Boston Bruins
2006-07: 35-41-6 (13.° no Leste, não foi aos playoffs).
Quem chegou: G Manny Fernandez, D Dennis Wideman, P Peter Schaefer
Quem saiu: C Brad
Boyes, P Shean Donovan.
Peter Chiarelli, gerente
geral dos Bruins,
parece ter ficado
com pouco da experiência
conquistada quando era o assessor
dos GGs dos Senators.
Já é a segunda temporada no
comando, e a equipe insiste em
trazer jogadores do Ottawa
para preencher seus espaços. Se na temporada passada
eles ofereceram um contrato
gigantesco — digno da altura
do jogador — a Zdeno Chara
e posteriormente assinaram
com Brandon Bochenski, desta
vez a caça foi a Peter Schaefer.
Porém, ao invés de formar um
grupo coeso, os Bruins ainda
lembram um quebra-cabeça desmontado. Apesar de excelentes
peças como Phil Kessel,
Marc Bergeron, Glen Murray e
Chara, o grupo não se encontra,
como se viu na última temporada.
E o time era meu favorito
a surpresa do ano. Neste ano, é difícil acreditar que algo vá
mudar. Por mais que Manny
Fernandez tenha se mostrado
um goleiro competente, é pouco para reverter o caótico
cenário atual. Chara continua
com dificuldade para encontrar
um parceiro — atuando contra
as primeiras linhas adversárias,
teve sua pior temporada
desde que saiu dos Islanders.
No ataque, desde a saída de
Joe Thornton, Murray não encontra
parceiros que o façam
voltar a ser o goleador de antigamente.
Bergeron e Marco
Sturm tentaram, sem sucesso,
e a saga continua. O jeito é
buscar uma nova escolha alta
e partir para a renovação. Os
anos de chance de título com
Thornton já eram. Será uma
longa temporada em Boston.
Buffalo Sabres
2006-07: 53-22-7 (1.° no Leste, eliminado na final da conferência pelo
Ottawa).
Quem chegou: G Jocelyn Thibault.
Quem saiu: C Chris Drury,
C Daniel Briere, P Dainius Zubrus.
Eles chegaram muito
perto, mas não o suficiente,
no momento
que mais importava. Agora,
após a ressaca da eliminação
precoce dos playoffs, os Sabres
precisam se reagrupar e superar
as consideráveis perdas
das férias. Se não bastasse
isso, os Sabres enfrentaram
uma situação inusitada: superar
uma oferta exagerada dos
Oilers para não perder também
Thomas Vanek. Passado
o susto e o pesadelo, agora é hora de os Sabres se reagruparem.
Por sorte, poucos
elencos têm um potencial tão
grande como os Sabres. Com
o retorno de Tim Connolly,
recuperado de uma concussão
que o tirou de boa parte
da temporada passada, e a subida
dos calouros de Rochester — como Daniel Paille, Drew
Stafford e Nathan Paetsch —, sabemos que os Sabres novamente
oferecerão muito
perigo. O gol continua protegido
pelo esquisitão, mas
excelente Ryan Miller, que a
sua frente voltará a contar
com Teppo Numminen, recém-operado
do coração e Jaroslav Spacek, que precisa justificar a
sua contratação como grande
estrela na temporada passada.
Brian Campbell completa o trio
que liderará a força defensiva.
No ataque, um elenco que inclui
Vanek, Maxim Afinogenov,
Connolly, Derek Roy, Ales
Kotalik e Jochen Hetch é a garantia
de mais uma grande
campanha ofensiva em Buffalo.
Fica a dúvida: mesmo com tantos jogadores excelentes, os
Sabres serão capazes de superar
as pedras dos playoffs?
Já há uma forte insinuação de
que eles não seriam valentes
e brigadores o bastante para
alcançar todo o potencial dirigido
por Darcy Regier. Pelo
bem do hóquei, que os Sabres
consigam supear todas as
expectativas e levar a Copa
Stanley nesta temporada.
Montreal Canadiens
2006-07: 42-34-6 (10.° no Leste, não foi aos playoffs).
Quem chegou: C Bryan Smolinski, D Roman Hamrlik, D Josh Gorges, D Patrice Brisebois.
Quem saiu: D Sheldon Souray, D Craig Rivet, P Sergei Samsonov.
Os Canadiens lembram
uma versão mal-sucedida,
ao menos até
agora, dos Penguins. Justificase:
ainda é cedo para julgar se
eles serão um sucesso ou fracasso.
Além disso, os Habs
não tiveram a sorte de colecionar
escolhas altas, já
que não chegaram ao limite
da mediocridade como os Penguins. Povoado de jovens
talentosos, apoiados por um
pequeno grupo de veteranos,
como Saku Koivu e Alexei
Kovalev, o Montreal virou mero
coadjuvante em uma conferência — e uma divisão em especial — fortalecida. Quando a notícia
de maior impacto no seu recesso
não passa de um rumor
(alguém mais realmente achou que Patrick Marleau iria para
Montreal?), nota-se quanto
esse time ainda tem a crescer.
O gol traz a primeira esperança.
