NOTAS e FOTOS • Por: Humberto Fernandes e Thiago Leal

O hóquei no gelo está levando a melhor no duelo contra a bola-ao-cesto nas categorias público e entusiasmo dos fãs. É o que demonstra o gráfico compilado pelo blog SuperSonic Soul. Nos últimos seis anos a liga de bola-ao-cesto deixou de ser dominante e passou a ser perdedora perante a NHL.

Enquanto a média de público da NHL cresceu nos últimos anos, a outra liga engatou marcha ré, o que nos remete à célebre capa da revista Sports Illustrated de 20 de junho de 1994, que trazia "Por que a NHL está 'quente' e a NBA não".

Em 15 cidades ou estados onde existem times das duas ligas, a NHL lidera em percentual de ocupação da arena em oito (Chicago, Toronto, Philadelphia, Minnesota, New York, Washington, Denver e New Jersey). Na Philadelphia e em Minnesota as equipes de hóquei levam, respectivamente, cerca de 6 e 4 mil pessoas a mais por jogo do que a atividade recreativa. E não é apenas o número de espectadores que chama a atenção, mas também o entusiasmo desses fãs. De eventos como o Clássico de Inverno aos grandes jogadores (Sidney Crosby e Alexander Ovechkin), a NHL tem criado mais atrativos que sua concorrente. Em níveis regionais, a liga de hóquei no gelo venceu a guerra pela audiência nas finais em Detroit, onde os Red Wings disputavam a Copa Stanley e os Pistons disputavam o troféu sem nome.

A NHL está 'quente'. A outra não.

O diagnóstico de Roberto Luongo não é nada animador. Segundo o gerente geral Mike Gillis, a data de retorno do goleiro é classificada como "semana a semana". Luongo sofreu uma distensão no músculo adutor (virilha) durante o primeiro período do jogo de sábado, contra o Pittsburgh Penguins.

Semana a semana é um diagnóstico tão impreciso que na realidade Luongo está afastado por tempo indeterminado. Contusões na virilha são duras com os goleiros, tanto que há um jornalista canadense apostando que o Vancouver entrará em 2009 sem seu capitão e principal jogador.

Essa não tem sido uma boa temporada para os goleiros. Além de Luongo, Martin Brodeur, Rick DiPietro, Kari Lehtonen, Evgeni Nabokov, Marc-Andre Fleury, Pascal Leclaire e Mike Smith, todos titulares de suas equipes, estão ou estiveram afastados por contusão.
O Dallas Stars anunciou na sexta-feira que o ponta-esquerda Brenden Morrow está fora da temporada após romper um ligamento do joelho direito. Morrow será operado e o tempo de recuperação será de seis meses.

Uma péssima temporada para os Stars. Morrow é o capitão do time e liderou a equipe em gols na temporada passada, sendo fundamental na ótima campanha do Dallas até as finais de conferência. É hora dos outros bons jogadores do time — Brad Richards, Mike Modano e até Sean Avery — assumirem maiores responsabilidades.

O Dallas Stars amanheceu na segunda-feira ocupando a última colocação da Conferência Oeste, com 16 pontos em 19 jogos. Para atingir os 91 pontos que classificaram o Nashville Predators aos playoffs da última temporada em oitavo, os Stars precisam vencer 35 dos 63 jogos restantes. Ainda é possível, mas é melhor começar a ganhar.
Alexander Ovechkin é o maior goleador da NHL desde 2005-06, com 172 gols em 264 jogos. Mas o calendário aprontou com o craque russo nos últimos dias. O Washington Capitals enfrentou, em seqüência, justamente os três times que ainda não haviam sido vítimas de Ovechkin: Los Angeles Kings, San Jose Sharks e Minnesota Wild.

