NOTAS e FOTOS • Por: Humberto Fernandes e Thiago Leal

Passado o dia-limite de trocas, surgem relatos das trocas que quase aconteceram, mas que por um ou outro detalhe não foram concretizadas.

O gerente geral Jacques Martin, do Florida Panthers, "dono" do jogador mais desejado pelo mercado, o defensor Jay Bouwmeester, demandava dois jogadores, um prospecto e uma escolha no recrutamento em troca de seu melhor defensor.

Duas supostas ofertas foram reveladas.

O Vancouver Canucks estava disposto a ceder o ponta-esquerda Mason Raymond e a escolha de primeira rodada, mas acredita-se que os Panthers exigiam que um defensor entre Kevin Bieksa e Alexander Edler fosse envolvido. Foi o fim da linha para o gerente geral Mike Gillis. Já o Philadelphia Flyers queria trocar o ponta-direita Joffrey Lupul ou o também ponta-direita Scottie Upshall, além do prospecto James vanRiemsdyk e a escolha de primeira rodada, porém o Florida queria que o ponta-esquerda Scott Hartnell fizesse parte da troca.

Ao não trocar Bouwmeester, os Panthers privilegiaram a corrida pelos playoffs. E agora eles concentrarão esforços para tentar renovar o contrato do defensor antes de 1.º de julho.

A decisão dos Panthers de não negociar Bouwmeester foi alvo de muitas críticas por parte da imprensa especializada. Mas quem criticou a gerência não entende o que se passa na Flórida.

Os Panthers estiveram pela última vez nos playoffs em 1999-2000, perdendo ano após ano desde então a pouca importância que a comunidade dá para o time, tentando provar que hóquei no gelo no sul da Flórida não é um paradoxo.

A lógica diz que os Panthers deveriam ter trocado Bouwmeester para não perdê-lo de graça no mercado de agentes livres em julho, mas o que importa é o hoje, não o futuro, afinal, a equipe novamente está na disputa por uma vaga nos playoffs.

No vestiário dos Panthers há uma grande placa onde está escrita uma única palavra em letras garrafais brancas sobre fundo vermelho: RESPEITO. Depois de oito anos longe dos playoffs, é preciso trabalhar duro para reconquistar o respeito. É essa a missão do Florida. É nisso em que eles acreditam. E é por isso que Bouwmeester, depois do dia-limite de trocas, ainda veste o uniforme dos Panthers. Em outro assunto relacionado ao dia-limite de trocas, os Flyers anularam a troca que fizeram com o San Jose Sharks pelo defensor Kyle McLaren. O defensor de 31 anos não foi aprovado nos exames físicos.

McLaren foi negociado para o San Jose em troca da escolha de sexta rodada no recrutamento. Era a aposta do time para dar profundidade à defesa. Não requisitado por nenhuma outra equipe via Desistência, o veterano Gary Roberts, de 42 anos, anunciou a sua aposentadoria do hóquei no gelo.

O fato de ainda jogar hóquei nesta temporada, aos 42, é notável, ainda mais se considerado que Roberts aposentou-se em 1996 por contusões. Ele disputou 11 temporadas depois de sua primeira aposentadoria, mais 639 jogos, marcando 20 gols e 45 pontos em cinco campanhas.

Ao todo, Roberts disputou 1.224 jogos de temporada regular, com 438 gols e 909 pontos. Ele também disputou os playoffs 14 vezes, participando de 130 jogos e marcando 93 pontos. Seu nome está na história como o 73.º jogador com mais jogos disputados, 60.º em gols marcados, 88.º em pontos na carreira, 44.º em saldo mais/menos, 18.º em minutos de penalidade e 38.º em gols em 5-contra-5.

Roberts foi vítima do generoso contrato que o Tampa Bay Lightning lhe ofereceu nas férias: US$ 2,42 milhões por um ano.

Ele é um dos três jogadores na história que somaram 2.500 minutos de penalidades e marcaram mais de 400 gols na carreira. Os outros são Pat Verbeek e o atual treinador do Lightning, Rick Tocchet. Um dos melhores jogadores a trocar de equipe no dia-limite de trocas, Samuel Pahlsson ainda não fez sua estreia pelo Chicago Blackhawks.

O central de 31 anos não disputa uma partida desde 31 de janeiro, recuperando-se de mononucleose, o que não impediu o gerente geral Dale Tallon de contratá-lo. O gerente espera que Pahlsson use sua experiência e força defensiva para ajudar o time.

Pahlsson deve finalmente vestir a camisa dos Hawks na próxima semana.
Tudo o que Daniel Briere quer é esquecer a temporada 2008-09. Na humilhante derrota sofrida para o Calgary Flames por 5-1, na quinta-feira, dia 5, Briere abandonou o jogo após sofrer sua quarta contusão na temporada.

Desta vez foram as cicatrizes internas da última cirurgia na virilha que arrebentaram e provocaram sangramento interno, algo comum após esse tipo de procedimento.

Os Flyers não contam com Briere para o restante da temporada e os playoffs. Para o sucesso do time, talvez seja melhor que ele continue do lado de fora. Em 12 jogos com Briere, os Flyers venceram apenas três e perderam nove (sendo três na prorrogação ou disputa de pênaltis). Nesses jogos o central de 31 anos marcou cinco gols e nove pontos.

A equipe perdeu dois jogadores na Desistência na tentativa de abrir espaço no teto salarial para comportar o retorno de Briere, que tem contrato até 2014-15, com salário médio de US$ 6,5 milhões por ano. Com a retração do teto salarial prevista para a temporada 2010-11, é fato que o Philadelphia tentará negociar o jogador, embora seu contrato proibitivo afaste os interessados. Justamente em seu primeiro jogo vestindo a camisa de número 9, adotada como favorita durante a infância em homenagem a Mike Modano, Bobby Ryan marcou um belíssimo gol contra o Dallas Stars. Modano foi o primeiro jogador dos Stars a ficar para trás na arrancada de Ryan desde a linha azul até o gol de Marty Turco.

O Anaheim Ducks deu a Ryan a camisa 9 conforme a tradição da equipe para os jogadores estabelecidos. O atacante utilizava a camisa 54 até então.

No desafio dos 9, os Stars levaram a melhor, mas todo o simbolismo ficou por conta do gol e da curiosa história de Ryan. Não faz muito tempo que surgiram os primeiros rumores sobre o retorno de Jaromir Jagr à NHL. Seu nome já esteve ligado ao Edmonton Oilers antes e sempre existiu algo verdadeiro nesses boatos que informavam a possibilidade de Jagr deixar a KHL.

Embora tenha dito ao longo do ano que está preso na Rússia até a temporada 2009-10, pode ser que Jagr consiga liberação do Avangard Omsk. Para jogar nos Oilers ou no Pittsburgh Penguins, não se sabe.

Na próxima temporada, Jagr terá 37 anos. Nono maior pontuador da história da liga, com 1.599 pontos, com saúde e em um bom time, em mais duas temporadas ele poderá subir algumas posições na lista, ultrapassando Joe Sakic (1.641), Mario Lemieux (1.723) e até Steve Yzerman (1.755).

Tanto a proposta salarial dos Oilers, quanto a dívida pessoal com Lemieux são motivações suficientes para o Tcheco Maravilha retornar ao melhor hóquei do mundo.

• Capa
• Editorial
• Faceoff
• Prorrogação
• Disco riscado
• Espetacular na simplicidade
• Estruturas abaladas
• Caindo de oito, e duas vezes
• Mas que Boston!

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