Por: Eduardo Costa

Ninguém perguntou, mas vamos as cinco conquistas anteriores dos Bruins. Nada sobre a sexta copa? Olha os links aí do lado direito da tela ##@&*!

1928-29: Defesa inexpugnável e a linha dinamite levam os Bruins a sua primeira copa.
Fortalecer sua meta e manter a defesa intacta. Os Bruins fizeram isso e bateram os campeões do ano anterior, NY Rangers, no que foi a primeira final 100% estadunidense da Copa Stanley.

Tiny Thompson iniciou sua passagem de dez anos pelos Bruins de forma espetacular, com 12 shutouts em 44 jogos e média de gols sofridos de 1.15 por jogo durante a temporada regular. Com ajuda da super dupla defensiva Eddie Shore — Lionel Hitchman os Bruins tiveram a retaguarda menos vencida. Na frente o ataque também foi o mais prolífero, com destaque para a temível linha dinamite, composta por Dit Clapper, Cooney Weiland e Norm ''Dutch'' Gainor.

Cy Dennenny era outro conhecido nome daquela esquadra. Com a experiência de quatro copas vencidas pelo Ottawa Senators foi mais treinador do que um fator dentro do gelo. No comando também estava a mente brilhante do gerente Art Ross.

A defesa quase impenetrável ganhou as manchetes durante uma sequência de 13 jogos sem derrota. O time acabou abocanhando a divisão americana, ficando com a segunda melhor campanha no geral atrás apenas dos Canadiens.

Ambas as equipes ganharam descanso na primeira fase dos playoffs, mas tiveram que duelar entre si por uma vaga nas finais, provando que regulamentos toscos não é exclusividade tupiniquim. Foi o duelo entre Thompson e George Hainsworth. Se os números do guardião de Boston eram espetaculares, o do arqueiro Habitant eram ainda mais napoleônicos: 22 shutouts em 44 prélios e recordistas 0.98 gols sofridos por partida.

Era esperado equilíbrio, mas o embate teve um claro vencedor. Dois shutouts de Thompson nos jogos iniciais deram uma vantagem na melhor de cinco que os Habs não tiveram força para reverter. Apesar do confronto histórico entre esses dois rivais hoje mostrar avassaladora vantagem de 24–9 para os Canadiens, o primeiro desses duelos acabou em varrida aurinegra.

A finalíssima contra os Rangers teve início com mais um shutout de Thompson no Boston Garden. Gainer e Clapper marcaram os tentos dos Bruins. Os Rangers, comandados pela famosa Bread Line — Bill Cook-Frank Boucher- Bun Cook —, mostraram mais força no segundo jogo, disputado na grande maça. Mantiveram o empate até os minutos finais do tempo regulamentar, mas saíram derrotados quando Bill Carson anotou aos 18:02. Como a final era uma melhor de três, ao contrário da semifinal (!), os Bruins levantaram sua primeira copa. Carson, que viria se tornar um dentista — de acordo com o site 'ache a cova' — entrava de vez para a história.

1938-39: Segundo título pelas mãos de Mell "morte súbita'' Hill.
Na temporada seguinte ao primeiro título os Bruins tentaram o bicampeonato da Stanley, mas acabaram derrotados pelos Habs de Howie Morenz. O próximo título viria apenas em 1939.

A temporada vitoriosa começaria de forma atribulada. Uma treta entre a estrela Eddie Shore e a diretiva dos Bruins quase fez com que Shore pedisse o boné. Mas a importância de Shore para as bilheterias da liga eram tão importantes que o chefão da NHL Frank Calder chamou a rapaziada, apaziguou os ânimo, pagou umas geladas e tudo ficou bem.

Mais uma vez um goleiro se destacou na campanha aurinegra. Frank Brimsek ganhou a alcunha de Mr. Zero com méritos. Seis shutouts nos primeiros 12 jogos da temporada, e 33 vitórias de 44 possíveis. Os Bruins ficaram com a primeira colocação geral com relativa facilidade.

Durante a temporada regular a linha Kraut (Milt Schmidt-Woody Dumart-Bobby Bauer) foi a garantia de produtividade, mas durante os playoffs foi um membro da terceira linha que salvou a lavoura. No confronto contra os Rangers, na semifinal, Mell Hill ganhou o apelido de morte súbita ao marcar três gols em tempos extras, incluindo o gol da vitória na terceira prorrogação do jogo sete. Foi a primeira série de playoffs na história da NHL que foi a sete jogos.

Nas finais contra os Leafs um novo herói, o novato Roy Conacher foi o pesadelo de Frank Broda, o bonachão arqueiro dos azuis, ao marcar os gols da vitória nos jogos 3, 4 e 5. E do quinto prélio a final não passou. Segundo título na galeria. Brimsek se tornaria o primeiro goleiro a vencer os troféus Calder e Vezina na mesma temporada.

1940-41 Após apenas um ano de hiato, os Bruins retornam as finais.
Cooney Weiland, capitão da conquista de 1939 abandonou os patins para assumir a prancheta e o resultado positivo veio a galope.

A linha Kraut mudou de nome, já que era uma referencia à origem alemã de seus integrantes — e com um tal de Adolfo aprontando na Europa naqueles idos... — mas continuou a brilhar nos gelos, verdade que não tanto quanto o central Bill Cowley, maior pontuador do time e de toda a NHL naquela temporada, com 45 assistências e 62 pontos. O companheiro de linha de Cowley, Roy Conacher se manteve entre os melhores jogadores ofensivos da contenda.