O titular Cristóbal Huet é
seguro, e a torcida ainda pode
contar com dois jovens goleiros
entre os mais cotados da liga:
Jaroslav Halak e Carey Price.
Na defesa, a perda de Sheldon
Souray representa preciosos
pontos perdidos por culpa
de uma vantagem numérica
menos eficiente, mas também
representa uma defesa menos
insegura, já que ele era praticamente
um atacante atuando
na defesa. No ataque, os jovens
terão de aparecer. Koivu
e Kovalev não serão capazes
de suprir todos os gols necessários,
obrigando Guillaume
Latrendesse e Christopher
Higgins a se superar para
evitar que o ataque fique raquítico.
Embora haja talento de
sobra, dificilmente neste ano
a equipe será muito competitiva.
Mas se mantiver o grupo
intacto por duas temporadas,
pode facilmente virar uma das
potências do Leste.
Ottawa Senators
2006-07: 48-25-9 (4.° no Leste, perdeu a final da Copa Stanley para o
Anaheim).
Quem chegou: GG Brian Murray, P Shean Donovan, D Luke
Richardson.
Quem saiu: GG John Muckler, P Peter Schaefer, C Mike Comrie, D
Tom Preissing, P Oleg Saprykin.
Os Senators seguem
se adaptando sobre
uma base sem grandes
mudanças. Com o sucesso
no Leste e a posterior derrota
nas finais da Copa Stanley,
os movimentos se mostraram
ainda mais sutis — ao menos
no gelo. Tom Preissing, Mike
Comrie, Peter Schaefer e Oleg
Saprykin foram substituídos
por jogadores capazes de
cumprir mesma função com
um preço mais em conta. A única grande mudança deu-se
nos bastidores. John Muckler e
Brian Murray aparentemente
já não concordavam sobre
o gerenciamento do time, e o
primeiro foi demitido em favorecimento
do segundo. No
banco aparece John Paddock,
aprendiz de Murray, que mantém
a estratégia de sempre:
um time forte na marcação,
técnico e capaz de provocar
erros do adversário ainda em
sua defesa. O gol pode ter a única grande novidade dentro
do gelo: Martin Gerber
mostrou ser capaz de voltar a
atuar como nos Hurricanes e,
após uma bela pré-temporada,
pode roubar a cena de Ray
Emery, que retorna de cirurgia
complexa no pulso. A defesa mostra a mesma força, com
o par principal de defensores
de contratos recém-renovados.
Wade Redden agora tem
de mostrar por que é o jogador
mais bem pago em um elenco
recheado de estrelas, especialmente
após uma temporada
muito abaixo do esperado. O
ataque segue liderado pelo
capitão Daniel Alfredsson,
apoiado por uma dupla perigosa, Jason Spezza e Dany
Heatley. O segundo quer marcar
50 gols pelo terceiro ano
seguido. Os Sens voltam com
jeito e status de favorito, mas,
em ano de renovação de cotnrato
de três dos maiores
jogadores do time — Heatley,
Redden e Spezza —, podemos
ver um time muito diferente
em 2008-09 se neste ano o título
não for para Ottawa.
Toronto Maple Leafs
2006-07: 40-31-11 (9.° no Leste, não foi aos playoffs).
Quem chegou: P Jason Blake, G Vesa Toskala, P Mark Bell.
Quem saiu: C Yanic Perreault, P Jeff
O’Neill, C Michael Peca.
A capital do hóquei
mundial ficou de
novo fora dos playoffs
da NHL. Com retrospecto
negativo nos dois últimos anos,
os Leafs estão contra a parede.
Pressionados por uma
torcida que não suporta mais
ver sua equipe tão longe do
topo, é difícil sequer implantar
um plano bem sucedido de renovação. Assim, os Leafs
abriram o recesso com uma
troca que ia totalmente de
encontro com o esperado na
temporada passada, quando
subiram para o elenco profissional
Alexander Steen,
Matt Stajan e Kyle Wellwood.
Vieram, em troca de três escolhas
razoavelmente altas, o
goleiro Vesa Toskala e Mark Bell, um atacante-problema.
Apesar disso, espera-se que
Mats Sundin, já próximo da
aposentadoria, consiga liderar
os Leafs a uma campanha
digna. Apoiados em um dueto
no gol que pode se revezar sem
grande queda de qualidade, e
numa defesa liderada pelo cortejado
Bryan McCabe e pelos
experientes Tomas Kaberle e
Pavel Kubina, o antigo ponto
fraco dos Leafs parece estar
resolvido. O recém-chegado
atacante Jason Blake, se conseguir
manter o ritmo, pode
representar a diferença entre
playoffs e fracasso. Bell precisa
finalmente atingir toda
a expectativa colocada sobre
ele e os prospectos precisam
mostrar que podem ser melhores
que a geração anterior.
A primeira notícia foi negativa:
Wellwood, com problemas físicos,
deve demorar para estrear
e Bell fica fora dos 15 primeiros
jogos do time. É pouco na maratona
de 82 jogos. Mas, para
quem ficou fora dos playoffs
por pouco nos dois últimos
anos, pode representar tudo.