Por: Thiago Leal

Alguns foram apontados como classificados para a pós-temporada pela equipe de TheSlot.com.br. Outros até cogitados para ganhar suas respectivas divisões, conferências ou mesmo a Copa Stanley. Assim como o surpreendente início de temporada protagonizado pelo Columbus Blue Jackets, uma turma favoritíssima vem jogando mal e complicando sua campanha para o futuro da liga, enquanto outros fadados a fracassar... não surpreendem e seguem fracassando. Já comentei os tropeços do Anaheim Ducks. E junto com o atual campeão da Copa estão devendo New Jersey Devils, Buffalo Sabres, Tampa Bay Lightning, Edmonton Oilers, Toronto Maple Leafs, Washington Capitals e o Phoenix Coyotes.

Com mil demônios!
Os Devils foram quase uma unanimidade na pós-temporada segundo os palpites da Equipe TheSlot.com.br para 2007-08. O que acontece atualmente com a franquia de Trenton se desenha mais ou menos como Fabiano Pereira (coincidentemente, o único que não palpitou a favor do New Jersey) previu no Guia para a temporada, quando afirmou que o jogo defensivo dos Devils seria enfraquecido, principalmente pela perda de Brian Rafalski, e Martin Brodeur seria cada vez mais exigido. Brodeur vem fazendo o que pode debaixo dos paus, vez por outra dividindo a responsabilidade com Kevin Weekes, mas o esquema defende-amarra-o-jogo-ataca do time não vem funcionando e a franquia se permite vazar demais. Até o fechamento desta matéria foram 44 gols sofridos contra 32 marcados. Finalmente o anti-jogo dos Devils está se voltando contra a equipe e seria interessante Brent Sutter pensar numa nova forma de por o New Jersey para jogar enquanto é cedo para reagir.

Mas de novo?
Fazer má campanha está virando rotina em Toronto? Fora da pós-temporada em 2005-06 e em 2006-07, os Leafs parecem se esforçar para fazer papelão outra vez. A defesa, de quem se esperaria um trabalho no mínimo razoável com os tchecos Pavel Kubina e Tomas Kaberle e com Bryan McCabe, tem se mostrado a pior da liga na atualidade, e não seria muito injusto também culpar os goleiros Andrew Raycroft e Vesa Toskala por sofrer 6, 7 gols em jogos em casa. As falhas da turma de trás dos Leafs vêm comprometendo o bom trabalho do ataque do Toronto, atualmente o segundo melhor da Liga e, com dois jogos a mais, a franquia acaba na penúltima colocação da Divisão a 11 pontos de seu rival Ottawa Senators e a quatro do arqui-inimigo Montreal Canadiens. McCabe, que estava com uma luxação na virilha desde o dia 25, voltou a treinar e deve retornar em breve aos rinques. Mas McCabe está longe de ser a solução. O problema dos Leafs é regularidade, inexistente até agora, e, se continuar assim, morre na praia de novo.

Ressaca pós-decepção?
Tudo bem que até o encerramento desta matéria os Sabres tinham 13 partidas disputadas, mas seus 11 pontos, levando em consideração a campanha nas duas últimas temporadas, são decepcionantes. O ataque tem rendido de forma estranha. Maxim Afinogenov soma apenas cinco pontos, longe dos líderes da equipe — Brian Campbell e Tim Connolly têm 12 e Thomas Vanek 10, por exemplo. E todos com números pífios de gols — Roy e Jason Pominville têm cinco cada, os goleadores da equipe no ano. A defesa deixa a desejar e o goleiro Ryan Miller não vem atuando bem. Tudo isso é esquisito porque os Sabres têm um bom time e deveria estar brigando com os Senators na ponta da Divisão. Ao invés disso, amarga a lanterna, e a única conclusão que pode-se tirar é um desânimo após as duas eliminações em finais de Conferência. Com o ânimo reestabelecido os Sabres podem voltar a render. Ter três jogos a menos por hora serve como desculpa, mas em breve vira camisa-de-força, caso a franquia não se recupere. É necessário também um melhor rendimento de Afinogenov. O russo é o jogador mais talentoso desse time e precisa fornecer mais assistência a seus alas para garantir melhores números ofensivos.

O bom (ruim) e velho Lightning?
Ninguém se encaixa melhor numa "maldição pós-Copa Stanley" que o Tampa Bay. Desde a conquista de 2004 que a franquia número 1 da Flórida vem jogando de forma preguiçosa, se classifica para a pós-temporada nas últimas e é eliminada logo de cara. Não há muito o que se dizer sobre a atual fase do Lightning. Vincent Lecavalier, Martin St. Louis e Brad Richards têm jogando bem e marcado seus pontos. Mas a defesa é fraca, os goleiros não convencem e, da forma que Marcelo Constantino previu no Guia para a Divisão do Sudeste, veremos o Lightning protagonizar mais uma temporada medíocre e, com sorte, chegará à pós-temporada e, certamente, não passará da primeira rodada. No momento, o Tampa Bay é o 27º na classificação geral. Apostei no Lightning no começo da temporada e me arrependi.

A trinca de baixo
Se NHL tivesse rebaixamento como nos campeonatos de futebol que somos acostumados a ver, estes seriam os felizardos da hora. O Washington Capitals e o Edmonton Oilers, que vêm traçando caminhos opostos, não chegam a ser decepções — o Washington porque ainda é um time em formação, para o futuro, e não há muito o que esperar da temporada atual; e o Edmonton porque vem se enfraquecendo cada vez mais desde a derrota na Copa Stanley de 2006. Ainda assim, não era de se esperar uma campanha tão ruim, principalmente por parte dos Caps com Alexander Ovechkin, Alexander Semin (atualmente machucado), Viktor Kozlov e Tom Poti. A esta altura, mesmo estando ainda em novembro, ambas as franquias podem se preparar para ficar novamente de fora da pós-temporada.

E o Phoenix Coyotes é um capítulo à parte. Tudo bem que o time de Wayne Gretzky está entre as franquias que menos jogaram na temporada — 12 partidas, mas não acredito, sinceramente, que isso vá muito para frente. O pior de tudo é que dá para ver o esforço no jogo dos Coyotes, dá para ver uma intenção por trás de tudo, principalmente nas atuações de Shane Doan, Ed Jovanovski e Radim Vrbata e no modo como Gretzky tenta dirigir seus subordinados. Mas desde o começo da temporada o Phoenix parecia um time sem aspirações, e é assim que continua. Fica claro que a franquia entra no gelo para não perder e reforça a defesa acima de tudo — o ataque fica em segundo plano e seja o que Deus quiser. Mais uma temporada jogada fora dos Coyotes, embora ninguém pudesse esperar mais que isso.

Thiago Leal divide com seu ídolo MEC o ódio pelo verão e quer mais é uma Segunda Era Glacial.
AP Photo/David Duprey
Maxim Afinogenov protagoniza um início de temporada tão decepcionante quanto o restante do Buffalo Sabres.
AP Photo/Bill Kostroun
O pequeno torcedor ao fundo acha graça. Quem não acha é Sutter, que sabe o trabalhão que vai ter pela frente.
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Raycroft leva mais um e os Leafs vêem os Senators bem longe na tabela.
Ronald Martinez/Getty Images
Mais uma temporada pífia por parte do Phoenix Coyotes. Alguma novidade?
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Página publicada em 7 de novembro de 2007.