Os Bruins passearam na temporada regular, aonde chegaram a ficar 23 jogos sem conhecer derrota. Apesar disso os Maple Leafs foram valentes na primeira fase dos playoffs. Foram necessários sete jogos para despachar o time de Ontário. Parte da dificuldade foi a perda do artilheiro Cowley, que atuou em apenas dois jogos na pos-temporada devido a problemas no joelho.

Nas finais os Red Wings ofereceram pouca resistência para os Bruins, que varreram o time de Michigan em quatro partidas, com destaque para Milt Schmidt. Frank Brimsek não postou nenhum shutout, mas foi um dos pilares contra o time alvirrubro na terceira copa conquistada pelos Bruins.

Seria a última conquista dos Bruins em muito tempo.

1969-70 Era Orr traz de volta as conquistas.
Vinte e nove anos sem copa, com direito a oito temporadas seguidas fora da pos-temporada, uma façanha pouco honrosa na era dos Originais 6.
O sofrimento começaria a acabar quando o time chegou aos termos com um defensor de Parry Sound, Ontário. Bobby Orr para muitos não foi apenas o maior defensor da NHL, como também o maior jogador de hóquei da história.

Efetuando sua primeira temporada na liga, em todas as demais ele ajudou os Bruins a comparecer aos playoffs. Mais importante ainda, em 1970 foi decisivo na reconquista da copa após seca de 29 anos.

Aquele Big Bad Bruins comandado por Harry Sinden também tinha a máquina de fazer gols Phil Esposito, além de outros ótimos atletas como John Bucyk, Wayne Cashman, Derek Sanderson e do arqueiro Gerry Cheevers.

Melhor time da temporada regular junto ao Chicago Black Hawks, os Bruins também foram os mais penalizados durante a temporada, alimentando assim a reputação de time casca grossa.

Nos playoffs eliminaram os rivais Rangers em seis jogos, uma série que deu início a rivalidade entre Orr e Brad Park, esse último outro excelente defensor, mas que teve o azar de atuar na mesma época de Orr e Denis Potvin, o que sempre deixou Park em segundo plano.

A série seguinte seria contra os então Black Hawks, equipe matreira e que tinha em suas fileiras o homem gol Bobby Hull. Essa série ficou marcada pela marcação acirrada e ''acima da lei'' de Derek Sanderson sobre Hull. Os Bruins varreram e Sanderson ganhou definitivamente o respeito dos críticos como um dos melhores atacantes defensivos da NHL em sua geração.

O pior já havia passado e na final os Bruins tiveram pela frente os Blues, na época comandados por Scotty Bowman — naquela posição de finalista apenas devido a divisão estapafúrdia da NHL, como o leste forte e o oeste expansionista ainda sem força.

Varrida contra St Louis com direito a goleadas nos três primeiros jogos. Dificuldade apenas no 4º prélio do embate. A prorrogação só aumentou o cartaz do midiático gol de Bobby Orr.

Além do gol da vitória da copa Stanley, Orr levaria pra casa os troféus Hart, Art Ross, Norris e Conn Smythe. Para muitos a maior temporada individual da história da NHL.

A aposta de dos críticos era que uma dinastia estava começando.

1971-72: Apagando o pesadelo dos playoffs de 71.
A quantidade de recordes obtido pelos Bruins em 1971 – sete dos dez artilheiros da temporada eram de Boston! - de pouco valeu quando eles não fizeram valer o imenso favoritismo, parando no arqueiro tricolor Ken Dryden na primeira fase dos playoffs.

Com sangue nos olhos os Bruins novamente passearam durante a temporada regular seguinte, com evidente destaque para o duo Orr e Esposito. O guardião Cheevers chegou a ficar 32 jogos sem ver derrota.

Nos playoffs eliminaram sem muitos problemas os Maple Leafs em cinco jogos e varreram novamente os Blues. Os rivais nas finais seriam os velhos conhecidos Rangers. O time nova-iorquino eliminara os últimos campeões Canadiens e varrera Chicago de forma incontestável, carimbando a última temporada de Bobby Hull na NHL.

Brad Park, o arqueiro Ed Giacomin e a linha GAG (Goal-a-Game) composta pelo central Jean Ratelle e os asas Vic Hadfield e Rod Gilbert, tentavam colocar fim a seca dos Rangers que vinha de 1940.

A primeira partida parecia tranquila para os Bruins, que chegaram a abrir 5-1, com direito a hat-trick de Ken Hodge e dois gols em desvantagem numérica. Os valentes Rangers chegaram a empatar a contenda, mas no final Garnett Bailey reestabeleceu a ordem natural.

Bruins venceriam o jogo seguinte e repartiria o bolo no Madison Square Garden, criando a expectativa de vencer a copa novamente me casa. Não era pra ser. Joseph Jean-Paul Robert Rousseau marcaria duas vezes, forçando um sexto jogo a ser disputado no MSG. Foi quando Cheevers fechou a porta e engoliu a chave. Bruins marcaram com Orr e Cashman(2 vezes) vencendo sua 5ª copa na casa de um de seus maiores rivais.

Após essa conquista, os Bruins permaneceram entre os times mais fortes da liga por um bom tempo, mas a copa Stanley foi ficando cada vez mais longe, chegando a quase quatro décadas longe da glória máxima.

Eduardo Costa guarda com zelo absoluto sua coleção de vídeos de hóquei.

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Página publicada em 19 de junho de 2011.