Quem diria, o New York Rangers é talvez o time mais quente da NHL nessa pausa para as Olimpíadas. São seis vitórias consecutivas. A última derrota no tempo normal foi em 24 de janeiro, contra o Buffalo. De lá pra cá foram oito jogos e apenas uma derrota, e na prorrogação. Apenas cinco pontos separam o time de Jaromir Jagr dos líderes da NHL, o Detroit Red Wings. E estão a apenas quatro dos líderes da Conferência Leste, o Carolina Hurricanes.

Jagr, renascido nesta temporada, lidera a liga em gols e pontos. É ainda o vice-líder geral em gols da vitória, gols em vantagem numérica e ainda em assistências, ao lado de seu parceiro Martin Straka. Se as coisas continuarem como estão, vai ser difícil de não conceder mais um Troféu Hart ao Tcheco Maravilha.

Mas os sucessos individuais dos Rangers não se resumem a ele. O defensor Michal Rozsival é vice-líder da liga em +/-. O calouro Henrik Lundqvist é um dos goleiros de melhor performance na temporada, vice-líder em média de gols sofridos e em aproveitamento de defesas. E o garoto é um novato atuando por um time que, até a última temporada, tinha uma avenida na defesa!

Durante as duas últimas semanas, os Rangers aproveitaram a ótima fase — e a queda de produção do Philadelphia Flyers — para tomar a liderança da Divisão do Atlântico. É o resultado de um novo NY Rangers, uma nova equipe, um novo comando. Dinheiro nunca faltou, qualidade também não. Faltava era ordem, espírito de equipe, comando. De nada adianta juntar grandes craques se não há química, ou se a coisa é feita de forma desproporcional. Os Rangers deixaram de ser compradores de qualquer porcaria disponível para realmente montarem um time e investirem no conjunto.

O ambiente, a filosofia do time mudou tanto — assim como o novo panorama geral da liga — que hoje assistimos a rumores sobre negociações dia-limite de trocas que sequer envolvem o rico time de Nova York. Todos aqui sabem que, na recente época de colheita constante de fracassos, os Rangers (e o inesquecível Glen Sather!) eram os principais alvos de times querendo se livrar de salários altos. Havia sempre um jogador com um salário gordo sobrando em algum canto que ninguém iria querer. Ninguém, exceto os Rangers. O tempo passou e as coisas mudaram. Pior para os Islanders, que não mandaram Alexei Yashin para lá.

Trata-se de um time que vai melhorando conforme a temporada vai se desenrolando. O que é compatível com a mudança de filosofia. Não apenas isso, mas também com a mudança de elenco. Afinal, na última temporada eles desistiram de vez e rifaram o que puderam. Muita gente saiu.

Nesta temporada a boataria meio que inverteu os fatores. Os Rangers saíram da figura de possíveis compradores para vendedores. Especificamente do defensor Tom Poti, que ganha um novo time interessado a cada dia na imprensa. Mesmo isso arrefeceu nos últimos dias.

No fim das contas a parada para as Olimpíadas veio em má hora para o time. Não era fogo de palha, os Rangers não estavam apenas numa boa semana. Foram duas semanas espetaculares. Eles teriam sido o time da semana por duas vezes consecutiva dos Rankings da Slot, não tivesse o Detroit Red Wings uma semana tão perfeita como a última.

Aproveitando a parada para as Olimpíadas

Interessante notar com times cresceram e caíram ao longo da temporada, diante do retrato que podemos tirar da classificação geral nesse momento. Há algum tempo que Toronto, Montreal e Atlanta estão embolados, disputando o que seria a última vaga para os playoffs pelo Leste. Os três recebem agora a companhia do Boston Bruins, que chega aos poucos. Tampa Bay e New Jersey, após um começo ruim, se consolidam entre os times que vão além da temporada. E Washington e Pittsburgh prosseguem a briga dos últimos anos, para ver quem é o pior.

Do lado Oeste o Anaheim é quem vem crescendo aos poucos. Já que o San Jose tem ótimos momentos, mas sem manter uma produção regular, os futuros ex-Mighty Ducks é que parecem ameaçar uma das vagas que dois times em decadência ameaçam deixar escapar: Los Angeles e Edmonton. Outro que também vem crescendo, embora em menor grau, é o Minnesota. Surpreende ver o Vancouver jogando abaixo do esperado, mas tem sido o suficiente para se manter no grupo do alto.

Arrisco palpitar que os quatro últimos de cada conferência estão descartados para qualquer sonho de playoffs nesta temporada. Acredito ainda que o Edmonton prossegue caindo e que o Boston não consegue chegar lá. Mas a briga boa vai ser assistir a Montreal e Toronto brigando pelos playoffs.


Marcelo Constantino dá um viva ao México. Viva!
SUPERCRAQUE Jagr sempre foi considerado um dos melhores do planeta, e nesta temporada, ele está de volta à liderança da liga (Dave Sandford/Getty Images - 11/02/2006)
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Página publicada em 15 de fevereiro de 2006.