NOTAS e FOTOS • Por: Humberto Fernandes e Thiago Leal

A polêmica discussão em torno de Eric Lindros e Peter Forsberg ainda não acabou. Não bastasse a excêntrica troca em 1992, o anúncio oficial da aposentadoria de Lindros e as péssimas notícias sobre as condições físicas de Forsberg na Suécia instauraram novo debate. Afinal, qual deles entrará para o Salão da Fama? Lindros marcou 372 gols e 865 pontos, recebeu um Troféu Hart e nunca venceu a Copa Stanley. Forsberg teve 248 gols e 871 pontos, ganhou os Troféus Hart e Art Ross uma vez e foi bicampeão da Copa Stanley. Por jogar em times superiores ao longo do tempo, Forsberg disputou quase três vezes mais jogos de playoffs que Lindros, onde anotou 166 pontos, contra 57 de seu "rival". No que pode ser decisivo, o sueco tem uma das maiores médias de assistências por jogo (0,89) na história da NHL e sua média de ponto por jogo (1,25) é maior que a do canadense (1,14). Parece mais provável, pelo conjunto da obra, que Forsberg seja o escolhido, mas o Salão da Fama pode optar pelos dois — ou por nenhum deles.

Vincent Lecavalier foi escolhido como a Estrela da Semana na NHL pela segunda vez consecutiva na temporada. Lecavalier até agora foi o único a repetir o posto e, obviamente, o único a fazê-lo de forma consecutiva, além de não ter aparecido em nenhuma outra posição nas votações anteriores dos melhores da semana. Apenas dois jogadores aparecem em duas listas na atual temporada: Henrik Zetterberg, estrela da primeira semana da liga e terceira estrela na terceira semana, e Jarome Ingila, terceira estrela na primeira semana e segunda estrela na quarta semana. As escolhas de Lecavalier são justificadas com seu ótimo desempenho. O central do Tampa Bay Lightning é o artilheiro da temporada, com 34 pontos, lidera também em assistências, com 20, e está no pódio dos goleadores, com 14 gols. Os números de Lecavalier colocam o Tampa Bay Lightning na condição de terceiro ataque mais produtivo da temporada.

De fato a situação de Ilya Bryzgalov estava complicada em Anaheim. Embora o russo já tivesse comprovado seu talento na NHL e seu desempenho tenha sido muitas vezes fundamental para a equipe, inclusive na conquista da Copa Stanley, era sabido por todos que o goleiro estava à sombra de Jean-Sebastien Giguere. No que dependesse do treinador Randy Carlyle e do gerente geral Brian Burke, Bryzgalov só começaria jogos como titular quando Giguere não pudesse atuar. Com o jogador insatisfeito na condição de reserva e os Ducks insatisfeitos por terem de arcar com seu salário enquanto tinham autosuficiência em Giguere, as partes chegaram a um acordo: o clube pôs o russo na lista de desistência. Para seu lugar foi chamado Jonas Hiller, que estava no Portland Pirates, afiliado menor dos Ducks na AHL. Nenhuma das três primeiras equipes no recrutamento de desistência — Edmonton Oilers, Buffalo Sabres e Washington Capitals — manifestou interesse oficial no goleiro de US$ 1,363 milhão ao ano. Bryzgalov, 27 anos, acabou escolhido pelo Phoenix Coyotes. "Estamos muito felizes por Ilya", declarou Burke. Ah, claro! Talvez porque não seja o gerente geral quem terá que agüentar o calor do Arizona e um time irregular à sua frente. De qualquer forma, Bryzgalov chegou com tanta vontade de vencer que fechou o gol em sua estréia contra o Los Angeles Kings, fora de casa, defendendo 28 chutes e saindo do Staples Center com shutout e um fio de esperança para o torcedor dos Coyotes.

Em contrapartida à perda de Bryzgalov, os Ducks adquiriram mais um reforço para a temporada: o central Brian Sutherby, do Washington Capitals. Em troca, o clube californiano cedeu uma escolha de segunda rodada para o recrutamento de 2009. Sutherby disputou cinco partidas na temporada com os Capitals e marcou apenas um ponto, o 61.º em sua carreira na NHL, que totaliza seis temporadas pelo ex-time. O que Sutherby apresentou de melhor em sua carreira foram os minutos de penaldiade, 281 no total, sendo apenas sete na temporada atual. Embora não tenha números convidativos, o central tem o estilo de jogo apreciado pelo treinador Carlyle e pode se dar bem em Anaheim.

