Por: Marcelo Constantino
Na semana passada o Anaheim Ducks time perdeu todas quatro partidas disputadas, incluindo uma paulada de 6-2 frente ao outrora anêmico St. Louis Blues. Mas isso não é tudo, na verdade eles perderam nada menos que nove das últimas 11 partidas. Desde o começo da temporada sendo apontado como o grande favorito do Oeste, e jogando efetivamente como tal, o Anaheim agora enfrenta uma curva descendente na temporada. O que há com os Ducks, afinal?

Não é nada, é apenas um natural esfriamento de meia-temporada. Não há como esperar que um time mantenha a excelência durante 82 partidas em mais de seis meses, ou seja, numa maratona de duas, três ou quatro partidas por semana. É normal que, num determinado momento, o time esfrie. Além de normal, é importante para que todos verifiquem os erros e deficiências e aprendam com eles — afinal, aprende-se mais com a derrota do que com a vitória. E é melhor que esse momento esteja chegando agora do que mais à frente, quando as coisas realmente importam.

Seriam as contusões? Certamente elas têm grande peso na má fase do time, se não forem determinantes. Mas o conjunto delas, não uma ou outra. E não são poucos, nem irrelevantes os contundidos da equipe.

Chris Pronger vinha sendo talvez o melhor defensor da liga na temporada e está fora desde o começo do ano. Pouco antes dele, o jovem Francois Beauchemin também se contundiu e está fora desde então. Para piorar, Scott Niedermayer vem jogando com uma pequena fratura no pé e pediu dispensa do Jogo das Estrelas para se tratar. Só aí já temos metade da defesa da equipe. Mas a metade melhor, com dois defensores de Troféu Norris no currículo.

E não pára por aí, o goleiro Jean Sebastien Giguere também está fora por mais ou menos o mesmo tempo (vejam só como as coisas batem: o declínio do time realmente começa com as sucessivas contusões de Beauchemin, Pronger e Giguere). O reserva, Ilya Bryzgalov, não repete tudo aquilo que se viu nos playoffs passados, ainda que esteja segurando o rojão de meia defesa reserva. E, afinal, Giguere vinha sendo um dos melhores goleiros da temporada.

Sem três jogadores que ostentam Troféus Norris, Hart e Conn Smythe na carreira, o trem descarrila mesmo. Mas ele volta aos trilhos, logo à frente, quando eles retornarem e quando o técnico Randy Carlyle fizer os ajustes advindos deste mau período. Não há muito com o que se preocupar, Pronger, Niedermayer e Giguere voltarão em breve.

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Dá gosto ver times como o Phoenix Coyotes e St. Louis Blues saindo do fundo da tabela e subindo rumo à (por que não?) disputa por uma vaga nos playoffs. Não falta pouco, mas também não falta muito: ambos estão a oito pontos do oitavo colocado, o Minnesota Wild. Eram times que se embaralhavam com Columbus, Los Angeles e Chicago (a chegada de Denis Savard parece ter sido apenas um lampejo) nas últimas colocações e que agora se descolaram rumo ao outro bolo de times à frente: Edmonton, Colorado e Minnesota.

De alguma forma Wayne Gretzky conseguiu reverter a péssima temporada do time, e isso depois de negociar Matt Comrie, que vinha sendo justamente um dos raros bons jogadores da equipe, antes de se contundir. Até mesmo Jeremy Roenick já anda mais feliz, ainda que na quarta linha. Já o caso dos Blues está ligado diretamente à contratação de Andy Murray, técnico de reconhecida capacidade que mudou o panorama da equipe. Talvez nem sejam emitidas as badaladas rifas Guerin (tem cara de playoffs), Brewer (a mais valiosa), Weight (de novo?) e Tkachuk (quem quer?) até o dia-limite de trocas.

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Outro time que vem crescendo barbaramente na temporada é o Vancouver Canucks. Levou algum tempo para que o time se acertasse, mas o problema central dos anos anteriores estava resolvido: o goleiro Roberto Luongo garantia o gol. Na super-competitiva Divisão Noroeste — onde a diferença do primeiro para o último é de meros seis pontos — o time atualmente briga ponto a ponto com o Calgary Flames, mas com o Minnesota na cola. Aliás, o panorama da Divisão Noroeste atual é interessante: se você está em primeiro, você é o terceiro geral da conferência. Calgary e Vancouver têm 56 pontos e no desempate o Calgary fica à frente. Com apenas dois pontos a menos que eles, o Minnesota é o oitavo da conferência.

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Ainda há muita badalação para cima de Brendan Shanahan no New York Rangers — do meu ponto de vista, atualmente injustificada. Tenho visto inclusive analistas listando-o como um dos possíveis candidatos a MVP da temporada. Complicado isso. Shanahan realmente teve um ótimo começo (tal qual em Detroit) e depois deu uma boa esfriada (tal qual em Detroit). Um grande atacante, goleador, líder, um grande jogador, não há dúvidas. Mas... são apenas dois gols nos últimos 19 jogos.

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Sobre o Jogo das Estrelas: é apenas uma festa de meio de temporada.
Marcelo Constantino, 33, é peladeiro de squash há 10.
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Ilya Bryzgalov é sacado do time depois de levar 4 seguidos dos Blues: retrato da má fase da equipe. Mas é passageira..
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Os Coyotes andavam namorando a lanterna, mas agora já sonham até mesmo com uma vaga de playoffs.
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Shanahan, em partida contra os Devils, no dia 2 deste mês, quando marcara um gol — mas na disputa de pênaltis.
Noah Graham/Getty Images
Time dos Blues comemorando? O que era raro no começo agora anda cada vez mais comum.
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Página publicada em 24 de janeiro de 2007.