Atlanta Thrashers
2006-07: 43-28-11 (3.° no Leste, eliminado na primeira fase pelos
Rangers).
Quem chegou: C Alexandre Giroux, D Ken Klee, PD Eric
Perrin, PD Chris Thorburn, C Todd White.
Quem saiu: C Eric Belanger,
D Greg de Vries, D Shane Hnidy, PD Scott Mellanby, PD Jon Sim, D Andy
Sutton, PD Keith Tkachuk.
O carma de ter time
mas não alcançar os
playoffs eles já superaram.
Em 2006-07, eles se
classificaram, e em primeiro
lugar na divisão. Apenas para
ser varridos pelos Rangers logo
de cara, é verdade. Tudo bem,
digamos que foi coisa de iniciante
em playoffs para quem
esperava mais de todo aquele
poderio ofensivo — ainda que
muito concentrado em poucos
e espetaculares jogadores.
Superado isso, o objetivo desta
temporada é um papel melhor
na pós-temporada, ou seja,
avançar além da primeira fase.
Para isso, o time precisará de
Ilya Kovalchuk (que produziu
menos no ano passado que no
anterior) e Marian Hossa
(que terá passe livre em julho).
O veterano Slava Kozlov completa
com eficiência o trio de
atacantes ofensivos da equipe.
Falta é profundidade, entretanto
nenhum outro time do
Sudeste tem isso. O time perdeu
Keith Tkachuk, mas isso
não chega a ser um desfalque.
Talvez a mais importante saída
tenha sido a do guerreiro Scott
Mellanby. Dos que chegaram, só Todd White merece maiores
atenções. A defesa, antigo
queijo suíço, agora terá Alexei
Zithnik na temporada inteira,
mas ainda falta ao menos
mais um defensor de porte.
Será necessário também que
Kari Lehtonen jogue como esperado,
diminuindo o tempo
de jogo do reserva Johan Hedberg. As lembranças dos
playoffs, quando o reserva foi
bem melhor que o titular, estarão
vivas. Teste de fogo para
o jovem Lehtonen. O time tem
tudo para vencer novamente a
divisão. Daí por diante, vai depender
do amadurecimento de
seus jovens valores. Ou do que
a gerência fizer no dia-limite.
Carolina Hurricanes
2006-07: 40-34-8 (11.° no Leste, não foi aos playoffs).
Quem chegou: C
Matt Cullen, C Jeff Hamilton.
Quem saiu: D Anton Babchuk, PD Anson
Carter, D Andrew Hutchinson, D David Tanabe, C Josef Vasicek.
Para apagar o ridículo
de sequer ter se
classificado para os
playoffs, o campeão de 2005-06 depende basicamente de
seus jovens jogadores. Rod
Brind’Amour lidera, batalha,
defende, faz gols e mantém
o nível a cada temporada,
mesmo aproximando-se cada
vez mais dos 40. Outros jogadores,
como Erik Cole, Justin
Williams, Ray Whitney e Cory Stillman — para citar apenas
os atacantes —, também
mantiveram o bom nível. Mas
uma parte essencial do resto
do time pecou, especialmente
as duas maiores promessas.
Para 2007-08, o jovem goleiro
Cam Ward vai precisar
mostrar que o Conn Smythe
de 2006 não foi só um repente
de brilho. E o atacante Eric
Staal terá deprovar que já tem
maturidade suficiente para ser um dos grandes valores
da liga. Ambos decepcionaram
na temporada passada
(e Staal ainda meteu-se em
confusão digna de páginas policiais
nas férias) e precisarão
dar a volta por cima para que
os Canes ao menos voltem aos
playoffs. Embora Cullen estivesse
no elenco campeão, o
time chega para a temporada
sem reforços significativos
e ainda perdeu Anson Carter,
David Tanabe e Jozef Vasicek.
Não é nada, não é nada... as
perdas são menos insignificantes.
O lado bom é que há
sobra no orçamento, o que deverá ser usado para trazer mais um defensor de qualidade,
que apóie com eficiência o
ataque, porque o plantel atual
não impõe muito respeito aos
atacantes adversários. Não é
preciso muito para que o time
apague a catástrofe da última
temporada, mas só chegar aos
playoffs é pouco diante desse
bom elenco. Chega a ser estranho.
Ao mesmo tempo em que
os Canes têm time para vencer
a divisão, não se pode afastar
a hipótese de um novo e consecutivo
fracasso. Ou seja,
tudo dependerá do comportamento
dos jogadores.
Florida Panthers
2006-07: 35-31-16 (12.° no Leste, não foi aos playoffs).
Quem chegou: PD Radek Dvorak, D Ken Klee, C Brett McLean, D Cory Murphy,
G Tomas Vokoun, PE Richard Zednik.
Quem saiu: G Alex Auld, G Ed
Belfour, PE Martin Gelinas, C Chris Gratton, PD Jurak Kolnik, D Alexei
Semenov.
Não se iludam: se nem
Roberto Luongo não
conseguiu carregar
este time sozinho aos playoffs,
não será Tomas Vokoun
que o fará. Mas ao menos ele
trará segurança ao gol, o que
já é bastante para um time que é considerado "do futuro" há
várias temporadas. E, ainda
melhor, a chegada dele possibilitou
a partida de Ed Belfour
e Alex Auld. Só não consegue
mesmo é mascarar o pó que
virou a troca de Luongo. O time
ainda tem um quê de equipe
júnior, e a inércia da gerência
em trazer bons veteranos
para tentar equilibrar as coisas
não ajuda. Para esta temporada,
até que a movimentação
foi melhor. Finalmente, a volta
aos playoffs? Difícil. O cenário
ruim é apenas mais do mesmo.