Dave Sandford/Getty Images
"And here's to you, Mr. Robinson..."
Para homenagear um dos maiores defensores de todos os tempos, vale até alterar a letra da música de Simon & Garfunkel. Larry Robinson teve uma carreira de 20 anos na NHL, sendo 17 deles servindo ao Montreal Canadiens — e os outros três vestindo a camisa do Los Angeles Kings. Robinson teve sua camisa #19 formalmente aposentada na noite de 19 de novembro, em cerimônia realizada antes da partida entre Montreal Canadiens e Ottawa Senators, no Bell Centre. Seus números pelos Habs impressionam: 1.202 jogos de temporada regular, com um total de 883 pontos e 706 minutos de penalidades, tendo ainda 203 partidas de pós-temporada com 134 pontos e 186 minutos de penalidades. O ex-defensor, que foi à cerimônia acompanhado de sua esposa e do neto Dylan, participou das campanhas vencedoras dos Canadiens em 1973, 1976, 1977, 1978, 1979 e 1986. Apelidado de "Big Bird" por sua semelhança com o grande pássaro Garibaldo da Vila Sésamo, Robinson também defendeu a Seleção Canadense nas Copas Canadá de 1976, 1981 e 1984, e no Campeonato Mundial de 1981. Em termos de premiação individual, esta lenda viva do hóquei traz na bagagem um Troféu Conn Smythe, um Troféu Norris e seis Jogos das Estrelas. E até o elenco dos Canadiens homenageou Robinson: todos entraram no rinque vestindo #19.
(19/11/2007)
A sobrevivência dos Predators em Nashville está garantida no mínimo pelos próprios cinco anos. Foi o que conseguiu um grupo local de investidores interessado na posse da franquia, que arrendou junto à prefeitura da cidade a arena do clube, o Sommet Center. O envolvimento público nos interesses dos Predators se deve ao medo que a cidade tem de que a equipe se mude, especialmente com os rumores de que Kansas City, no Missouri, tem interesse em receber uma franquia da NHL. Karl Dean, prefeito de Nashville, garantiu a validade do acordo e a segurança de que o clube permaneça na cidade por pelo menos cinco anos, do contrário o investimento público no Sommet Center terá de ser reembolsado. No entanto, a venda do Nashville Predators por US$ 193 milhões ainda deve ser aprovada pela NHL, enquanto o acordo entre o futuro grupo gestor e a prefeitura aguarda para ser reconhecido pelo Conselho da cidade.
Nesta nova seção de TheSlot.com.br os números e estatísticas sempre receberão destaque, mesmo que sejam de importância relativa ou de difícil compreensão, como os apresentados a seguir. Jere Lehtinen (Dallas) é o líder em produtividade em vantagem numérica (5-contra-4) entre os 200 jogadores com maior tempo de gelo da liga, com 12,99 gols marcados a cada 60 minutos de jogo — minutos dele, não do time. Significa dizer que, a cada uma hora que Lehtinen passa em vantagem numérica, os Stars marcam aproximadamente 13 gols. Kurtis Foster (Minnesota) é o segundo, com 12,85, e Andrei Markov (Montreal) o terceiro, com 12,42. O Montreal Canadiens, dono do melhor aproveitamento de vantagem numérica da liga, tem mais três jogadores entre os sete primeiros (Alexei Kovalev, Tomas Plekanec e Mark Streit). No lado oposto da tabela, o veterano Doug Weight (St. Louis) é o menos produtivo, com 1,06 gol marcado a cada 60 minutos — juro que nunca vi estatística parecida com essa. Uma linha inteira do Buffalo Sabres vem a seguir, entre terceiro e quinto: Thomas Vanek, Maxim Afinogenov e Jason Pominville, todos abaixo de 2,00. Entre os 20 piores ainda estão o craque Joe Thornton (3,06) e a maior contratação dos Maple Leafs na temporada, Jason Blake (3,08).

