Por: Eduardo Costa

Antes de tudo, queria divulgar que agora conto com endereço eletrônico com a grife TheSlot.com.br. Eu não queria, mas não tive escolha. Anteriormente, a redação em São Paulo recebia minhas colunas via sinais de fumaça, mas fortes correntes de ar entre o Rio de Janeiro e a capital paulista começaram a desviá-las. Isso explica por que o Diário Matutino de Taubaté publicou uma coluna de minha autoria sobre a ineficiência da equipe de desvantagem numérica do Atlanta Thrashers, no último dia 6, sem os devidos créditos.

Para que isso não volte a acontecer, analisei duas opções: pombo-correio ou e-mail. Como o milho anda caro e remuneração de um analista de hóquei aqui na TheSlot.com.br não é lá grande coisa, a opção de sustentar um pombo foi logo descartada. Então, se você quiser criticar, difamar, sugerir um tópico, ter uma opinião obscura publicada neste espaço ou me enviar uma garrafa de tequila Jose Cuervo, o caminho é eduardo [arroba] theslot [ponto] com [ponto] br. Agora, se quiser elogiar, provavelmente você leu a coluna de Marcelo Constantino pensando que era a minha. Ah, e por favor não pergunte nada difícil, que me obrigue a pensar muito, como, por exemplo, o que leva o gerente geral do Boston Bruins, Peter Chiarelli, a fazer tanta merda.

Bom, e como demorei alguns dias para aprender a lidar com esse complicado mecanismo — e-mail —, o tempo para escrever uma matéria de verdade ficou escasso — tudo mentira!—, então escrevi algumas notas. Por favor, finja que isso aqui é uma coluna. Ou então, você, astuto leitor, apenas clique em alguns dos links ao lado. É o que eu faria.

Petr Sykora cala nossa boca. Novidade?
Nada melhor para um jogador do que ver seu nome profanado nas nossas páginas. Na última edição afirmamos que Sykora estava mais perto da seção de obituário do Edmonton Sun — jornal local — do que das manchetes esportivas. Criticávamos a inconsistência do atleta tcheco, que teve um começo arrasador de temporada e depois entrou em longo período de hibernação.

Pois bem, três dias depois dessa crítica cruel e justa, ele deu o passe para Shawn Horcoff marcar o gol da vitória contra o Chicago Blackhawks. Duas noites depois ele triplicou a produção, contabilizando três assistências no cortejo contra o Atlanta Thrashers — vencido pelo time da província de Alberta por 5-1.

Pena, para os comandados por Craig MacTavish, que a longa seqüência de sete partidas fora de casa tenha começado de maneira desastrosa, ao caírem na terça-feira frente os Bruins por 3-0, em Boston. Com isso a equipe segue seis pontos atrás do atual dono da oitava posição da Conferência Oeste, o Minnesota Wild, e do sétimo colocado, o Vancouver Canucks, sendo que o time da Columbia Britânica tem um jogo a menos que seus concorrentes próximos.

Niklas Backström, o novo homem de gelo finlandês
Por falar em Wild, a última partida do goleiro Manny Fernandez na NHL data de 30 de janeiro desse ano. Desde então está no departamento médico de sua equipe, lidando com uma contusão no joelho.

Quem esperava que o Wild fosse sucumbir com essa ausência se equivocou. O finlandês Niklas Backström vem aproveitando a chance, e desde que assumiu o posto de goleiro número um, venceu quatro das cinco partidas que disputou. Ao todo, na temporada, apresenta uma média de gols sofridos inferior (2,17) e de porcentagem de defesas (92,6%) superior às apresentadas por Fernandez até agora. O que mais impressiona no goleiro é sua frieza, gerando comentários a respeito dessa característica, até mesmo do reservado treinador Jacques Lemaire, que raramente elogia seus comandados em público. Apesar de já ter 29 anos, essa é a primeira temporada de Backström na NHL.

Se você está achando esse nome, Niklas Backström, familiar, saiba que talvez você não esteja bêbado — bem, é provável que alguns de que vocês estejam. Aqui mesmo, nessa publicação, já falamos sobre ele, quando comentávamos sobre seu clube formador, o Karpat Oulu, da liga finlandesa.

Fatality!
Lembram-se daqueles jogos educativos de videogames onde não bastava apenas vencer o oponente, como também existia a bela possibilidade de arrancar-lhe os olhos, de transformá-lo numa porção de estrume, de decapitá-lo, ou até mesmo de incinerar o derrotado? Pois bem, foi quase isso que Ronald Petrovicky, do Pittsburgh Penguins, fez com o jovem Kris Newbury, do Toronto Maple Leafs, durante o confronto entre essas duas equipes no último sábado.

