Com todas as séries tendo jogado duas partidas — esta matéria está sendo escrita antes dos jogos de terça feira — algumas novidades já podem ser observadas. Claro que ainda é cedo, tudo pode virar do lado avesso, mas vale a pena indicar alguns pontos sobre cada série. Mais em algumas, menos em outras.

Ottawa x Tampa Bay

O jogo 1 foi o espelho do que deveria ser a série: completo domínio dos Sens. Já o jogo 2 parece ter feito ressurgir o Martin St. Louis da última temporada, assim como o Brad Richards do último Conn Smythe. Graças a eles principalmente que o Tampa Bay conseguiu vencer um jogo apertado e empatar a série. No entanto, tudo ainda indica que o Ottawa tem a série nas mãos.

Carolina x Montreal

Numa das séries mais sensacionais até aqui, os Habs surpreendem novamente. Pelo conjunto, pelo goleiro, pela raça interminável, desbancando um favorito mais uma vez. Pode ser que termine ali na frente, pode ser que termine na próxima série, mas os Habs ultimamente têm sido um fator surpresa nos playoffs. Agora a vítima parece ser a surpresa da temporada, o Carolina Hurricanes.

Vale notar que ninguém atua por mais tempo do que Rod Brind'Amour no Carolina. Disputas de disco? Mande o Rod. Times especiais? Mande o Rod. Ainda que ele seja o melhor do time — e é mesmo —, não consegue carregá-lo nas costas porque o desnível maior entre Montreal e Carolina está exatamente no gol: na disputa, reina o novato Cristobal Huet.

Na estréia dele em playoffs, no jogo 1 da série, tomou logo um gol aos 50 segundos de jogo. Parecia que seria um passeio dos 'Canes, mas foi um breve engano. Dali em diante ele parou tudo, garantindo a goleada dos Habs por 6-1. E isso num jogo em que o Carolina tentou de tudo: foram 43 chutes contra 21.

Veio então o sensacional jogo 2, possivelmente o melhor dos playoffs até aqui. Canadiens abrem 3-0, Hurricanes trocam de goleiro, fim de período. 'Canes diminuem a diferença para 3-2 no segundo período e, no terceiro, viram para 4-3 logo no começo. Logo a seguir, lá vão os Habs e viram o jogo novamente, 5-4, em meio minuto. Faltando um minuto e meio para o fim do jogo, os Canes empatam. Nada de gols na primeira prorrogação, até que o herói Michael Ryder faz o derradeiro na segunda. Que jogão!

Apesar disso, acredito que é série para sete jogos. Os 'Canes já elevaram o nível de jogo, devem entrar com senso de urgência acima da média daqui por diante e, para isso, contam com um bom leque de jogadores experientes no time.

New Jersey x NY Rangers

Foram dois verdadeiros massacres dos Devils, nem há muito o que contestar. Se a coisa já estava feia, sem Jagr é que não vai embelezar. Pra piorar, Martin Brodeur parece estar um grau acima da média dele. Salvo alguma reviravolta, salvo uma mágica de Jagr, a série aponta para uma varrida.

Buffalo x Philadelphia

Quem imaginaria os Flyers, construídos especialmente para os playoffs — embora estranhamente a gerência não tenha buscado um goleiro de calibre —, levando a sova de 8 da segunda-feira? Com Forsberg & cia., não teve jeito frente aos incríveis e (relativamente) desconhecidos jogadores dos Sabres.

Depois de um jogo 1 disputado, vencido na prorrogação pelo Buffalo, veio o massacre no jogo 2, um humilhante 8-2. Nada de Forsberg e Gagne, a NHL é de Briere e Dumont.

Uma partida em que dois jogadores meteram hat-trick já seria significativo, mas repare: um deles, o novato Jason Pominville, atuou por apenas 7:44 minutos. E, ainda assim, fez mais gols que todo o time do Philadelphia na partida.

Detroit x Edmonton

A dificuldade para vencer no jogo 1 e a derrota no jogo 2 trouxeram o um antigo pesadelo novamente à tona em Detroit. Nos fracassos dos últimos playoffs o time sempre foi superado por fortes esquemas defensivos (Ducks em 2003 e Flames em 2004) e seus jogadores pareciam sumir diante de um adversário que parecia mais forte e vigoroso. E com mais vontade.

Mesmo com mais uma temporada dominante, todo torcedor em Detroit tem aquela ponta de dúvida sobre o time nos playoffs. Isso não é de hoje, a bem da verdade. Foi assim em 1996, depois da temporada recordista de vitórias. Estava sendo assim em 2002, na primeira fase contra os Canucks, até que um gol de Lidstrom mudou a história e o time foi até o título.

Está sendo assim novamente. Os Oilers congestionam a zona neutra, os Wings não conseguem passar direito pelo bloqueio, mas chutam a gol de tudo quanto é maneira; o goleiro adversário se torna o nome do jogo, enquanto os atacantes dos Oilers aproveitam alguma falha do time para marcar seus gols.

No jogo 1, Kirk Maltby conseguiu dar um final diferente ao pesadelo ao empatar e depois virar o jogo na prorrogação. No jogo 2 foi exatamente o antigo pesadelo revisto. O fato é que os Oilers estão melhores.

Dallas x Colorado

E quando todos nós dávamos os Avs como mortos, eis que eles mostram que experiência em playoffs não é para ser desprezada, definitivamente. Ou não? Afinal, o central da 2a linha do time, Wojtek Wolski, sensação do jogo 1, é novato. O fato é que agora sim jogadores como Rob Blake e Milan Hejduk estão jogando o que sabem. E agora sim as estrelas do Dallas não estão brilhando como deveriam.

O mais interessante é que o Colorado está vencendo mesmo com um José Théodore falhando aqui e ali. Mas Turco está ainda pior, falhando aqui, ali e acolá.

Calgary x Anaheim

A série que tinha para ser a mais emocionante dos playoffs tem sido ótima. Jogo 1 decidido apenas na prorrogação, e ainda mais pelo grande Darren McCarty, jogo 2 vencido pelo Anaheim com direito a gols em desvantagem numérica e grande performance de Scott Niedermayer. E, mesmo nos playoffs, o novato defensor François Beauchemin segue sendo mais importante para o time do que Sergei Fedorov. Vai entender...

Nashville x San Jose

Depois do relativo susto inicial — eram poucos os que apostavam no Nashville —, o San Jose parece ter dado a volta por cima com um 3-0 convincente, com um infernal Cheechoo de volta. Ou seja, a derrota no jogo 1 parece ter sido um breve lapso para os endiabrados Sharks. Thronton arma, Cheechoo atira (e marca) e Toskala segura atrás. Simples assim.


Marcelo Constantino ficaria acordado pela madrugada adentro na terça-feira para acompanhar o jogo 3 de Wings x Oilers.
HERÓI Darren McCarty foi mais uma vez decisivo para seu time, marcando o gol da vitória na prorrogação do jogo 1 da série entre Flames e Ducks (Jeff McIntosh/AP - 21/04/2006)
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Página publicada em 26 de abril de 2006.