Inconsistência, altos e baixos, o
velho "eles são bons, mas ainda
são muito jovens" e alguma
posição de fundo de tabela. O
cenário bom é a ruptura com
tudo isso. Se Jay Bouwmeester, Nathan Horton, Olli Jokinen
e Stephen Weiss mantiverem
o contínuo progresso, a chegada
de Vokoun, Richard Zednik e
Radek Dvorak pode finalmente
colocar o time de volta aos
playoffs. As chances não são
poucas, mas nunca se sabe. Já foram algumas vezes em que
se apostou nos Panthers antes
da temporada, apenas para verificar-se, depois, que o futuro ainda é um pouco mais adiante.
Daqui a pouco, vira passado,
e tudo aquilo que se previa na
verdade nunca existiu.
Tampa Bay Lightning
2006-07: 44-33-5 (7.° no Leste, eliminado na primeira fase pelo New
Jersey).
Quem chegou: C Chris Gratton, PE Jan Hlavac, D Bryce
Lampman, D Brad Lukowich, PE Craig MacDonald, PD Michel Ouellet.
Quem saiu: PE Ruslan Fedotenko, RW Eric Perrin, D Cory Sarich.
O desafio deste time é conseguir passar
da primeira fase dos
playoffs, algo que não conseguiu
desde a Copa Stanley
de 2004. O técnico
John Tortorella não
sobrevive a mais
uma temporada
meia-boca
como as duas últimas, mas
também não
tem um grande
material nas
mãos para voltar
a fazer acontecer.
Para piorar, há
o calcanhar de
Aquiles no gol:
dois goleiros medianos
que se alternam e não
convencem. Marc Denis um
dia foi uma promessa; hoje é
uma cara desconfiança. Johan
Holmqvist é apenas outra
desconfiança. Há ainda Karri
Ramo, que é... quem é mesmo?
Ou seja, este time é uma incógnita.
Além disso, a defesa,
apesar da ótima temporada
de Dan Boyle, é ruim e o ataque
depende demais de um
pequeno punhado de grandes
jogadores. Vincent Lecavalier
e Martin St. Louis são diferenciados,
e Brad Richards é
quase isso. Bem abaixo deles e
de Boyle e Vaclav Prospal, vem
o resto. Para piorar, o MVP
dos playoffs de 2004 (Richards)
anda abaixo do esperado, e
a gerência decidiu trazer Jan
Hlavac e Michel Ouellet para
ajudá-lo a voltar ao patamar
da dupla-mor (Lecavalier e St.
Louis). Não entendo como alguém
pode ir melhor ao lado de
Hlavac e Ouellet do que ao lado
de Lecavalier e St. Louis, mas
vamos em frente. Para tentar
melhorar a defesa, o time
repatriou Brad Lukowich e espera
que Shane O’Brien atenda às expectativas. No fim das
contas, o peso vai cair nas costas
e nos tacos de Lecavalier e
St. Louis, que têm tudo para
atingir um grau ainda maior.
Dificilmente Boyle também
não fará outra grande temporada — ele terá passe livre
ao fim desta. Já é meio caminho
andado.
Washington Capitals
2006-07: 28-40-14 (14.° no Leste, não foi aos playoffs).
Quem chegou: PD Viktor Kozlov, PD Joe Motzko, C Michael Nylander, D Tom Poti.
Quem saiu: C Kris Beech, D Bryan Muir, C Jiri Novotny.
Para um time que
realmente precisa
de veteranos, a
chegada de bons e pontuais
reforços como Michael
Nylander, Viktor Kozlov e até o
criticado Tom Poti vem a calhar.
Alexander Ovechkin pode
ser sensacional, Alexander
Semin pode vir a ser também,
mas boa parte do restante do
time dos Capitals é triste. Seja
porque ainda é muito novo,
seja porque é ruim mesmo, o
fato é que várias vezes parecia
um time de liga menor atuando
na NHL, reforçado por dois
grandes atacantes, um bom
goleiro e uns poucos jogadores
mais. Mesmo com os bons
reforços, ainda é pouco para
dizer que o time é bom. Caberá
ao elenco provar que estamos
errados e que já é maduro o
suficiente (ou que é realmente
bom) para levar o time aos
playoffs — talvez mais do que
o grande objetivo do time hoje.
Não creio que haja grandes
expectativas em Washington
acerca desta temporada. Se
o time for bem e chegar no "quase lá", ou seja, se chegar perto dos playoffs, já terá sido
de bom tamanho. Classificar-se
para os playoffs é ir além
do esperado. Há uma grande
expectativa na NHL acerca
do novato Nicklas Backström,
apontado antecipadamente
como um dos candidatos ao
Troféu Calder. O fato de ele
jogar no time de Ovechkin certamente
irá atrapalhar, dada
a natural comparação entre
as temporadas de estréia de
cada um, então o calouro terá
um desafio duplo pela frente.
Se o ataque foi reforçado, o
mesmo não se pode dizer que
da defesa, que é ruim. Poti é
um daqueles defensores que
aparecem mais pelo apoio ao
ataque do que por contribuições
defensivas. De qualquer
forma, ele é melhor que todos
os demais. Eu aposto em
(mais) uma temporada espetacular
de Ovechkin, sobretudo
porque ele será agente livre
restrito na próxima temporada,
e isso tem efeitos aditivos
sobre vários jogadores russos.
Aposto também em mais uma
temporada sem playoffs para
o time de Washington.