Para o Detroit Red Wings, a  20ª temporada consecutiva nos playoffs e 11ª seguida com pontuação centenária  ou superior.
          
Ao St Louis Blues, o televisor e aquela atividade reacreativa que alguns  descarados têm a coragem de chamar de esporte — aquela mesmo, em que atletas (?)  ganham aplausos até mesmo se acertarem a pequena esfera em um buraco estando a  poucos centímetros do mesmo, em algum pasto muito bem cuidado.
Esse é o saldo da temporada regular para esses dois rivais da divisão central.
Ainda assim, e por um bom tempo, cada vez que um torcedor dos Wings passar por  um apreciador dos Blues em qualquer rua do Missouri, Michigan ou Roraima, ele  será lembrado do que aconteceu no dia 30 de março de 2011.
Não foi uma jogo qualquer. O recap do cortejo parece alguma letra da lendária  banda Cannibal Corpse. “Dragado pela luz das trevas sombriamente em estado de  apatia.”  Foi terrível. Teve gente que  tirou as crianças da sala. 
Uma dezena de discos passaram pela meta alvirrubra. E para aumentar a  perplexidade do resultado, a contenda foi realizado no quintal dos Wings, na  Joe Louis Arena, tendo milhares de seguidores de Gordie Howe, Steve Yzerman e  Nicklas Lidström como testemunhas oculares do massacre.
O asa direita Cam Janssem, débil patinador, porém notável jagunço, somava  míseros oito pontos em toda, eu disse toda, sua carreira na NHL. Contra os  Wings ele esteve insaciável, aparecendo duas vezes no placar, chegando assim a  dez pontos na carreira. Um desses pontos foi um tento, matando sua seca de 114  jogos sem marcar.
Os Blues tiraram proveito da morosidade que vem tomando conta dos Wings nos  jogos na JLA nos últimos meses. O sistema defensivo está em um nível baixo e  com isso não difícil vencer os arqueiros de Detroit na noite, obviamente as  principais vítimas da noite.
Com o titular Jimmy Howard no departamento médico, o  reserva do reserva Joey MacDonald não teve  talento suficiente para sobreviver ao bombardeio — facilitado pelo pouco  comprometimento dos atletas de linha de sua equipe. Após sofrer os primeiros  cinco gols, foi sacado.
Então foi a vez de enviar Thomas MacCollum para o abate. Tido com um dos bons  valores no sistema da equipe, MacCollum fazia sua primeira aparição na NHL. Não  poderia ter sido pior.  Três gols  sofridos em oito disparos. Para preservar o jovem goleiro,  MacDonald retornou ao jogo para sofrer mais  dois gols.
Oito gols sofridos apenas nos 40 minutos iniciais algo que não acontecia desde  Março de 1986, quando foram aniquilados pelo Edmonton Oilers de Jari Kurri,  Wayne Gretzky e Paul Coffey por 12-3.  Em  1993, novamente um time com Gretzky e Kurri em suas fileiras, dessa vez os Los  Angeles Kings, sapecava 10-3 nos Wings.
Até aquela época placar com dois dígitos para um dos lados não era raro, mas  com o teto salarial que fornece, teoricamente, maior paridade, foi um placar  que gera manchetes. E muito disso porque foi contra uma organização modelo.
Perguntando sobre sua estréia, o ianque MacCollum foi até bem humorado  lembrando que após a surra, as coisas só podem melhorar. Nada pode ser pior  realmente.  É o que sempre falo em reação  as minhas colunas. Qualquer um que ler qualquer missiva que eu escreva, passa a  considerar qualquer outro texto, de qualquer outro indivíduo, por mais tosco  que seja - como aqueles do Lancenet -,   dignos do prêmio Esso de jornalismo.
O treinador Mike Babcock seguiu uma linha mais dramática.
“Graças a Deus que acabou,” disse o desolado professor. “Parecia que jamais  acabaria. De qualquer forma que você analise — mais pontos do que um touchdown  — é feio”
Pelo lados dos azuis, o comandante Davis Payne disse que é preciso começar a  buscar o sucesso à partir de agora, mesmo que a chance de pos-temporada  inexista. Impor uma goleada nababesca contra um rival de peso sem dúvida é a  melhor forma de começar a buscar essa respeitabilidade.
Eduardo Costa tem orgulho dos amigos que tem e lamenta o fim de uma era.