Por: Angelique S. Chengelis

Primeiro, a torcida dos Penguins vaiou-o. E agora ela está agradecendo a Marián Hossa?

Hossa rejeitou um polpudo contrato — sete anos a US$ 49 milhões — dos Penguins em julho passado para assinar um termo de um ano a US$ 7,4 milhões com os Red Wings porque ele acreditava que estes lhe davam a melhor chance para vencer a Copa Stanley. Mas foram os Penguins que levantaram a Copa na noite de sexta-feira, ao vencerem  jogo 7 na Joe Louis Arena, e Hossa deixou o gelo de mãos vazias. Pelo segundo ano seguido,  Hossa fracassou, ficando com o vice-campeonato. Mas desta vez a derrota por 2-1 foi ainda mais dolorosa. "A vida é assim, e você tem de seguir em frente", filosofou Hossa. "É uma grande experiência de vida. Às vezes é duro de engolir, mas sempre há um novo ano pela frente."

Pouco epois do jogo de sexta-feira, Hossa discutiu sua falta de arrependimento por ter tomado a decisão de dar preferência aos Wings em detrimento dos Penguins. Ao explicar os motivos por que não se arrependia da decisão, ele deixou claro o fato de que, se tivesse ficado, os Penguins não teriam conseguido renovar contrato com jogadores-chave e seriam um time diferente. "Poderíamos ficar aqui por horas discutindo isso", disse ele. Com isso em mente, não deve ser nenhuma surpresa que a torcida dos Penguins está alegre agora — depois de inicialmente ter sido inundada por raiva quando "aquele vira-casaca do Hossa" deixou Pittsburgh rumo a Detroit — com a saída de Hossa.

Uma manchete no site do jornal Pittsburgh Post-Gazette no domingo dizia: "Obrigado, Marián Hossa." O autor, Bob Smizik, fez um "agradecimento especial" a Hossa, "o homem que tornou o título possível". Ele usou a mesma lógica de Hossa, de que, se ele tivesse ficado, os Penguins não teriam espaço sob o teto salarial para assinar com outros jogadores, contribuintes de peso que, no fim das contas, levaram a Copa de volta a Pittsburgh. E que talvez, se Hossa tivesse ficado, os Penguins teriam sido mais fortes durante a temporada regular e Michel Therrien, que comandou o time até as finais no ano passado contra o Detroit, ainda seria o técnico. Ao invés disso, os Penguins demitiram Therrien e promoveram Dan Bylsma.

Essas são simples teorias. Quem sabe o que teria acontecido se Hossa, de 30 anos, tivesse permanecido em Pittsburgh. O que os torcedores sabem é o que aconteceu. Também é sabido que Hossa teve de enfrentar algumas emoções ao jogar contra seu velho time, especialmente no estádio dele. "Definitivamente, foi bem difícil", confessou Hossa. "Tentei evitar tudo, mas não é fácil. Tivemos muitas coisas acontecendo, e tentei bloqueá-las, mas você é humano. Não é fácil."

E agora? Será que Hossa, que liderou o time durante a temporada regular com 40 gols, mas marcou seis nos playoffs — nenhum nas finais —, vai voltar aos Wings ou seguirá sua carreira em outro lugar? O gerente geral dos Wings, Ken Holland, deixou claro que não haverá nenhum movimento em termos de elenco nas próximas semanas. Com relação a Hossa, muito, é claro, depende do teto salarial, mas as partes certamente continuarão conversando. Um artigo da revista Sports Illustrated neste mês disse que Hossa "provavelmente" assinaria um contrato de sete anos com os Red Wings. Mas Holland disse à época que não havia nenhum acordo finalizado.

Já que nada é concreto a respeito do futuro de Hossa, seus colegas de time apressaram-se em procurá-lo depois da derrota de sexta-feira. O goleiro Chris Osgood estava entre eles. "Apertei sua mão e disse que foi uma honra jogar a seu lado", contou Osgood. "(Eu disse a ele:) 'Tudo acontece por um motivo. Fique com ele.' Não quero falar por ele, não sei o que vai acontecer, mas espero que ele fique aqui. Ele é um grande jogador, um sujeito ainda melhor. Ele encaixa-se muito bem no nosso time. E ele estava sentido, é tudo o que dá para dizer."

Angelique S. Chengelis é colunista do jornal Detroit News. O artigo original foi traduzido por Alexandre Giesbrecht.
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Página publicada em 16 de junho de 2009.