Não é bem uma nota, mas merece a publicação. Há alguns dias Eduardo Costa chegou eufórico — e atrasado, como sempre — em nossa redação, reunindo toda a equipe em frente ao computador para nos mostrar a defesa do ano: Sandis Ozolinsh surge como um raio e impede que o disco cruze a linha no último instante. Três curiosidades sobre a jogada: a primeira, a beleza natural da cena, ressaltada pela dificuldade como o jogador chegou e desviou o disco; a segunda, que estamos falando de Ozolinsh, aquele defensor que em outros tempos, no momento em que sua equipe sofreria um gol como esses, estaria no centro do gelo ou mesmo atacando; e a terceira, que o letão dedicou a jogada a Marcelo Constantino, feroz crítico. Continuando no campo dos vídeos — não ficou bem mais fácil bancar a vida de "aspirante a tosco-jornalista esportivo" após o YouTube?! —, a briga da semana aconteceu na quarta-feira, dia 14. No apagar das luzes do jogo entre Columbus Blue Jackets e Chicago Blackhawks, Rick Nash encarou Jim Vandermeer e não amoleceu perante o histórico de brigas do adversário (23 desde 2002, contra três de Nash). Vandermeer venceu por pontos, mas o craque do Columbus desferiu bons socos e completou seu Gordie Howe hat trick.

Al MacInnis será imortalizado pelo St. Louis Blues com uma estátua de bronze em sua homenagem. Dave Checketts, um dos donos da franquia, informou que o monumento comemora a inclusão de MacInnis no Salão da Fama. A estátua ficará próxima à de Bernie Federko, também membro do Salão, no entorno da Scottrade Arena. O anúncio foi feito numa cerimônia dentro da arena, antes da partida entre St. Louis Blues e Columbus Blue Jackets, que contou com a presença do todo-poderoso Gary Bettman. Os torcedores, que lotaram a casa, ovacionaram MacInnis em sua entrada no rinque, acompanhado de sua mulher e filhos. Os fãs que foram ao jogo, por sinal, ganharam de presente um DVD com melhores momentos da carreira do defensor pelos Blues — vídeo que era exibido a todo momento que a partida sofria alguma paralisação. A homenagem e a ovação da torcida é uma prova da empatia que St. Louis, cidade que MacInnis declarou ser o seu lar, sente pelo ex-atleta. MacInnis também discursou afirmando que sonha em dar um dia a Copa Stanley à franquia do Missouri e, antes de se retirar do rinque, cumprimentou todos os jogadores do elenco.
Tony Gutierrez/AP
En garde! Não, não é uma luta de esgrima... apenas um choque "ocasional" entre Dustin Brown do Los Angeles Kings e Jussi Jokinen (36) do Dallas Stars.
(19/11/2007)
Matt Slocum/AP
Apesar de ter puxado ao pai com aptidão genética para o hóquei no gelo, Paul Stastny demonstra sobre Mike Ribeiro que tem habilidades profissionais para a área mais ingrata da medicina moderna.
(16/11/2007)
Bruce Bennett/Getty Images
Sim, ele está de volta: o ângulo preferido de TheSlot.com.br contempla uma defesa do melhor goleiro da liga na atualidade, Henrik Lundqvist, parando chute de Trent Hunter. Mas nem mesmo Lundqvist foi suficiente para impedir que os Islanders batessem os Rangers por 2-1 no clássico nova-iorquino.
(19/11/2007)
Dale MacMillan/Getty Images
Matando a pau! Mathieu Lombardi, do Calgary Flames, esquece do disco e decide bater com o taco em Sam Gagner do Edmonton Oilers. As Batalhas de Alberta costumam ser até mais quentes do que isso.
(17/11/2007)
Jeff McIntosh/AP
Comigo não, violão! Owen Nolan dá um chega pra lá em Milan Hejduk na partida entre Calgary Flames e Colorado Avalanche. E os Flames seguiram o exemplo de seu jogador e deram um verdadeiro chega pra lá nos Avs: 4-1.
(20/11/2007)
Adrian Wyld/AP
O goleiro do Toronto Vesa Toskala se esforça, mas de nada adianta: os Bruins, que perdiam por 2-0, empatam a partida com este gol de PJ Axelsson. A franquia de Boston saiu vencedora por 4-2.
(20/11/2007)
Manuel Balce Ceneta/AP
O "outro" Alexander do Washington Capitals, o Semin, comemora seu gol enquanto Bryan Allen (5) e Kamil Kreps (54) lamentam ao fundo. Infelizmente para Semin, de nada adiantou e os Panthers derrotaram seus Capitals por 4-3.
(19/11/2007)
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Página publicada em 21 de novembro de 2007.