Restam
duas semanas para os playoffs e a briga é boa pelas vagas finais.
No Leste são basicamente cinco times de olho em duas vagas. Três
ficam de fora, mas a distância entre eles é relativamente grande.
No Oeste a briga já é maior, podemos dizer que são pelo menos
seis times brigando por quatro vagas, mas a distância é mínima.
Conferência Leste
No Leste há um considerável hiato entre o oitavo e o nono colocado.
No momento em que escrevo esta matéria, na segunda-feira, são
sete pontos. Mesmo faltando ainda 16 pontos na disputa, trata-se
de uma diferença considerável. Será necessário que o Montreal
e/ou o Tampa Bay caiam para dar chances a Atlanta, Toronto ou
Florida.
O Montreal está em ascensão novamente e, se não estragar a festa,
deve ficar com uma vaga. São Cristobal Huet salva.
O Tampa Bay já é diferente, é um time em lento declínio há algum
tempo, ainda que tenha conseguido se manter no grupo.
O Atlanta esteve sempre por ali, beirando alguma vaga, ora dentro,
ora fora do grupo dos oito. Tem potencial ofensivo para chegar,
mas tem um buraco defensivo para atrapalhar.
O Toronto é uma estrondosa decepção e só uma reviravolta o coloca
de volta entre os classificados.
O Florida é que é uma grata surpresa nesta reta final. Um Roberto
Luongo despontando cada vez mais como um dos grandes da liga e
um Olli Jokinen restaurado pelo contrato novo parecem ter dado
a combinação perfeita para uma bonita e inesperada escalada do
time.
Conferência Oeste
No Oeste a briga é melhor ainda. A distância do décimo para o
terceiro colocado é de apenas oito pontos. Ao mesmo tempo, por
exemplo, que o Colorado briga pela liderança de divisão, briga
também para manter-se entre os oito que vão aos playoffs. Atualmente
está a três pontos do líder da divisão, o Calgary, e cinco pontos
acima da desclassificação.
Em linhas gerais o que se tem recentemente no Oeste são: a ascensão
fulminante do Anaheim, o declínio do Vancouver e do Los Angeles
e uma encostadinha do San Jose. O Nashville já está dentro e acredito
que o Colorado vai estar brevemente.
O Anaheim é inquestionavelmente o grande destaque desse último
mês. O time que parecia estar em posição de venda nesta temporada,
significando reformulação (se livraram do peso Sergei Fedorov
e ainda deixaram Sandis Ozolinsh e Keith Carney saírem no dia-limite
de trocas) cresceu como nenhum outro nessa reta final, saindo
da turma de desclassificados para ocupar a quinta ou sexta colocação
na conferência. Bela arrancada! Quentíssimos, só uma pane geral
os retira dos playoffs.
O Vancouver atravessou sérios problemas de contusão no corpo defensivo
ao longo da temporada — não foi à toa que trouxeram mais
três defensores no dia-limite de trocas —, enfrentou o tradicional
problema de goleiros, mas há um ponto que acredito ter sido decisivo
para o declínio: a dupla Markus Naslund e Todd Bertuzzi praticamente
não mete mais medo em ninguém e ainda tem um +/- medonho. Esta
pode ter sido a temporada que marca a transição desta dupla para
(finalmente!) os irmãos Sedin, esses sim em ótima fase.
O Los Angeles se manteve em cima da linha de Pavol Demitra o quanto
pôde. Chegou uma hora em que não foi mais suficiente. Os Kings
então demitiram o técnico Andy Murray, mas segue não adiantando.
Talvez a volta de Demitra (prevista para esta semana) salve a
equipe do vexame.
O Edmonton é um time que parece ter passado toda a temporada ali
na portaria do grupo dos oito, vendo quem entra e quem sai, mas
quase sempre no mesmo lugar. Ali na sétima, oitava colocação.
Já o San Jose é de lascar. Trata-se de um time que tem tudo para
estar lá. Cresceu ao longo da temporada, é verdade, mas sempre
aquém do que poderia e do que deveria. Joe Thornton está fazendo
a temporada de sua carreira, o time tem facilidade para marcar
gols, teve alguns ótimos momentos recentemente, mas simplesmente
não consegue dar seqüência a eles. Numa semana é sensacional,
noutra nem tanto. Num dia joga um partidão, noutro nem tanto.
E assim foi subindo, aos poucos. E encostou, mas vai precisar
justamente de regularidade para efetivamente se classificar. Ainda
que seja quase, um Joe Thornton sozinho não faz verão.
Marcelo Constantino recomenda "Clube da Lua" e
"Um herói do nosso tempo" nos cinemas.
CHAVE Teemu
Selanne comemora um gol marcado para os Mighty Ducks. Ele é
uma das chaves do sucesso do time nesta reta final de temporada
(Niklas Larsson/AP - 02/04/2006)