Por: Alessander Laurentino e Rafael Roberto

Calgary Flames
2007-08: 42-30-10 (7.° no Oeste, eliminado na primeira fase pelos Sharks). Quem chegou: P Todd Bertuzzi, P Mike Cammalleri, P Andre Roy, P Curtis Glencross, P Rene Bourque. Quem saiu: P Alex Tanguay, P Kristian Huselius, P Owen Nolan, C Stephane Yelle, G Curtis Joseph.

Os Flames resolveram apostar em jogadores que atravessam momentos difíceis ou conturbados na carreira, como Todd Bertuzzi e André Roy. Algumas saídas não deverão ter um grande impacto no time, afinal Curtis Joseph já está na prorrogação da sua carreira e Owen Nolan foi apenas o sétimo atacante em pontos no time — e o nono geral, atrás de dois defensores. Já as saídas de Kristian Huselius e, principalmente, de Alex Tanguay, sim, deverão afetar os albertenses. A dúvida consiste basicamente em saber se quem chega vai suprir a ofensividade e a qualidade que Tanguay dava ao time. Com uma equipe relativamente renovada, os Flames esperam contar novamente com a liderança de Jarome Iginla, que parece ter recuperado seu faro ofensivo, marcando 98 pontos em 2007-08 e registrando ainda o melhor mais/menos do time. No gol, Miikka Kiprusoff será novamente o encarregado de sustentar as chances de vitória, às vezes até ganhando jogos quase sozinho. Resta saber se seu relacionamento com o difícil técnico Mike Keenan ficou abalado depois dos últimos playoffs, quando o arqueiro foi substituído duas vezes na série em que os Flames foram eliminados, e se isso terá alguma influência em suas atuações. Além disso, algumas declarações de ambos os lados deixaram uma certa "tensão" no ar. Chegar aos playoffs não deverá ser uma grande preocupação para o Calgary, mas conquistar a divisão será fundamental para evitar ter de encarar um Detroit logo na primeira fase da pós-temporada. O problema é que vencer a divisão será algo bem mais difícil do que a torcida gostaria, afinal de contas nunca é fácil superar Wild, Canucks, Avalanche e os eternos rivais Oilers. Mas não custa nada tentar, não é mesmo?

Colorado Avalanche
2007-08: 44-31-7 (6.° no Oeste, eliminado na segunda fase pelos Red Wings). Quem chegou: P Darcy Tucker, G Andrew Raycroft, P Brian Willsie, D Daniel Tjarnqvist. Quem saiu: G José Théodore, D Jeff Finger, P Andrew Brunette, D Kurt Sauer, P Brad Richardson.

A torcida do Avalanche não deve esperar uma grande campanha do seu time para esta temporada; ir aos playoffs já será um grande feito e qualquer coisa além disso, um enorme lucro. A razão para isso é simples: como confiar num time que, depois de ter um dos melhores goleiro de todos os tempos, hoje possui possivelmente a pior dupla de arqueiros da liga? O Avalanche perdeu José Théodore, que no final da última temporada começou a dar sinais de que tinha recuperado seu bom jogo. Para seu lugar, contratou Andrew Raycroft, que nem de longe demonstra ser o goleiro que irá ganhar jogos no Colorado. O titular deverá ser Peter Budaj, que sempre alternou bons e maus momentos com a camisa dos Avs. Para a defesa nenhuma contratação de peso foi feita, mas também nenhum grande nome foi embora. Assim, esses bons zagueiros precisarão se redobrar para facilitar o trabalho dos goleiros. Praticamente todos os homens de frente que foram eliminados pelo Detroit estarão na abertura da temporada, entre eles Joe Sakic. O capitão refletiu bastante durante as férias e decidiu jogar mais um ano. Ele continuará liderando o grupo misto de jovens talentos — como Paul Stastny, Wojtek Wolski e Marek Svatos — e veteranos — como Ryan Smyth, cujas contusões atrapalharam o seu rendimento na última temporada, e o recém-chegado Darcy Tucker, que dá mais qualidade ao jogo físico. Tucker, aliás, chega para preencher a lacuna aberta com a saída de Andrew Brunette. Se dentro do gelo as mudanças não são muitas, fora dele são: Joel Quenneville deixa o comando e dá lugar ao homem que substituíra em 2004, Tony Granato, dono do melhor rendimento histórico entre todos os treinadores dos Avs.

Edmonton Oilers
2007-08: 41-35-6 (9.° no Oeste, não foi aos playoffs). Quem chegou: P Erik Cole, D Lubomir Visnovsky, C Gilbert Brule, D Jason Strudwick. Quem saiu: D Joni Pitkanen, P Raffi Torres, C Jarret Stoll, C Marty Reasoner.

