Por: Marcelo Constantino

O objetivo do Detroit Red Wings nesta temporada será o bicampeonato? Certamente. E certamente será um dos favoritos, como tem sido nos últimos quinze anos.

Para esta temporada o time é praticamente o mesmo, com tradicionais ajustes — acréscimos e decréscimos — aqui e ali. Um desses ajustes, entretanto, na verdade talvez conflite com a afirmativa da frase anterior, porque trata-se do atacante Marian Hossa.

Hossa não é qualquer atacante e seria ofensivo qualificar a contratação dele como um "tradicional ajuste", ou mesmo um mero "acréscimo". Não, Hossa é uma contratação estupenda, para um time que já tem uma dupla da ataque mais-que-estupenda e que acabou de ser campeão.

Hossa é mais ainda: ele foi a contratação de dia-limite do time que perdeu a Copa Stanley para o Detroit, na última temporada. Com ele no time, o Pittburgh Penguins chegou com uma tranqüilidade incomum às finais da Copa.

Hossa foi ainda o autor daquele disparo que prendeu a respiração de muitos — sobretudo deste que vos escreve — nos últimos milionésimos de segundos da última partida da Copa Stanley de 2008.

Hossa tem mais: ele poderia ter muito mais ainda no bolso, mas preferiu arriscar uma chance em Detroit, ganhando menos do que poderia — embora, claro, estejamos falando de mais de US$ 7 milhões num ano de trabalho. Sinceramente, se você vai ganhar US$ 7 milhões ou US$ 8 milhões num ano, quando você já ganha aos milhões todo ano, isso faz muita diferença? Basta doar menos para a instituição de caridade que você escolheu, que o de casa está mantido. E o mais importante: você — no caso, Hossa — vai jogar num time favorito à Copa, no time de maior e mais longevo sucesso na liga nas últimas duas décadas e cuja organização é aclamada como das mais eficiente dentre os esportes norte-americanos. Enquanto o mundo do hóquei da NHL acompanhava a lenga-lenga diária de Mats Sundin (fica em Toronto? Vai pra outro lugar? Vai parar? Vai continuar? Vai pra Europa?), Hossa — talvez o número dois na lista dos grandes agentes livres — já tinha escolhido seu time.

Enfim, Hossa escolheu Detroit.

E sabem no lugar de quem ele entra? Dallas Drake. Sim, Drake aposentou-se logo após a conquista da Copa e é o único titular de ataque da Copa Stanley que não retorna para esta temporada com o time.

Agora, pense bem: o atual campeão vai defender o título tendo trocado, a grosso modo, Dallas Drake por Marian Hossa no elenco.

Espere, portanto, por um Detroit talvez ainda mais forte nesta temporada, com um ano a mais de experiência nas costas da dupla Zetterberg-Datsyuk, agora turbinada por um atacante do quilate de Hossa. A teoria, portanto, indica que os Red Wings vêm mais fortes ainda para esta temporada. Muitos apontaram também que o que faltou aos Penguins foi experiência em playoffs. E eles chegaram perto. Ainda que desfalcado, o time terá seus craques com mais experiência nas costas. Mas tudo isso é teoria, a prática é o que veremos nos playoffs, daqui a seis meses.

Marcelo Constantino está em viagem pelas próximas três semanas e deixou pronta esta matéria.

Número 203
AP
Marian Hossa, ainda nos Penguins.
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Página publicada em 8 de outubro de 2008.