik Christensen e James Wisniewski, os torcedores dos Ducks tiveram três grandes notícias em julho: a aquisição de Saku Koivu e mais um ano de contrato para Scott Niedermayer — seu irmão, Rob, por outro lado, não teve o contrato renovado e foi parar em New Jersey. Aparentemente, o Anaheim decepcionou-se com o desempenho ofensivo da franquia e resolveu reforçar bem o ataque. Koivu deve formar uma linha ao lado de Teemu Selanne. E a quantidade de bons jovens atacantes empolga: Bobby Ryan, Ryan Getzlaf, Corey Perry, Mike Brown e agora, novamente, Lupul.

Dallas Stars
Quem chegou: G Alex Auld, D Karlis Skrastin, š, D Jeff Woywitka.
Quem saiu:
C Joel Lundqvist , P Mark Parrish, C Brendan Morrison, D Sergei Zubov.

Para uma franquia que fez uma campanha tão decepcionante em 2008-09, os Stars mantiveram-se absurdamente discretos durante as férias. Sem ter disputado os playoffs, a franquia texana manteve seu elenco e trouxe poucas novidades: dois jogadores relativamente desconhecidos, sem grandes experiências na NHL, um veterano e um goleiro que aos 28 anos de idade já rodou por tantas equipes quanto Ed Belfour em seus 19 anos de carreira. Sinal dos tempos: o nome mais badalado entre os reforços dos Stars é o de Alex Auld, o que significa que, caso os jogadores do elenco não rendam o que se espera deles mais uma vez, o time corre o risco de viver outra temporada abaixo das expectativas. Claro, para isso é necessário que o Dallas seja menos castigado por contusões de jogadores importantes, como Brenden Morrow e Brad Richards. A grande novidade talvez seja o treinador Marc Crawford, que assume o lugar de Dave Tippett, o que, presume-se, é um indicativo de que a diretoria do clube está satisfeita com o elenco, mas espera mais da comissão técnica — e indícios disso foram dados lá atrás, em maio, quando Joe Nieuwendyk assumiu a gerência geral da franquia. O pentacampeão da Copa Stanley Charlie Huddy assumiu como assistente de Crawford. Ou seja, não espere nenhuma grande novidade a princípio. Apenas esconpere o que vai acontecer. No geral, o Dallas depende do desempenho de nomes como Morrow, Richards, Mike Modano e Mike Ribeiro. Jere Lehtinen renovou o seu contrato, o que é uma boa notícia para a torcida, mas até agora a grande promessa que ainda está devendo é o sueco Fabian Brunnström.

Los Angeles Kings
Quem chegou: P Ryan Smyth, D Rob Scuderi.
Quem saiu:
D Kyle Quincey, D Tom Preissing, D Denis Gauthier, P Kyle Calder, C Derek Armstrong.

Boatos diziam que Dany Heatley poderia passar a defender os Kings. Tais rumores foram sumariamente negados pelo gerente geral da franquia californiana, Dean Lombardi, que disse não ter planos para um jogador como Heatley. Se por um lado esse tipo de declaração soa falsa, por outro ela é precisa se você tiver sensibilidade o bastante para identificar os motivos que o Los Angeles tem para não querer neste momento um medalhão com mais nome que rendimento: o futuro. Esta será a geração de Dustin Brown, Jack Johnson e Anže Kopitar, e os Kings terão de aprender a conviver com ela. Mesmo assim, reforços de peso não deixaram de vir: Ryan Smyth, que rendeu no Colorado bem menos do que costumava fazer em Edmonton, chega a Los Angeles para tentar dar nova vida ao fraco ataque do time. E, para melhorar ainda mais a defesa, veio Rob Scuderi, aquele que bloqueou Johan Franzen no final do jogo 6 da Copa Stanley e acabou sendo decisivo para a conquista do Pittsburgh, embora pouca gente tenha percebido. O trabalho dos Kings para a temporada 2009-10 parece se concentrar inteiramente no grande número de prospectos sob a escolta da franquia, além dos atletas do Manchester Monarchs, equipe “menor” da AHL, filiada ao Los Angeles. O defensor Johnson, uma das principais estrelas do time, renovou seu contrato, para alivio da torcida. Com um time bastante jovem, esta deve ser mais uma temporada experimental. Acredito que boa parte do tempo será gasto assinando contrato com jogadores do Manchester e devolvendo aqueles que não servirem para a NHL. Se por um lado isso pode ser sinônimo de outra má campanha, por outro mostra o interesse geral em investir no futuro do time.

