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Alexandre Giesbrecht A série entre Sabres e Rangers parecia fácil para o time de Buffalo no papel.
Continuou parecendo depois do jogo 1, mesmo ele não sendo tão tranqüilo quanto o placar de 5-2 pode fazer parecer, e nada no jogo 2 mudou essa impressão. Mas Henrik Lundqvist e o Madison Square Garden ajudaram a deixar a série empatada em dois jogos.
Alguns vão dizer que os árbitros Bill McCreary e Dave Jackson — ou a NHL, em uma teoria da conspiração que tem algum embasamento, tal o sofrimento infligido nos times de Buffalo em todas as ligas — também teve papel fundamental no resultado. Para essas pessoas, o gol anulado de Daniel Brière foi absolutamente injusto. Mas não há nada que ele — ou a NHL — pudesse fazer no lance em questão.
Nos últimos segundos do jogo, Brière tentou contornar por trás do gol para marcar. Lundqvist esticou sua perna direita ao máximo e pareceu ter feito a defesa. Logicamente, McCreary e Jackson decidiram que o gol não tinha sido marcado. O olho, afinal, pode errar.
E o vídeo?
Aí é que está o problema. Não dá para ter certeza de que o disco entrou, não importa qual ângulo se coloque na tela. E as regras não deixam margem a dúvidas: se não for possível tirar uma conclusão das imagens, a decisão no gelo permanece. Por mais que o bom senso diga que é bem provável que o disco tenha entrado.
A torcida de Buffalo vai protestar, é claro. Ela já está calejada nas decisões por vídeo, depois da decisão (incorreta) que tirou deles a chance de estender a série final em 1999, quando Brett Hull, dos Stars, marcou o famoso gol com o patim dentro da área. Mas, desta vez, não há do que reclamar, a não ser da performance do seu time, que marcou apenas dois gols nos jogos em Nova York. Ou de sua equipe de vantagem numérica, que converteu apenas uma de 13 oportunidades na Grande Maçã.
Esse problema já tinha acometido os Sabres na primeira fase. Mas a diferença técnica era tão grande em relação aos Islanders que a classificação veio por osmose. Agora, a diferença técnica nem é pequena, mas já não dá mais para o Buffalo se dar ao luxo de subir no salto. Os Rangers já provaram que estão jogando para valer.
Aliás, essa é uma característica que se vê nos Senators, na outra semifinal do Leste. Os Sens não podem, claro, ser considerados a zebra de sua série, mas nos três primeiros jogos contra os Devils, têm jogado um hóquei agressivo e consistente. No caso dos Rangers, é pela mais absoluta necessidade, pois é a única maneira de eles passarem pelos Sabres. Até Jaromir Jagr está jogando defensivamente como nunca se viu.
É incrível como para ele as coisas estão sempre fantásticas. Não que se espere que ele faça críticas à sua própria administração, mas, pelas suas declarações, tudo está perfeito e a NHL não precisa de nenhum ajuste. Para ele, o contrato com a tal da Versus está uma maravilha ("Ela está nos dando a evidência e o tipo de tratamento que não conseguíamos antes."), ninguém tem do que reclamar quanto à violência no gelo ("Estamos vigilantes.") e a torcida está gostando da tabela como ela está ("Nossos torcedores não estão nos dizendo que não gostam.").
Tudo isso já seria suficiente para enervar qualquer torcedor de hóquei. Mas o torcedor brasileiro — na verdade, qualquer um que more fora dos EUA ou do Canadá — tem mais um motivo. Diante da pergunta de Muir sobre o mercado internacional, a resposta de Bettman foi um balde de água fria.
"Bem", começou Bettman, "acho que nosso foco principal tem sido melhorar nossa posição na América do Norte. Agora temos uma parceria com nossos jogadores e pudemos voltar fortes, estabelecendo recordes de público no ano passado e neste. Assim que estivermos confiantes nas sólidas fundações que criamos, vamos seguir adiante. Há um interesse substancial pelo nosso esporte no Exterior, então vai ser uma oportunidade para respondermos a esse interesse."
Ou seja, falou, falou e não disse nada.
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Página publicada em 2 de maio de 2007.