Por: Marcelo Constantino

1 - Gary Bettman
É verdade que ele serve de Geni para todo mundo, mas é difícil imaginar que a NHL não estaria melhor sem ele.

2 - Vitórias valendo três pontos
Penso nisso desde que instituíram a disputa de pênaltis e o ponto extra para o vencedor dessa disputa. Eu manteria o sistema atual, mas com uma única mudança: a vitória no tempo normal ou na prorrogação valeria três pontos. Ou seja, se o jogo passar da prorrogação, ambos os times perdem pontos. Trata-se de valorizar a vitória no gelo, no tempo efetivo de jogo. Há times que se iludem com as vitórias na disputa de pênaltis ao longo da temporada, para se estreparem nos playoffs, quando precisam vencer no tempo de jogo.

3 - Cláusula pétrea impedindo qualquer proposta para disputa de pênaltis nos playoffs
Eliminar a prorrogação de playoffs (independentemente de qual prorrogação) é um dos maiores atentados que se pode perpetrar contra o hóquei da NHL. Desde que instituíram a disputa de pênaltis na temporada, volta e meia surge uma figura perguntando porque não se faz isso também nos playoffs. Chibatada nessas figuras!

Pior ainda é saber que esse é um sonho das emissoras de TV, que seguramente têm forte poder de persuasão na liga. Para eliminar qualquer blábláblá em cima disso, nada melhor que assegurar as prorrogações em playoffs como absolutamente intocáveis.

4 - Fim dos jogos em dias consecutivos nos playoffs
Temporada é uma coisa, playoffs são outra. Uma coisa são jogos consecutivos entre Pittsburgh e Philadelphia, que ficam quase lado a lado (ou ainda, entre os dois times de Nova York). Outra são jogos consecutivos entre Anaheim e Chicago, por exemplo, que têm de atravessar o país inteiro pra jogar. Pelo bem do hóquei e para universalizar as chances de cada time, basta proibir que se jogue em dias consecutivos durante os playoffs. Sobretudo durante as finais.

5 - Um troféu para o melhor defensor defensivo
Já há vários troféus individuais amplamente dominados por atacantes e o Troféu James Norris premia, em tese, o melhor defensor no geral. Na prática o premio acaba por privilegiar o defensor que sabe defender, mas que sobretudo ataca (e pontua) bem.

Defensores que são uma rocha defensiva, mas que não se aventuram tanto no ataque, têm chances pífias de figurar entre os concorrentes do Norris. O mesmo não ocorre com defensores que avançam ao ataque seguidamente, deixando uma avenida atrás.

Fica como sugestão criar um troféu para premiar os defensores essencialmente sob aspectos defensivos. Algo como um Troféu Frank J. Selke dos defensores.

6 - Menos times na liga
Podem ser menos dois, podem ser menos quatro times. Já estaria de bom tamanho. É difícil acreditar que fariam falta e que sua eliminação não faria bem à liga. Claro que não se trata de eliminar times tradicionais, e de cidades com tradição no hóquei como Pittsburgh, Nova York, ou mesmo ainda de qualquer cidade canadense. Trata-se de eliminar aquelas cidades onde o hóquei ainda é algo estranho.

A expansão da NHL por essas cidades pouco afeitas ao hóquei não trouxe o efeito esperado, talvez porque o hóquei efetivamente não seja um esporte nacional nos EUA. Com menos times, teremos mais qualidade geral (ao menos teoricamente).

7 - Fim da palhaçada contra as brigas e os grandes trancos
Nos últimos vários anos, sobretudo nos anos Gary Bettman, a NHL vem cada vez mais perseguindo uma postura contrária às brigas e aos grandes trancos. Ressalvando que concordo plenamente com a empreitada contrária aos golpes sobre a cabeça do jogador (isso sim deve ser combatido de forma absoluta), no mais o que vem acontecendo é uma empreitada contra as tradições do hóquei da NHL.

Já está ficando comum você ver um belo, legal, limpo e demolidor tranco sendo penalizado por causa dos efeitos que ele provoca, independentemente de ter sido desferido de forma absolutamente correta. Se o adversário se espatifa no chão e sangra, é praticamente certo que os árbitros vão expulsar o jogador que desferiu o tranco.

O clássico e espetacular tranco de Scott Stevens em Paul Kariya no jogo 6 das finais de 2003 dificilmente não seria penalizado hoje em dia. Aliás, Stevens dificilmente não seria expulso diante do espírito atual.

Chega dessa palhaçada, o hóquei é assim. É um esporte perigoso, sobretudo se você estiver de cabeça baixa.

Isso vale também para as brigas. O hóquei da NHL é um hóquei atraente porque somente lá você vê tolerância em relação às brigas. Brigas atraem o público, podem ser também fator de alteração de momentum no jogo, e mais que isso: as brigas são tradição agregada ao hóquei da NHL.

Se você ouve alguém dizer que adora hóquei, mas que odeia as brigas, dê um passo atrás. Não confie nesse sujeito.

8 - Fim da penalidade contra o instigador
É um desdobramento da ideia anterior. A penalidade contra o suposto instigador de uma briga foi instituída pela liga como forma de desincentivar os brigões, e infelizmente gerou o resultado almejado. Se é para acabar com a palhaçada anti-brigas, nada melhor que acabar com essa penalidade.

9 - Menos jogos na temporada normal
Eu entendo que os tais 82 jogos por temporada são tradicionais, mas faria alguma falta eliminar uns 10 deles? Não. E faria um bem danado ao que efetivamente interessa na NHL: os playoffs. Menos jogos na temporada, jogadores mais inteiros para os playoffs.

10 - Contratação da TheSlot.com.br como veículo oficial da NHL em português
Para que fosse um veículo diário, constantemente atualizado, nada disso de revista semanal. E pagando salários milionários à equipe de articulistas, claro.

Marcelo Constantino viajou no Carnaval e deixou esta matéria pronta.

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Pancadaria generalizada num jogo de 2007 entre NY Rangers e NY Islanders. Hóquei é assim.
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Página publicada em 18 de fevereiro de 2010.