Phoenix Coyotes
Quem chegou: D Adrian Aucoin, C Vernon Fiddler, G Jason LaBarbera, P Taylor Pyatt, D Jim Vandermeer, P Radim Vrbata.
Quem saiu:
C Steven Reinprecht, P Todd Fedoruk, D David Hale, D Dmitri Kalinin, D Ken Klee.

Ainda sócio da franquia, Wayne Gretzky não é mais técnico dos Coyotes, agora treinado pelo ex-Stars Dave Tippett. Sob a sombra da falência e de uma possível mudança de cidade, o Phoenix vê como principais movimentações durante as férias as aquisições de Adrian Aucoin e Jason LaBarbera, além da volta de Radim Vrbata, que havia deixado o time antes do início da última temporada. Das saídas, Todd Fedoruk é, sem dúvida, a mais badalada, embora, na prática, não faça tanta diferença assim. A impressão que dá é que, diferentemente do Dallas, que deseja retomar o rumo com o elenco que tem, pois confia nele e acredita que possa funcionar, e do Los Angeles, que prefere investir no futuro, o Phoenix não sabe aonde ir. Culpa de Don Maloney? De Gretzky? Pouco importa. O fato é que os Coyotes jogarão a temporada nesta crise latente entre a falência e a venda do time, que deve resultar numa mudança de sede. Como fica a cabeça de Shane Doan e de todo o restante do elenco com essa situação? Torço para que não aconteça, mas acredito em mais uma temporada em branco. Ou alguém aí acredita que Lauri Korpikoski ou Taylor Pyatt possam salvar o Phoenix de sua situação? Enquanto os problemas fora dos rinques não se resolverem, dentro dele, onde a conjuntura nunca foi das melhores, os resultados podem demorar a aparecer. Não é difícil prever que veremos um melancólico fim de saga no Vale do Sol. Na verdade, o hóquei parece ser o de menos em Phoenix hoje em dia, e é aí que está o problema. A temporada será mais útil, no final das contas, se revelar o desfecho da mais recente falência da NHL.

San Jose Sharks
Quem chegou: P Dany Heatley, C Scott Nichol.
Quem saiu: P Jonathan Cheechoo, C Marcel Goc, P Milan Michalek, C Jeremy Roenick, P Claude Lemieux, G Brian Boucher, D Christian Ehrhoff, P Mike Grier, P Travis Moen.

Os Sharks viveram uma das situações mais desagradáveis em qualquer esporte: liderar um campeonato com sobras e, no auge do favoritismo, ser derrotado por um rival local. O problema dos Sharks em suportar a pressão de momentos decisivos já foi demasiadamente discutido em TheSlot.com.br, especialmente na temporada passada, e a principal contratação da equipe nestas férias traz em seu histórico particular um problema muito parecido. Dany Heatley chega de Ottawa depois de boatos o colocarem em Edmonton e Los Angeles, além de outras cidades. Ele teve seus momentos de genialidade na capital canadense, porém nunca foi tão decisivo quanto se esperava. Mas o que um ponta-esquerda com seu talento e sua facilidade em marcar gols pode fazer ao lado de um atacante de força como Joe Thornton? Qualquer time irá tremer nas bases sempre que os tubarões estiverem em vantagem numérica. Resumindo: os Sharks não são só favoritos no Pacífico — o que por si só não é muito difícil —, mas na NHL como um todo mais uma vez. Em contrapartida, o time perdeu Jonathan Cheechoo e Milan Michalek. Cheechoo, embora fosse um jogador com a cara da franquia, jamais tornou a render tanto quanto em 2004. Já Michalek pode não ser o mais talentoso do time, mas foi um dos poucos a não sumir na série contra os Ducks que marcou a precoce eliminação nos últimos playoffs. Também saíram o alemão Marcel Goc, que foi para Nashville, de onde vieram Scott Nichol e Jed Ortmeyer, e Lukas Kaspar, agora na Filadélfia. Jeremy Roenick aposentou-se. Claude Lemieux não vou nem citar, pois considero que ele nunca voltou à atividade.

Thiago Leal é colunista de TheSlot.com.br.
Número 240
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Página publicada em 30 de setembro de 2009.