Ovechkin chegou a Los Angeles na quinta-feira após marcar gol nos cinco jogos anteriores dos Capitals, com 14 pontos nesse período. Então ele tinha tudo para prosseguir com a boa fase. Mas contra os Kings foi diferente. Em 22 minutos de gelo, o russo fez apenas uma assistência e saiu com -4 na derrota de sua equipe por 5-2. Duas noites depois, em San Jose, nova assistência e -2, com placar de 7-2 para os líderes da liga. Na segunda-feira, contra o Wild, finalmente Ovechkin achou um gol e reduziu a privilegiada lista de times que não sofreram em suas mãos, mas os Capitals foram derrotados por 4-3.

Em relação aos maiores goleadores desde o locaute, Dany Heatley e Ilya Kovalchuk vêm a seguir, com 152 gols. Vincent Lecavalier (136) e Jarome Iginla (135) completam a lista dos cinco melhores.
Bruce Bennett/Getty Images
"Dallas decepcionante "
Basta olhar o nosso Guia da Temporada, na coluna dedicada ao Pacífico, para entender a expectativa que era colocada em cima do Dallas Stars. Após o sucesso surpreendente na pós-temporada passada, chegamos a apontar o ataque texano como O segundo melhor do Oeste. As mudanças na equipe, a contratação de Fabian Brunnström, a chegada de Sean Avery... realmente, o Dallas tinha tudo para ser um timaço. Integraria juventude e experiência, uma receita que funcionou muito bem com o Anaheim Ducks. Mas a temporada regular começou e o Dallas não funcionou. Por algum motivo, esse time, que tinha tudo para brigar pela ponta no Oeste, é simplesmente o lanterna da Liga. E, para piorar, perdeu o capitão Brenden Morrow. É... a coisa tá preta...
(24/11/2008)
Uma situação inusitada chamou a atenção no jogo entre NY Rangers e Vancouver Canucks na quarta-feira, 19. Dois jogadores dos Rangers estavam no banco de penalidades, portanto os Canucks desfrutavam de uma vantagem de 5-contra-3 no gelo. Até que Sami Salo chutou, o disco passou por Henrik Lundqvist e entrou. Não entrou. Entrou. Não entrou... na dúvida o jogo continuou e só foi interrompido quando Michal Rozsival cometeu nova penalidade.

Longos cinco minutos se passaram durante a revisão do lance. Veja a imagem, em seguida na versão ampliada. O disco parece ter cruzado toda a linha, mas isso não é o suficiente para validar um gol na NHL. Segundo Colin Campbell: "O disco tem que estar conclusivamente do outro lado da linha e quando o juiz anula o gol, nós temos que provar que, sem dúvida, o disco entrou."

Para o azar de Salo e dos Canucks, não há imagem que demonstre que o disco definitivamente entrou. É como se a liga dissesse: "Olha, nós não estamos dizendo que não foi gol, somente não podemos provar que realmente foi."

Polêmica à parte, a penalidade de Rozsival gerou uma discussão interessante a respeito das regras. Se o gol fosse validado, o defensor cumpriria os dois minutos no banco de castigo ou não? De acordo com a regra 78.6: "Qualquer penalidade assinalada durante o período de tempo entre o suposto gol e a paralisação seguinte deve ser marcada da maneira convencional, exceto quando uma penalidade leve for assinalada contra o time que sofreu o gol, que será anulada pela marcação do gol."

Não fosse por essa regra, caso o gol fosse validado, então o jogador teria cometido uma penalidade em um tempo que teoricamente não teria existido, porque o jogo recomeçaria no tempo do gol. Que confusão!
É assunto recorrente os absurdos permitidos pelo Acordo Coletivo de Trabalho e a NHL precisa tomar alguma providência.

Três dias após ser convocados para o Anaheim Ducks, os jogadores Bobby Ryan e Brett Festerling foram rebaixados para o afiliado da equipe na ECHL por um dia como parte de um complicado movimento para economizar alguns milhares de dólares no teto salarial. De acordo com as regras da NHL, os dois jogadores teriam que comparecer ao Bakersfield Condors na segunda-feira. Eles levaram patins e equipamentos, apenas para o caso de ter que treinar com os Condors, que estavam de folga no dia. Ryan disse que "Sequer pisaram no rinque".

