Por: Humberto Fernandes

Com as duas vitórias em San Jose nos jogos 1 e 2 e a vitória em Detroit no jogo 3, os Sharks ficaram a um triunfo da classificação para as finais de conferência.

Os Red Wings estavam dispostos a evitar a humilhação da varrida, especialmente no ano em que nenhum time perdeu um confronto por 4-0. Era até previsível que o time venceria o jogo 4 porque estava desesperado, mas ninguém imaginava o tamanho da goleada.

Os Wings abriram o placar com Todd Bertuzzi, em vantagem numérica. Aos 7:50, 10:43 e 11:16, Johan Franzen marcou três gols, realizando um hat trick natural em apenas 3min26s. Nunca antes na história do Detroit alguém fez tantos gols em tão pouco tempo. Hat trick em um único período é exclusividade de poucos. Com a camisa vermelha e branca, apenas três jogadores completaram o feito nos playoffs: Ted Lindsay, Darren McCarty e Franzen.

O jogo 4 já estava decidido porque os Sharks não iriam se esforçar para reverter um jogo perdido tendo tamanha vantagem no confronto e mais dois jogos em casa, se necessário. Tanto que, no primeiro intervalo, substituíram Evgeni Nabokov, dando um descanso ao seu goleiro titular.

No segundo período, os Red Wings chegaram a 6-0, antes dos Sharks descontarem em 5-contra-3.

No terceiro período, Joe Thornton tratou de aparecer no jogo cutucando alguns adversários. Era a mensagem para a partida seguinte. A noite mágica de Franzen continou com seu quarto gol e sexto ponto, tornando-se o maior da história dos Red Wings nos dois quesitos. Conhecido como "a mula", o sueco tem se especializado em reescrever recordes de playoffs no Detroit.

Varrida evitada, mas a missão dos Red Wings não ficava nada mais fácil. O time teria que vencer os três jogos seguintes para vencer o confronto.

Não era preciso torcer para um ou outro time para se empolgar com o jogo 5. O primeiro período foi fantástico porque as duas equipes jogaram com uma intensidade impressionante. Os Sharks dominaram, especialmente porque tiveram duas vantagens numéricas, mas Jimmy Howard fez 15 defesas e preservou o 0-0.

Se o primeiro período foi do San Jose, o segundo foi do Detroit. Logo no começo, os Red Wings assustaram o HP Pavillion ao abrir o placar. Detalhe para a jogada do gol, com Franzen arrancando o taco das mãos de Thornton pouco antes do chute preciso de Brian Rafalski. Com a assistência, Franzen estendeu sua sequência de pontos para 12 jogos, estabelecendo mais um recorde. Os Sharks não mereciam perder até aquele momento, mas os Red Wings mereciam ganhar pela determinação dos jogadores.

Não demorou muito para a justiça ser feita, com o gol de empate do San Jose. Thornton, que cresceu muito ao longo do confronto, aproveitou a vantagem numérica.

Faltando cerca de nove minutos para o fim do segundo período, os Red Wings encaixaram uma sequência de bons ataques. Foi o momento em que o time mais ameaçou os Sharks em toda a partida. Logo a seguir, os donos da casa se safaram de duas desvantagens numéricas consecutivas graças a Nabokov. O domínio do Detroit no segundo período foi tamanho que o time teve os últimos 12 chutes, com uma vantagem de 14-3 ao longo dos 20 minutos.

Os Sharks acordaram no terceiro período. Em menos de três minutos, já haviam chutado o dobro do que fizeram em todo o período anterior. Aos 13:01, o gol da vitória marcado por Patrick Marleau passou pelo taco de Thornton e Heatley, proporcionando a redenção da linha mais criticada dos playoffs.

Os minutos finais do jogo foram eletrizantes. Os Red Wings lutaram pela sobrevivência com todas as suas forças, mas do outro lado não estava um time qualquer.

Mesmo tendo marcado mais gols no confronto (17 a 15) e liderado por mais tempo (2h01 contra 1h14), os Red Wings perderam o confronto, basicamente porque não aproveitaram as oportunidades que tiveram ao longo dos jogos, enquanto os Sharks foram implacáveis.

Humberto Fernandes é comissário da Liga Brasileira de Hóquei.

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Página publicada em 15 de maio de 2010.