Por: Marcelo Constantino

O New York Rangers formou um belo time para este ano, especialmente com as contratações de Scott Gomez e Chris Drury. Por outro lado, é notória a carência defensiva na equipe, ainda que o elenco conte com vários defensores. Michal Rozsival, Dan Girard, Marek Malik, Thomas Pock, Paul Mara, Jason Strudwick, Marc Staal e Fedor Tyutin não compõem exatamente uma defesa de time de campeão. Porém, se você parar para pensar nas defesas do Carolina Hurricanes e Tampa Bay Lightning campeões... Tudo bem, também não eram grandes elencos, mas havia lá um ou dois defensores de respeito que impunham respeito. No caso dos Rangers não há nem dois, nem um.

O boato mais forte das últimas semanas indicava que a equipe estaria atrás de Ed Jovanovski. O problema é que Jovo (31 anos) ganha muito (US$ 6,5 milhões) e os Rangers estão com a folha salarial batendo no teto (somente cerca de US$ 2 milhões abaixo, e isso porque empurram um bônus devido a Brendan Shanahan para o próximo ano). Ou seja, não há espaço e seria necessário que os Coyotes, time atual de Jovanovski, aceitassem receber em troca algum daqueles defensores de salários gordos da equipe de NY. Ou ainda, o inacreditável: que os Rangers cedessem uma de suas estrelas ofensivas. Ou seja, isso não vai acontecer.

Há uma outra solução, que seria o NY Rangers colocar jogadores bem pagos nas ligas menores, para diminuir a folha. Parece piada, mas não duvide, não há problema de caixa em Nova York. Jovanovski seria mais um jogador caro na equipe — US$ 6,5 deveria ser um salário de um defensor Norris, ou quase isso, o que não é o caso. Aliás, isso também não é problema para os Rangers. Rozsival, Malik e Mara, juntos, ganham mais que um Nicklas Lidstrom ou um Chris Pronger. Você prefere um desses dois ou os três dos Rangers? Aliás, você pagaria US$ 3 milhões por ano a Paul Mara?

A bem da verdade, esse não é um movimento dos Rangers, é um caminho geral na NHL. A insanidade volta a reinar na liga: um jogador como Thomas Vanek ganha mais que Joe Thornton, Jarome Iginla e Joe Sakic e talvez todo o restante da liga. Pior ainda: ganha dez vezes mais que Sidney Crosby. Kimmo Timonen ganha mais que Nicklas Lidstrom. Não tenha dúvidas de que essas gerências que pagam esses absurdos lá na frente estarão reclamando (novamente) do mercado inflacionado de salários dos jogadores. Mercado este inflacionado... por eles mesmos. Como já ocorreu antes.

Enfim, voltando ao tópico, para Jovanovski seria bom negócio. O Phoenix Coytoes, time atual do defensor, tem tudo para terminar em último nesta temporada, e o horizonte próximo não é alentador. E Jovo certamente quer levantar a Stanley alguma vez.

Falando em defensores de qualidade, Kevin Allen, do USAToday, escreveu um belo artigo relembrando aquele que foi dos grandes defensores da NHL nas duas décadas passadas, Phil Housley. Desde quando jogava Housley era um tanto subvalorizado e isso não parece ter mudado com sua aposentadoria. Vale a pena a leitura, sobretudo para os que, como eu, conseguiram vê-lo jogar em seus últimos momentos.
Hockeytown? Durante os playoffs a bola já era cantada: embora os números indicassem a venda total de ingressos para os jogos na Joe Louis Arena, a realidade na arena era outra: espaços vazios. Não um aqui e outro ali, havia clarões mesmo.

Na abertura desta temporada, um jogo contra o campeão da Copa Stanley, que venceu os Wings numa ótima série de playoffs há poucos meses, veio a realidade no números também. Menos de 18 mil presentes, longe de lotar. No jogo seguinte em casa, contra o Edmonton, pior ainda: havia cerca de 8 mil lugares vazios.

Contínuo declínio da situação econômica na área de Michigan, preços absurdos, locaute, tudo isso certamente tem sua cota de contribuição para a situação atual. Além de, claro, o time não é mais aquela constelação que um dia já foi. Paradoxalmente, ao menos nos playoffs passados foi um times mais raçudos dos Wings dos últimos tempos.

Nesta edição você poderá deliciar-se com um especial preparado por Humberto Fernandes, com pitacos de alguns dos colunistas sobre quem ganha as divisões, quem se classifica, que vence a Copa, etc. Picatos desse tipo a essa altura são verdadeiros pombos sem asa. Mas sempre divertidos de se fazer e de se ler.

De um modo geral — aqui e em outros sites — os palpites para campeão concentram-se quase que exclusivamente em seis times: Anaheim, San Jose, Ottawa, Detroit, Rangers e Pittsburgh. De todos, o mais surpreendente de ver é o Pittsburgh, carregado pela mais que sensacional habilidade de Sidney Crosby e os demais garotos. Mas ainda acredito que seja cedo para eles.

Marcelo Constantino não assistirá ao mais que concorrido show do Led Zeppelin, mas assistir a Page & Plant na Apoteose já foi muito perto da realização de um sonho considerado impossível.
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Página publicada em 10 de outubro de 2007.