Diante de quase 20 mil pessoas no Air Canada Centre, Petrovicky nocauteou Newbury de uma forma brutal.

O central Newbury, atuando em sua 15.ª partida na NHL, foi retirado do gelo de maca. Eu poderia descrever o lance aqui, mas uma invenção gloriosa e bondosa pode ser de mais valia: viva o YouTube!

Clássico da NHL?
Falando mais sobre esse confronto entre Maple Leafs e Penguins, tive o prazer de acompanhar as duas partidas disputadas por essas agremiações nesse ano. Ambas tiveram os ingredientes que fazem do hóquei no gelo o esporte mais magnífico do globo terrestre.

No primeiro embate tivemos uma mostra de como um time deve reagir quando seus principais atletas começam a ser caçados no gelo. Evgeni Malkin e Sidney Crosby estavam impossíveis e os Leafs começaram a distribuir pancadas — nada contra, é o que eu faria! —, aí a molecada casca-grossa coadjuvante do time de Pittsburgh entrou em cena. Após Bryan McCabe tentar fazer em Crosby o mesmo que Adam Graves fez com Mario Lemieux — o imortal lance durante a pós-temporada de 1992, onde o ex-jogador dos Rangers quebrou a mão de Lemieux com uma tacada —, ele virou alvo da fúria de Chris Thorburn e Brooks Orpik.

Já no mais recente confronto tivemos um jogo incrível, que justificou a presença do maior público da temporada até agora (19.620), com os Leafs quase vencendo uma partida que parecia perdida. Quem acabou fazendo a diferença foi o novato Jordan Staal. O companheiro de Malkin na segunda linha do time terminou a noite com um hat trick, com o último desses gols acontecendo na prorrogação.

Jordan tem 23 gols na temporada, apenas um a menos que seu irmão, o já consagrado Eric Staal, do Carolina Hurricanes. Desses 23 gols, cinco foram em desvantagem numérica. Liderando a liga em gols nessa situação, atuando na mesma linha que Malkin e se consolidando com um dos candidatos ao Troféu Calder... e tudo isso aos 18 anos de idade! Com 18 anos eu, mediocremente, escrevia artigos obscuros sobre hóquei no gelo para menos de meia-dúzia de leitores, e hoje eu... deixa pra lá!

Arte e brutalidade, patinando lado a lado
Entretenimento é isso. É inegável que o time de Anaheim é um dos mais vistosos e técnicos da NHL, mas o time também agrada a quem não dispensa uma boa briga. Se os Ducks já não lideram a conferência em pontos, pelo menos quando as luvas caem ao gelo eles estão com uma folga admirável e devem levar o Troféu Bob Probert, concedido por TheSlot.com.br à equipe que mais colabora com o derramamento de sangue na NHL — se os vândalos da The Hockey News podem criar seus troféus, nós também podemos!

Até o fechamento dessa edição foram 53 brigas envolvendo seus jogadores. Os Predators vêm na distante 2.ª posição com 31 penalidades por esse nobre motivo. George Parros (13 brigas), Shane O'Brien (11), Shawn Thornton (9) e Travis Moen (8) são os maiores responsáveis. Com tudo isso fica o aviso, se for chegar perto de Teemu Selanne, Andy McDonald, Ryan Getzlaf e outros membros ilustres dos comandados por Randy Carlyle, esteja preparado para uma batalha.

Bem, isso é tudo. Na próxima edição prometo uma coluna de verdade. Agora faça um favor a si próprio e clique nos links ao lado. Tem coluna do Giesbrecht, do Fernandes, do Constantino, do Leal...

Eduardo Costa indica a versão do Cannibal Corpse para o clássico "Zero The Hero", do Black Sabbath.
Frank Gunn/AP
Flawless Victory! Kris Newbury levou a pior no duelo com Ronald Petrovicky. Leafs e Penguins estão fazendo com que os atuais confrontos entre Red Wings e Avalanche pareçam amistosos entre dois times de uma liga de vôlei para freiras!
Ann Heisenfelt/AP
Backström recebe a saudação de Mark Parrish por mais uma vitória. O goleiro finlandês preferia uma garrafa de Koskenkorva vodka, mas se uma saudação é o melhor que Parrish pode oferecer, vai fazer o quê?
Arquivo pessoal
Nós amamos cerveja Fosters. As garotas também amam a cerveja Fosters. Nós amamos as garotas. E com elas, o que seria uma coluna medonha se torna uma escritura sagrada.
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Página publicada em 14 de fevereiro de 2007.