Bakesfield fica a três horas de carro de Anaheim. Os jogadores passaram a noite no hotel antes de acordar às 5 horas da manhã e dirigir novamente para Anaheim para participar do treino. Tudo isso porque os Ducks estão enforcados com o teto salarial. A situação ficou pior quando François Beauchemin se machucou. O contrato de introdução de Ryan é US$ 300 mil mais caro que o de Beauchemin e a equipe ainda precisou outro defensor em Festerling.
O San Jose Sharks não lidera apenas a classificação da NHL em pontos e vitórias. O melhor time da liga também é líder disparado em distância percorrida entre viagens para seus jogos.

Ao longo da temporada os Sharks vão percorrer mais de 90 mil quilômetros, o dobro da distância percorrida pelo NY Islanders, o time que menos viaja na liga. De modo geral, as equipes da Conferência Oeste são as mais prejudicadas neste sentido — em especial as Divisões do Pacífico e Noroeste. Dos dez times que percorrerão as maiores distâncias, nove são do Oeste. O único intruso é o Tampa Bay Lightning, em nono, graças ao passeio pela Europa na abertura da temporada.

Outro fator determinante para o cansaço dos jogadores é o número de jogos em noites consecutivas. Felizmente para os Sharks eles estão entre os menores da liga, com 14 repetições. O Columbus Blue Jackets é o mais prejudicado, porque jogará 20 vezes em dias seguidos — o que não serve de justificativa para explicar eliminações, no entanto. Para o conforto de Joe Sakic, o Colorado Avalanche tem apenas oito desses eventos em seu calendário.
Tal pai, tal filhos. Oito meses atrás Jonathan Roy, filho de Patrick Roy, ganhou destaque internacional após proporcionar um espetáculo de estupidez na QMJHL, ao brigar com dois adversários e ofender os torcedores locais com gestos.

Agora foi a vez de Frédérick Roy receber os nossos "elogios". Na confusão entre Quebec Ramparts e Montreal Juniors, Roy-pimpolho agrediu um adversário acertando-o no rosto com seu taco e as duas mãos. Não é uma forma muito corajosa e inteligente de resolver os problemas. O garoto de 17 anos foi expulso da partida e recebeu 15 jogos de suspensão. Roy-pai é o treinador do time.

Cada pai merece o filho que tem. E vice-versa.
Harry How/Getty Images
Na posição em que Napoleão perdeu a guerra: Darcy Tucker e o Colorado Avalanche foram a Anaheim e caíram de quatro.
(24/11/2008)
AP
Para a vitória do Calgary Flames, até Jason LaBarbera tirou o chapéu... ou melhor, o capacete.
(25/11/2008)
AP
J.P. Dumont, do Nashville Predators, pediu ajuda a Roman Polak, do St. Louis Blues, para treinar para os 100m com barreira. Precisa melhorar, Dumont!
(25/11/2008)
AP
Jason Blake é mais uma triste vítima do disco incoveniente. Estamos prevendo uma síndrome de infertilidade na NHL...
(25/11/2008)
AP
O embaixador da Finlândia, Pekka Lintu, se oferece para reforçar o Philadelphia Flyers.
(24/11/2008)
Bruce Bennett/Getty Images
Matt Carle e Chris Conner ensaiam para disputar a competição de Patinação Artísticas de Duplas.
(24/11/2008)
AP
Depois de perder seu capacete, Sean Avery tentou roubar o de Chris Kunitz.
(22/11/2008)
AP
Johan Franzen dá uma mãozinha para o tímido Mason Raymond paquerar a loira na arena.
(24/11/2008)
AP
Vida de goleiro reserva de Roberto Luongo é mostrar serviço a todo custo. Curtis Sanford tenta pegar até disco que vai pra fora.
(24/11/2008)
Harry How/Getty Images
Eu nunca tinha visto um pato beber água assim!
(24/11/2008)
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Página publicada em 26 de novembro de 2008.