Por: Alessander Laurentino

Quando ficou definido que os Ducks enfrentariam os Canucks, a imprensa norte-americana passou a tratar os Ducks como finalistas do Oeste e houve uma verdadeira avalanche de previsões de 4-0 e 4-1.

Bem, o placar eles até acertaram, mas certamente ninguém poderia prever que os Ducks encontrariam a dificuldade que enfrentaram na série. Foram nada menos que três partidas decididas na prorrogação, quando a vitória poderia ter ido para qualquer um dos lados.

É verdade que o ataque canadense não fez por merecer em muitas oportunidades, mas também é uma verdade maior ainda que Roberto Luongo não merecia perder esta série, muito menos por 4-1. Obviamente, uma defesa que conta com Scott Niedermayer e Chris Pronger tem muitos méritos, mas há de se colocar os pingos nos ii, uma vez que o ataque do time de Vancouver foi extremamente inofensivo na maior parte da série, desperdiçando inúmeras oportunidades de vantagem numérica na série. O que dizer então de jogar fora uma vantagem de dois gols no começo do terceiro período de um jogo 3, justamente quando poderiam abrir 2-1 na série?

O goleiro dos Ducks, Jean-Sébastien Giguere, também precisou trabalhar arduamente e teve seus momentos, mas nem de longe precisou se esforçar tanto quanto Luongo.

No jogo 5, os Ducks contavam com total vantagem técnica e moral na série, afinal eles haviam vencido as duas partidas em Vancouver e estavam a apenas uma vitória da tão sonhada e esperada classificação para a final do oeste.

Tentando provar que poderiam fazer mais que forçar uma prorrogação, os Canucks precisavam da vitória para permanecer vivos nos playoffs.

É sabido de todos que os Ducks venceram a partida e mataram as esperanças do time da Colúmbia Britânica, mas nunca é demais citar que Luongo fez 56 defesas na partida em 58 chutes a gol que enfrentou na noite. Para ter uma idéia da vantagem do time de Anaheim, os donos da casa deram 63 chutes a gol contra apenas 27 dos visitantes, sendo que o time californiano deu 22 apenas no segundo período!

A impressão era que os jogadores dos Canucks tinham jogado toda a responsabilidade nos ombros de Luongo, como se dissessem: "Segura tudo aí atrás, Bobby Lou, que, se der, a gente acerta uma lá na frente qualquer dia desses."

Entretanto, é necessário fazer uma ressalva quanto ao desempenho dos jogadores ofensivos dos Canucks. Se na série contra o Dallas foi Trevor Linden quem chamou a responsabilidade para si, na série contra os Ducks, e principalmente no jogo 5, quem desempenhou esse papel foi o atual capitão, Markus Naslund.

Nazzy mostrou uma grande disposição na maior parte do tempo, voltou a marcar gols e a representar um perigo para a defesa adversária. Mas como duas andorinhas só não fazem verão...

O destino bem que quis pregar uma peça em Luongo. No começo da prorrogação, o mundo do hóquei se perguntava "Onde está Luongo?". Para surpresa geral, o paredão da equipe canadense não estava lá, mas, sim Danny Sabourin, que começava o período defendendo o gol dos Canucks. Ora, se Luongo era quem estava mantendo os Canucks na partida, era hora de os Ducks aproveitarem e encerrarem logo a série. Porém, o que se viu foram cinco grandes defesas do reserva canadense, para desespero da torcida e dos jogadores dos Ducks, pois Luongo estava de volta ao gelo e novamente os Canucks tinham uma chance de forçar uma sexta partida.

Mas, como todo sonho um dia acaba, Scott Niedermayer fez a realidade chegar aos Canucks e seus torcedores quando aproveitou um lance começado pelo seu irmão Rob e conseguiu fazer o disco passar por Luongo, estufando as redes do time visitante na segunda prorrogação.

No final, venceu o melhor time, o que tinha a melhor reserva técnica, além de os Ducks terem sido o time que mais procurou a vitória na série. Se não fosse a presença de Luongo no gol dos Canucks, dificilmente teríamos chegado a cinco partidas e muito pouco provavelmente o time canadense teria disputado três prorrogações.

Com um time bem experiente e com grandes jogadores no elenco, os Ducks estão bem credenciados para a final do Oeste e podem, sim, sonhar com a finalíssima da Copa Stanley outra vez. Só que desta vez os Ducks têm uma chance real e palpável de escrever seus nomes no troféu mais cobiçado.

Para a torcida canadense, fica o conforto e a esperança de que, se eles conseguiram chegar até aqui numa temporada em que poucos acreditavam que o time sequer chegasse nos playoffs, as expectativas para a próxima temporada devem ser bem interessantes.

E que na próxima temporada os Canucks possam contar com pelo menos mais um Luongo, e que ele seja atacante!

Alessander Laurentino gostaria muito de ver os Sens levar a Copa Stanley de volta para seu verdadeiro lar: o Canadá.
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Página publicada em 11 de maio de 2007.