NOS DEVILS... Este número ninguém mais vai usar (Bruce Bennett/Getty Images - 03/02/2006)

Esta temporada está rapidamente se tornando um ano de cerimônias de aposentadoria. Em Edmonton, fizeram uma noite para Paul Coffey. Em Nova York, celebraram Mark Messier. Na Carolina do Norte, colocaram o número de Ron Francis no teto. E isso porque em Pittsburgh não há ainda nada planejado quanto a alguma homenagem ao recém-aposentado Mario Lemieux.

Na noite da última sexta-feira, foi a vez de Scott Stevens. Os Devils homenagearam seu capitão de tantos anos ao aposentar o número 4 que ele usou. Stevens, que anunciou sua aposentadoria em setembro, foi o primeiro jogador na história da franquia a ter seu número aposentado.

O pessoal dos Devils — encabeçado pelo CEO/presidente/GG/técnico Lou Lamoriello — provou que estava à altura de organizar um tributo digno para Stevens, que, como capitão da equipe, conquistou três Copas Stanley em 13 temporadas em Nova Jersey.

O locutor Mike Emrick foi o mestre-de-cerimônias. Sempre eloqüente, Emrick teve de receber uma permissão especial da NBC, emissora onde trabalha, para ficar em East Rutherford para o jogo. Sob circunstâncias normais, a emissora requer que seus locutores cheguem à cidade onde estão programados para trabalhar 24 horas antes do jogo. Emrick iria narrar o jogo entre Wings e Avs, em Denver, na tarde de sábado.

Em suas observações iniciais, Emrick foi rápido ao aplaudir os adversá-rios da noite, os Hurricanes, por vir ao banco dos visitantes, a fim de assistir à cerimônia. O time visitante não precisa ficar no banco em tais circunstâncias. Depois, o técnico dos Hurricanes, Peter Laviolette, disse que seu time não jogara muito bem na noite de abertura, em Tampa, quando ficou no vestiário durante a cerimônia de celebração do título da Copa Stanley conquistado pelo Lightning. Ele achou que não custaria nada tentar algo diferente (no final, não adiantou nada, já que os Devils bateram os Canes, 3-0).

Os Devils prepararam dois vídeos separados para honrar seu capitão. O primeiro incluía comentários de vários colegas de New Jersey. Já o segundo era uma seleção dos melhores momentos de sua carreira de 22 anos, concentrando em suas 13 temporadas com os Devils.

A pedido de Stevens, os Devils limitaram os convidados no gelo apenas a familiares: os pais do ex-defensor, seus dois irmão, esposa e três filhos precederam-no sobre o tapete vermelho. Emrick apresentou Stevens com pouco alarde. Sua súbita aparição gerou uma entusias-mada ovação das 19.040 pessas que lotaram o estádio. No banco dos Devils, o time atual — recheado de ex-companheiros — assistiu, maravilhado. O ponta Patrik Elias estava particularmente emocionado, com uma lágrima escorrendo pela sua bochecha.

O clube e os ex-colegas deram alguns presentes para Stevens. Os pre-sentes incluíam férias na região das vinícolas californianas, uma nova picape, um cristal comemorativo da Tiffany's e um arco-e-flecha para suas várias viagens de caça (com arco-e-flecha?).


MAIS EMOÇÃO Na hora de cumprimentar os ex-companheiros (Andy Marlin/Getty Images - 03/02/2006)

Depois que a entrega de presentes foi encerrada, Emrick passou o microfone para Stevens. Stevens, que nunca foi um homem de falar muito em público, leu calmamente o discurso que tinha preparado. Parecia que, a cada sentença que ele finalizava, a multidão irrompia em aplausos. Quando terminou seu breve discurso, ele e sua família saíram pelo tapete vermelho enquanto seu número era erguido até o teto.

Após a cerimônia, Stevens admitiu ter se sentido espantado com a demonstração de afeto. Logo na sua primeira frase, ele disse que foi a primeira vez que se sentiu intimidado dentro do gelo de Meadowlands. Não surpreendentemente, ele também diss que aquela foi uma noite de que ele nunca mais se esquecerá. E, pelo barulho no estádio, a torcida dos Devils também não se esquecerá dos inúmeros sacrifícios e contri-buições que Stevens fez pelo seu time.

O jogo
Assim que a cerimônia se encerrou, ambos os times tiveram pouco tempo para se aquecer antes do face-off inicial. No vestiário dos Hurricanes, vários jogadores achavam que estava difícil pôr as pernas para funcionar no primeiro período. E eles também acharam que o gelo estava "devagar".

