Por: Alexandre Giesbrecht

Com a derrota para os Panthers na quarta-feira, os sete pontos conquistados pelos Hurricanes em seus catorze primeiros jogos igualam o pior início de temporada da história da franquia, marca essa conquistada nas temporadas de 1992-93 e 1993-94, quando o time ainda estava em Hartford. Essa derrota não foi significativa neste mau início, afinal as outras onze derrotas tiveram um peso igual (ou quase, no caso daquelas depois dos 60 minutos).

Mas ela teve algum destaque por representar que dias piores podem estar por vir: o principal atacante do time, Eric Staal, ficou fora justamente dessa partida, depois de uma sequência de 349 jogos seguidos atuando, uma das mais longas da liga. Além da sequência, Staal ficou fora de apenas um jogo em toda a sua carrreira. A natureza de sua contusão é desconhecida para o público e a imprensa, pois o time só divulga que é na parte superior do corpo, uma das expressões mais esclarecedoras desde "o problema não é você; sou eu". O máximo que se sabe é que ele deve ficar fora de alguns jogos. No mês passado ele já tinha sido poupado de treinos por causa de um incômodo na parte de baixo do corpo.

Em 2009-10 Staal não vinha correspondendo às expectativas que sempre o cercam. Seus três gols e duas assistências até aqui são bem menos do que ele costuma produzir nas CNTP (condições normais de temperatura e pressão) e sua velocidade e potência de chute claramente estavam abaixo do normal. Não há dúvidas de que se ele estivesse produzindo a contento os Hurricanes estariam numa situação menos pior.

Depois de uma campanha nos playoffs que não deixou de ser surpreendente, mesmo com umma boa parcela do elenco remanescente do título de 2005-06, esperava-se que os Canes pudessem reproduzir tal campanha novamente ou, ao menos,classificar-se com certa facilidade para a pós-temporada, ainda mais se levarmos em condição a ridícula divisão em que o time joga. Olhando para trás, a tarefa é mais difícil do que parecia à época.

Chad LaRose, por exemplo, jogou como nunca no ano passado e assinou uma generosa renovação de contrato nas férias. Produção igual à de 2008-09, quando ele teve os melhores números de sua carreira, seria difícil, pois não estamos falando de um craque legendário, mas cinquenta por cento já seriam satisfatórios, e nem isso ele tem demonstrado. Ainda não marcou gols neste ano. Já as atuações do goleiro Cam Ward nem caíram tanto assim, mas seu números pioraram o bastante para se perceber que nem tudo isso é culpa da porosa defesa à sua frente.

Contusões também deram sua contribuição, e chega a ser quase irônico que Staal tenha se contundido justo quando Erik Cole tinha acabado de voltar — a ausência de Cole não foi a única razão para o declínio da produtividade de Staal, mas certamente foi uma das razões. Ainda é possível citar a brusca queda da equipe de vantagem numérica e erros primários tanto na defesa como no ataque para explicar o que está acontecendo com os Canes.

"Você tenta renovar com todo mundo, e eles ficam totalmente diferentes do padrão de suas carreiras", reclama o GG Jim Rutherford. Talvez devêssemos ter promovido uma mudança mais radical. Talvez não devêssemos ter contado com tantos veteranos. Não tenho respostas para isso, ninguém tem e todos podem tentar adivinhar. Obviamente, o que quer que eu tenha feito não funcionou." Essa última frase indica um mea culpa até raro no mundo dos esportes, mas ele não consegue segurar as críticas que todos sabem que os jogadores merecem: "Já vi o bastante para estar decepcionado como nunca estive com time nenhum. Ainda acho que aqui há o bastante para dar a volta por cima, mas quando você assiste ao que temos assistido por aqui na última semana faz você questionar se dá mesmo para conseguir dar essa volta."

Com o pelotão de frente do Leste abrindo uma distância considerável, uma rápida recuperação é necessária para que Raleigh não precise de um binóculo para enxergar a concorrência. Olheiros de outros times, tais quais urubus em volta de carniça, esfregam as mãos e já frequentam partidas dos Hurricanes aos montes, para avaliar o que poderão conseguir em troca quando bater o desespero em Rutherford.

O que, a julgar pelas suas declarações de dois parágrafos acima, não deve demorar muito.

Alexandre Giesbrecht, 33 anos, descobriu Brand New Sin por uma música e agora quer saber se o resto da produção da banda é tão bom quanto.
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Página publicada em 5 de novembro de 2009.