Entra temporada, sai temporada, e parece que os Oilers permanecem no eterno papel de grande time de cidade pequena que precisa se superar para chegar aos playoffs. Novamente os Oilers terão um caminho duro até uma das oito vagas do Oeste para a pós-temporada. O pior de tudo é que, se não conseguir vencer a sua divisão, a equipe correrá o sério risco de pegar uma pedreira já na primeira fase e se despedir dos playoffs precocemente. Mas nada disso faz a turma daquela região de Alberta deixar de sonhar com uma nova viagem aos playoffs e até à finalíssima da Copa Stanley, mas dessa vez com final diferente de 2005-06, quando ficou com o vice-campeonato. Acostumados ao papel de time surpresa na pós-temporada, os Oilers não fizeram grandes contratações para esta temporada. Isso também não quer dizer que eles não fizeram nada. Sem dúvida alguma, as chegadas de Erik Cole, que vem para se juntar a Ales Hemsky e Shawn Horcoff na primeira linha, e Lubomir Visnovsky acrescentam qualidade. Já a saída de Raffi Torres abre espaço para os novatos do sistema. Na verdade, a franquia aguarda o aparecimento de um novo Doug Weight ou Ryan Smyth entre seus vários bons valores. O problema é ver se algum deles tem cacife suficiente para ser mais do que um bom jogador. Um exemplo do nível de aposta para esta temporada é a dupla de goleiros, Mathieu Garon e Dwayne Roloson. Apesar dos bons números na temporada passada e de já ter 30 anos, Garon ainda não provou ser um goleiro capaz de dar suporte ao seu time em jogos importantes ou durante uma longa campanha. Já Roloson parece sentir o peso de seus 38 anos. Apostar em Garon pode dar certo para o time, mas também existe a chance de ele se mostrar inexperiente, assim como aconteceu com Carey Price, o novato do Montreal nos últimos playoffs.

Minnesota Wild
2007-08: 44-28-10 (3.° no Oeste, eliminado na primeira fase pelo Avalanche). Quem chegou: D Marek Zidlicky, P Owen Nolan, P Andrew Brunette, P Antti Miettinen, P Craig Weller, D Marc-Andre Bergeron. Quem saiu: P Brian Rolston, P Pavol Demitra, D Keith Carney, P Todd Fedoruk, P Aaron Voros.

Famoso pela aplicação tática pregada pelo treinador Jacques Lemaire e pelo estilo defensivo, o Wild, atual campeão da divisão, vai tentar defender o título com um time ligeiramente diferente. Essa defesa forte deve ganhar mais mobilidade com as chegadas de Marek Zidlicky e de Marc-André Bergeron, dois zagueiros que apóiam bastante o ataque. Espera-se, assim, que os homens de trás possam incrementar um pouco a produção ofensiva do time para suprir a perda de dois dos seus principais jogadores de frente: Brian Rolston e Pavol Demitra tomaram novos rumos durante as férias, deixando ainda mais carente um ataque que já não era dos mais prolíficos. O Minnesota tentou compensar a saída dos dois trazendo Owen Nolan e Antti Miettinen e ainda repatriando o ídolo Andrew Brunette, que já está no lado negro de sua quarta década de vida. Com o sistema ofensivo inferiorizado, Lemaire mais do que nunca terá de contar com um Marián Gaborik saudável ao longo de toda a temporada e ainda terá que tirar leite de pedra para conseguir fazer com que o Wild deste ano pelo menos repita os razoáveis 223 gols marcados na última temporada. No gol, Niklas Backström já é um inquestionável titular, isso apesar dos números do ano passado, que não foram ruins, mas poderiam ter sido melhores, especialmente depois da expectativa criada pela boa temporada de estréia. Também importantes para o Minnesota são as equipes especiais. Se Lemaire conseguir manter o aproveitamento da última temporada (o time foi o sétimo na liga em vantagem e o quarto em desvantagem numérica), não há por que o Wild não possa brigar novamente pelo título da divisão.

Vancouver Canucks
2007-08: 39-33-10 (11.° no Oeste, não foi aos playoffs). Quem chegou: C Kyle Wellwood, C Pavol Demitra, D Lawrence Nycholat, P Steve Bernier. Quem saiu: C Trevor Linden, P Markus Naslund, C Brendan Morrison, D Luc Bourdon.

Mudança é uma palavra que não é suficiente para descrever o que aconteceu em Vancouver desde a última partida da temporada regular passada. Os Canucks não conseguiram se classificar para os playoffs depois de uma seqüência catastrófica de derrotas na reta de chegada. Isso acabou custando caro, e muitas cabeças rolaram. Salvaram-se apenas o técnico, os gêmeos Henrik e Daniel Sedin e o ídolo Roberto Luongo, mas pouca coisa continuou igual. O time agora tem um novo gerente geral, Mike Gillis, e ele optou por deixar sair o então capitão e maior astro do time, Markus Naslund. O mais estranho nisso tudo foi o fato de Gillis não ter feito sequer uma proposta ao sueco, que se mandou para os Rangers. O principal central da equipe, Brendan Morrison, também foi embora e, como desgraça pouca é bobagem, um dos mais promissores defensores da franquia, Luc Bourdon, foi vítima de um acidente fatal de motocicleta em sua região natal durante as férias. As chegadas de Pavol Demitra e Kyle Wellwood não compensam nem de longe as saídas de Naslund e Morrison, não apenas na questão técnica, mas também na liderança que eles representavam para o time, que será mais testado e exigido mentalmente depois da aposentadoria de Trevor Linden. Como uma das últimas cartadas, Gillis ainda espera outro sueco decidir se vai jogar pelos Canucks. A oferta de US$ 10 milhões por temporada parece não ter seduzido Mats Sundin. Com um time visivelmente mais fraco, os Canucks terão sorte se forem eliminados já em fevereiro. Com muita sorte, poderão sonhar com a oitava vaga, mas para isso, além de superarem em muito as expectativas, precisarão contar com tropeços dos adversários.

Alessander Laurentino e Rafael Roberto são colunistas de TheSlot.com.br.
Número 203
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Página publicada em 8 de outubro de 2008.