Calgary Flames
O bom começo de Jarome Iginla é insuficiente para um time que volta a ter sérios problemas em marcar gols. O mau começo de Miikka Kiprusoff também não ajuda. Para piorar ainda mais, o time é dos piores da liga matando penalidades.

Mesmo o eficiente Kristian Huselius, apesar de não estar mal, está um tanto abaixo do que se esperava dele em termos de gols. Efeito Mike Keenan? Talvez. Mas o fato é que esse problema em marcar gols não é novidade em Calgary, é apenas um retorno de uma situação já conhecida. Por exemplo: somente Iginla tem mais de 10 gols marcados até agora. Vai ser complicado.

Edmonton Oilers
Uma outra temporada patética se anuncia no horizonte próximo do time que foi vice-campeão há apenas duas temporadas. Chega a ser infantilmente básico, mas desfazer-se de grandes e importantíssimos jogadores e substituí-los por, digamos, praticamente nada, é uma equação que leva ao desastre.

É exemplo de má gestão a permissividade com as saídas de Chris Pronger e Ryan Smyth e as posteriores ofertas inconcebivelmente milionárias por Dustin Penner e especialmente Thomas Vanek. De Vanek eles se livraram, graças à insanidade superior dos Sabres, mas trouxeram Penner que marcou... três gols até o momento. Ah, sim, para a defesa trouxeram Joni Pitkanen e o supervalorizado Sheldon Souray, ambos machucados.

A equipe tem ainda um ataque anêmico, um saldo negativo dos mais horrorosos e a pior vantagem numérica da liga. Para piorar, aquele Dwayne Roloson que todos conhecemos daqueles playoffs de 2005 ficou por lá mesmo. O reserva Mathieu Garon, quem diria, está melhor que ele.

Não há muito mais a se esperar dos Oilers, exceto que eles consigam não ficar em último na classificação geral. Se bem que isso garantiria ao menos a primeira escolha.

Montreal Canadiens
Um surpreendente bom começo de temporada, já veiculado em nossa edição n.º 169, calcado primordialmente na surpreendente eficiência do time de VN, de longe o melhor da NHL.

Eles se livraram do embuste Sergei Samsonov e deixaram o já citado Souray sair, sabedores de que a temporada pré-passe livre era mesmo uma temporada fora do desvio padrão.

Carey Price surge como boa novidade como segundo goleiro, Michael Komisarek desponta como um dos bons defensores pouco falados da NHL (ele é um dos líderes em trancos e chutes bloqueados na temporada) e Christopher Higgins surpreende jogando tão direitinho na primeira linha, chegando a compensar um começo meio morno de Michael Ryder.

As duas derrotas nos últimos três jogos indicam que o time ainda carece de um bom jogo defensivo. O jogo de segunda-feira, contra os Sens, foi emblemático nesse aspecto: ainda que tenham disparado mais vezes a gol (38-29), o time pouco ajudou o goleiro Cristobal Huet em três dos quatro gols sofridos.

De qualquer forma, sem novas falsas ilusões: os Habs geralmente começam bem as temporadas.

Ottawa Senators
O melhor time da NHL, o que não chega a ser novidade — novidade será quando finalmente for campeão. Tudo segue às maravilhas com os Sens: ótimo ataque, ótima defesa, ótimos times especiais e um ressurgido Martin Gerber.

A liderança geral na NHL sofreu um leve percalço contra os Maple Leafs no último sábado, quando o time perdeu de shutout. O estranho é que eles permitiram apenas 18 disparos, e perderam mesmo assim. Tudo voltou ao normal com a sólida vitória contra o outro rival canadense, os Canadiens.

Enfim, mais uma bela temporada se anuncia no horizonte, com grandes possibilidades de Troféu dos Presidentes. Já nos playoffs..., voltaremos àquela questão permanente? Será esta (finalmente) a vez dos Senators?

Vancouver Canucks
Decepciona de certa forma, mas o time consegue manter-se com aproveitamento superior a 50%. Esperava-se mais de Roberto Luongo, que, embora não esteja mal, não está no nível espetacular a que estávamos nos acostumando.

Há deficiências sérias no time de matar penalidades e ainda há muita dependência da linha dos irmãos Sedin e Markus Naslund — mas a boa notícia é que este parece estar melhor que nas últimas temporadas.

A liderança da Divisão Nordeste está de volta às mãos do Colorado Avalanche nesta temporada, e deve ficar por lá mesmo.

Toronto Maple Leafs
No gelo, carregados por Sundin, eles seguem nem tão bem, nem tão mal. Um time de altos e baixos. Derrota os Sens por 3-0, mas leva de 7-1 dos Caps. Vai entender.

Mas o bom é que os Leafs sempre têm novidades: Scotty Bowman recusa oferta para ser consultor, Vesa Toskala cai na desgraça da torcida e é vaiado já na pré-temporada, Jason Blake descobre que tem câncer, Bryan McCabe faz gol contra em plena prorrogação, torcida começa a gritar pelos Raptors (!) quando o time leva uma sova de 7-1 do Washington Capitals, Chad Kilger e Alexander Ponikarovsky se chocam num treino e o último leva a pior, Sean Avery e Darcy Tucker resolvem tirar diferenças logo antes de uma partida.

Tudo isso foi notícia, e tudo vindo do Toronto Maple Leafs, o maior e mais falado time canadense. Provavelmente a mídia local, já sabedora das irrisórias possibilidades de sucesso do time caso consiga classificar-se para os playoffs, tenha promovido maior destaque a esses eventos extra-gelo. Faz todo sentido, os Leafs são sempre uma diversão.

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