Por: James Mirtle

Pode chamar de passagem do bastão do Florida Panthers, passado de estrela promissora a estrela promissora, ano infeliz após ano infeliz. Olli Jokinen carregou a primeira e mais longa, acumulando 567 jogos de temporada regular com a camisa dos Panthers — e 799 no total, recorde da NHL — sem disputar os playoffs. Ele finalmente quebrou a maldição com o Calgary Flames na temporada passada. O também ex-Panther Roberto Luongo durou 317 jogos sem playoffs antes de uma troca em 2006 para o Vancouver Canucks, onde ele conseguiu o gostinho de jogar mata-matas. Jay Bouwmeester? Ele também transferiu-se para pastos mais verdejantes, assinando com os Flames no último verão setentrional depois de 471 jogos sem sentir sequer o cheiro da pós-temporada.

Agora Stephen Weiss segura essa tocha lá no alto.

Recrutado com a quarta escolha geral em 2001, o nativo de Markham, Ontário, transformou-se de fenômeno do hóquei júnior com o Plymouth Whalers ao mais novo rosto dos Panthers. Quase 450 jogos na NHL depois, ele ainda está tentando disputar os playoffs pela primeira vez e, aos 26 anos, está no meio de sua melhor temporada como profissional, com 38 pontos em 43 jogos. No terceiro ano de um contrato de seis, a US$ 18,6 milhões, Weiss espera que sua carreira na Flórida não acabe do mesmo jeito que as de tantos outros.

"Foi aqui que fui recrutado e é aqui que quero estar, para botar as coisas no rumo certo", diz Weiss. "Não tem sido fácil. Têm sido sete, oito duros anos para tentar chegar ao ponto de ganhar jogos em um ritmo consistente." A última visita dos Panthers à pós-temporada foi quase uma década atrás — um ano antes do recrutamento de Weiss — e terminou em uma varrida nas mãos do New Jersey Devils em 20 de abril de 2000. Oito temporadas depois, o jejum do Florida está empatado como segundo mais longo da história da liga, atrás apenas da problemática franquia Colorado Rockies–New Jersey Devils que mudou de cidade no meio de uma seca de nove temporadas que se encerraria em 1987-88. Se os Panthers ficarem fora dos playoffs de novo nesta temporada — uma possibilidade real, já que eles estão na 13.ª colocação do Leste —, eles se tornarão o primeiro time a ficar fora dos playoffs por nove temporadas seguidas sem mudar de cidade. É algo de que toda a organização está consciente.

"Dentro e fora do gelo, é crítico que [nós consigamos]", avisa o técnico dos Panthers, Peter DeBoer, que treinara Weiss em Plymouth antes de se juntar a ele na Flórida no verão setentrional de 2008. "Já se passaram oito ou nove anos. É tempo demais até para um bom mercado ficar de fora dos playoffs e esperar atrair torcedores. É crítico. Tem sido assim desde que assumi o posto. Temos de fazer alguma coisa para termos a certeza de que nos classificaremos."

Weiss é o nono colocado em total de jogos pelos Panthers (445), mas ao final da próxima temporada poderá estar bem mais próximo do defensor aposentado Robert Svehla (573) e de Jokinen, atualmente os dois primeiros nesse ranking. Weiss também é o oitavo em jogos na carreira sem uma aparição na pós-temporada, a pouco mais de três temporadas do líder Guy Charron, que se aposentou em 1980-81 após 734 jogos de temporada regular. A temporada passada foi o mais próximo que Weiss chegou dos playoffs, um empate na oitava colocação com o Montreal Canadiens, que foi quebrado por um obscuro critério de desempate no final da temporada (“Um tecnicismo", diz Weiss, com tristeza).

Ele ainda se lembra de, depois de uma dura vitória em Atlanta que manteve viva a esperança de playoffs, ver no laptop de um repórter do jornal Miami Herald que os Habs viraram um jogo que perdiam por 3-1 para o Boston Bruins, ganharam um ponto e eliminaram o Florida mais uma vez. Isso adicionou mais uma temporada ao jejum, e foi mais uma lição para o atual carregador do bastão dos Panthers.

"Tivemos muitas oportunidades durante aquela temporada para ganhar jogos, para conseguir aquele ponto a mais de que precisávamos", lamenta Weiss. "Você olha para trás, para alguns jogos, e fala sobre eles no vestiário. Sabe, 'Não vamos olhar de novo para este jogo e deixar que ele seja a diferença entre a classificação e a eliminação'. Provavelmente houve um ou outro jogo que no final das contas virou a diferença entre a classificação e a eliminação."

James Mirtle é repórter do jornal The Globe and Mail. O artigo original, publicado em 8 de janeiro, foi traduzido por Alexandre Giesbrecht.
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Página publicada em 15 de janeiro de 2010.