Os dois clubes — possivelmente os dois times mais quentes da liga no último mês — disputaram uma partida movimentada. Nenhum dos lados cometeu muitos erros. Depois de um primeiro período sem gols, os Devils abriram o placar quando Elias mandou para o gol, de primeira, um belo passe de Brian Gionta. A linha principal dos Devils, com Elias, Gionta e o central Scott Gomez, tem sido impiedosa para com os adversários nas últimas semanas. O retorno de Elias ao time — ele ficou de fora durante os três primeiros meses da temporada, recupe-rando-se de uma hepatite — deu ao time um novo fôlego.

Pouco mais de quatro minutos depois do primeiro gol, o ponta novato Zach Parise ampliou a vantagem, chutando um disco perdido para dentro do gol de Cam Ward.

Gionta deu números finais ao placar no terceiro período, quando sua tentativa de passe para Elias bateu no taco do defensor adversário Niclas Wallin e foi desviada para o gol. Foi o 30.º gol de Gionta na temporada. Já é o melhor total em sua carreira, e ameaça o recorde do clube de gols em uma temporada (Pat Verbeek marcou 46 gols em 1987-88). Nada mau para um jogador que muitos observadores consi-deravam baixo demais para jogar na NHL.

O goleiro Martin Brodeur, que certamente terá seu número aposentado quando pendurar os patins, parou todos os 28 chutes a gol do Carolina e marcou o 80.º shutout de sua brilhante carreira.

Scott Stevens imortalizado como um Devil. No verão de 1991, isso seria difícil de imaginar — até para o próprio Stevens.

Cerca de 15 anos atrás, um mediador independente cedeu Stevens aos Devils como compensação depois que Brendan Shanahan, então um agente livre restrito, assinou com o St. Louis Blues. Stevens, que se tornou o primeiro Devil a ter seu número aposentado, discor-dou da decisão e até tentou mover uma ação legal para permanecer em Missouri.

"Para ser franco, na primeira vez que vim para cá, aluguei uma casa por cinco anos", contou Stevens ao jornal Newark Star-Ledger. "Tí-nhamos acabado de comprar uma casa em St. Louis. O ano tinha sido muito bom para o time, e eu tinha acabado de assinar um contrato por vários anos."

Stevens prosseguiu: "Eu era o capitão [dos Blues]. Perdemos na segunda fase dos playoffs, e eu estava esperando por outro grande ano quando tudo isso aconteceu. Eu não tinha certeza se ficaría-mos aqui. Depois compramos uma casa e agora não nos arrepende-mos. Tive a oportunidade de ganhar três Copas Stanley. Tudo acontece por um motivo." (A.G.)

Na semana passada, a troca de Doug Weight ficou com o destaque principal, e os Devils ganharam o box. Desta vez, as coisas se inverteram, por isso voltemos a Weight.

AH, SIM Doug Weight fez sua estréia (Bruce Bennett/Getty Images - 03/02/2006)
Ele fez sua estréia pelos Hurricanes no jogo mencionado acima. Come-çou em uma linha com os pontas Ray Whitney e Chad Larose. O téc-nico Peter Laviolette variou um pou-co suas linhas ao longo do jogo. Craig Adams, que começou na pon-ta esquerda do jovem central Eric Staal, com Erik Cole na outra ponta, disputou alguns lances no lado direi-to de Weight e Whitney.

Na noite, Weight recebeu 21:59 de tempo no gelo. Ele também recebeu um tempo significativo no gelo du-rante vantagens numéricas e ainda sobrou tempo para um pouco de exercício nas desvantagens numéricas. Weight foi creditado com dois chutes a gol, ganhou seis dos nove face-offs que disputou e terminou a partida com um mais/menos de -2.

Após o jogo, ele estava desapontado pela derrota, mas aliviado por ter estreado. Ele delcarou que ainda está tentando se encaixar em um clube que está na liderança, mas que está disposto a fazer o que pedirem dele. Isso inclui jogar na ponta, se necessário. Weight diz que não tem muita experiência na ponta, mas acha que pode fazer os ajustes. (A.G.)

Alexandre Giesbrecht, publicitário, está eufórico com o Super Bowl conquistado pelo Pittsburgh Steelers no último domingo.
STEVENS DISCURSA A cada sentença, uma salva de palmas (Bruce Bennett/Getty Images - 03/02/2006)
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Página publicada em 8 de fevereiro de 2006.