Após um sucesso inesperado na temporada regular, os Hurricanes conquistaram a sua divisão e pegaram o mais tradicional time da NHL em matéria de playoffs: os Habs de Montreal. Para quem não acredita que tradição e camisa têm peso, basta ver os Habs jogando qualquer partida de playoffs, principalmente em casa, e certamente essa idéia errada será desfeita, afinal de contas, é diferente jogar, e vencer, hóquei no Canadá.

E nada mais especial que ver os Habs jogando e vencendo nos playoffs. Na primeira partida da série os Canes entraram no gelo achando que conquistariam uma vitória fácil e que enfrentar os Habs seria moleza. Que engano...

Numa partida sensacional o time de Montreal aplicou uma histórica goleada na casa dos Canes, vencendo e abrindo a série na frente com o placar de 6-1, mesmo tendo saído atrás no placar, com o gol precoce dos Canes no primeiro período. Cristobal Huet não se abalou e depois do susto inicial tratou de fechar o gol e pegou tudo no restante da partida, fazendo 43 defesas. Alex Kovalev marcou duas vezes e os Habs mataram as cinco penalidades que cometeram na partida.

No jogo 2 o placar não foi tão fácil e. numa partida mais emocionante, a disputa foi até o segundo final do tempo regular. O time da Carolina tentou de tudo para empatar a série, mas foi o time de Montreal que saiu na frente e abriu 3-0 apenas no primeiro tempo. Quando a partida parecia se encaminhar para uma fácil vitória Quebecois, os Canes trataram de reagir e marcaram duas vezes no segundo período. Cullen e Brind´amour fizeram os gols dos donos da casa e recolocaram os Canes na disputa.

No terceiro período, Whitney marcou com apenas 22 segundos jogados e logo depois, aos 01:15 do período final, Brind´amour colocou o time americano na frente do placar. Kovalev e Zhitnik trataram de empatar e virar a partida em favor dos canadenses num espaço de apenas 36 segundos, jogando um balde de água fria na torcida dos Hurricanes.

Apesar disso, o time americano não se rendeu e continuou na busca do gol do empate. O mais emocionante, para a partida, é que o tal gol veio, faltando apenas um minuto e meio para o final, quando Stillman colocou fogo na torcida local e transformou a arena numa chaleira.

Não bastassem todos esses ingredientes os dois times trataram de provocar uma segunda prorrogação, deixando as duas torcidas à beira de um ataque de nervos.

Aos 02:32 do segundo tempo extra, Ryder definiu a partida em favor dos visitantes, e o que para muitos parecia impossível de acontecer se tornou realidade: os Habs levavam a série para Montreal com uma incrível liderança de 2-0.

As partidas 3 e 4 em Montreal serão recheadas de um clima especial, uma atmosfera inacreditável para os fãs dos Habs que há tanto tempo esperam para ver seu time voltar ao topo da liga, o que até bem pouco tempo atrás acreditava-se ser impossível devido às questões financeiras locais e à desvalorização do dólar canadense em relação ao dólar americano, que tanto vem assombrando os times canadenses. Pior ainda era ter que conviver com o relativo sucesso dos arqui-rivais Maple Leafs.

Certamente Les Habitants Canadiens estão se sentindo no céu com o sucesso do seu time e com a vexatória não classificação do time de Toronto para os playoffs. Para que a lua de mel permaneça, seria incrível ver uma vitória também na partida 3, praticamente definindo o futuro da série.

Se não vencer o jogo 3, os Canes podem começar a se preparar para dar adeus aos playoffs, ou alguém acredita verdadeiramente que um time como o da Carolina tem condições de virar uma série perdendo de 3-0 para uma equipe de raça e tradição como o Montreal?


Alessander Laurentino acha que seria fantástico para a liga ver os Habs indo longe nos playoffs.
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Página publicada em 26 de abril de 2006.