Por: Marcelo Constantino
O último jogo do Toronto Maple Leafs antes da parada para o Jogo das Estrelas foi uma humilhante derrota de 8-2 frente ao Pittsburgh Penguins. Dias antes os Leafs haviam tomado uma surra de 6-1 do Vancouver Canucks. Parecia mesmo que o time não veria o sol nascer no fim da temporada normal.

Na chamada Central de Boataria de Trocas da NHL, todos falam de Peter Forsberg praticamente desde o primeiro mês desta temporada. Mas havia um jogador que calmamente começava ter seu nome mencionado aqui e ali como o super trunfo do dia-limite de trocas. Era Mats Sundin. Com os Leafs fora do cenário dos playoffs, talvez fosse finalmente a hora de negociar o capitão e líder dos últimos anos. Fazia algum sentido e o preço da troca possivelmente ajudasse num eventual processo de renovação de valores. O que parecia absurdo e que soava como palavrão para a fanática torcida canadense começava a ser veiculado.

Mas, por ora, é boato congelado. Os Leafs de Sundin estão de volta ao páreo por uma vaga nos playoffs.

A parada para o JDE parece ter sido benéfica para a equipe. De lá para cá foram quatro jogos, com três vitórias no tempo normal (todas sobre times da própria conferência e de aproveitamento superior a 50%) e uma na disputa de pênaltis. Com isso, o Toronto é o time da semana dos Rankings da TheSlot.com.br, com um aproveitamento (quase) perfeito no período.

Ou seja, os Leafs andam fazendo o dever de casa. É bem verdade, entretanto, que já assistimos a esse filme antes, e nesta mesma temporada. Ao longo dela, o Toronto alternou altos e baixos, boas e péssimas semanas, chegou a ser time da semana dos Rankings uma outra vez, e, no fim das contas, acabou ficando mais embaixo do que em cima na tabela. Agora luta por um lugar entre os oito abençoados.

Interessante é que essa melhora de produção veio na ausência de alguns jogadores importantes para o time na temporada (quem estiver pensando em Boyd Devereaux, por favor, pare de ler este artigo agora). O surpreendente Darcy Tucker, que vinha repetindo o feito surpreendente da temporada passada; o central-que-todos-querem-para-defender Mike Peca; e também Kyle Wellwood, jovem que vinha marcando quase um ponto por jogo até se machucar, em dezembro. Ou seja, uma linha inteira. Para suprir essa ausência, alguns jogadores começaram a produzir mais. É o caso de Jeff O'Neill, sempre um jogador de grande utilidade e versatilidade, que andava seguindo (eventualmente ainda segue) a gangorra da equipe. É o caso também do goleiro Andrew Raycroft — escolhido como primeira estrela da NHL da semana passada —, que vem fazendo bonito ultimamente na (até então) combalida defesa do time, que ainda tinha, na segunda-feira, um saldo negativo de -1.

Para a escalada aos playoffs, um dos grandes obstáculos do time canadense é a própria Divisão Nordeste, talvez a mais difícil da Conferência Leste. Apenas o Boston Bruins está fora da disputa; o Buffalo Sabres é o melhor da conferência, o Montreal Canadiens vem fazendo uma temporada mais que honesta e o Ottawa Senators vem crescendo na base de sua máquina de fazer gols. Com tudo isso os Leafs começaram esta semana exatamente abaixo desses três times — com cinco pontos de diferença para o terceiro, o Ottawa —, e acima apenas dos Bruins, com oito pontos a mais. No geral da conferência os Leafs estão em nono, a um ponto (e com dois jogos a menos) do oitavo, o Carolina Hurricanes.

Aliás, a briga atual na Conferência Leste é brutal: apenas nove pontos separam o terceiro colocado, Atlanta Thrashers, do décimo, New York Islanders — outro time que vem crescendo ultimamente. Numa situação dessas, vencer é condição imprescindível não exatamente para subir na tabela, mas para manter-se na briga. Perder é fatal — a não ser, claro, que vários dos seus concorrentes diretos fracassem ao mesmo tempo. Porém, ainda há cerca de 30 partidas para cada time disputar, ou seja, evidentemente que muita coisa vai mudar.

No ano passado os Maple Leafs também disputaram, praticamente até o fim da temporada, uma vaga nos playoffs, e fracassaram. E por três pontos. Repetir esse fracasso vai deixar a já famosa turma de jornalistas de Toronto buscando cabeças para decapitar. Melhor tomar logo um rumo definitivo, até mesmo para que a gerência possa se posicionar como compradora ou vendedora no dia-limite de trocas.

Na quinta-feira eles enfrentam aquele que é o melhor time da NHL atualmente, o Nashville Predators. Eis uma chance de mostrar a todos que a briga pelos playoffs é pra valer.
Marcelo Constantino recomenda a leitura de Ricardo Semler.
Jim McIsaac/Getty Images
Jogadores do Toronto Maple Leafs comemoram o gol da vitória sobre o New York Rangers, marcado por Mats Sundin.
Patrick Doyle/AP
Mats Sundin é o cérebro da equipe há anos. Sem ele, o panorama da franquia é completamente diferente, hoje e amanhã.
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Página publicada em 7 de fevereiro de 2007.