Por: Alexandre Giesbrecht

Eu iria falar neste espaço sobre Roberto Luongo. Isso há uma semana. Mas a periodicidade semanal da revista matou meu assunto, e decidi partir para outro tema, mudando até de conferência. Sim, vou falar das finais do Leste.

Assim como no Oeste, será um confronto equilibradíssimo. É possível que já tenha havido séries mais equilibradas do que as duas que teremos pela frente, mas assim, ao mesmo tempo, deve ser a primeira vez.

Por mais que se diga que os Sabres têm mais talento que os Senators (e isso lá é verdade), para quase todos os pontos fortes que se cite de um há uma contrapartida do outro.

Comecemos, pois, com os goleiros. Ambos são jovens e têm experiência limitada em playoffs. Ryan Miller, dos Sabres, até tem um pouco a mais, mas Ray Emery surpreendeu a muitos ao vencer o duelo com Martin Brodeur, dos Devils, na fase anterior, e não se pode ignorar sua campanha de 9-2 contra os Sabres na temporada regular. Ainda assim, as atuações de Miller foram um dos grandes motivos por que seu time esá aqui: ele tem uma média de 2,06 gols sofridos e 92,8% de defesas. Os números de Emery são um fio de cabelo menores: 2,04 gols sofridos e 91,8% de defesas.

Ou seja, no gol deveremos ter um duelo extremamente parelho. E também duro para ambos os goleiros, que terão pela frente um adversário rápido e agressivo. No quesito velocidade, os times são bem parecidos, mas, quando se fala de agressividade, as coisas diferem bastante.

No caso dos Sabres, ela vem na forma de um ataque que intimida seus adversários já no vestiário. Não é qualquer time que tem uma coleção de linhas perigosas. Da primeira à quarta, há ameaças à integridade física das estatísticas defensivas adversárias. Não há como se concentrar em apenas uma delas.

Mesmo que se tente fazer isso, qual linha você vai escolher para receber atenção especial? A que tem Jason Pommindville (34 gols) e o armador Daniel Brière? A de Thomas Vanek (43 gols) e do velocista Maxim Afinogenov? A que tem Tim Connoly? Ou a de Chris Drury? Ó, dúvida cruel!

No caso dos Sens, com uma linha superpoderosa e três linhas equilibradas, a agressividade vem de outra forma. Vem com muita vontade de ganhar. Muita mesmo, a ponto de fazer qualquer um questionar se não era isso que faltava ao time em suas agonizantes derrotas dos últimos anos. E isso não vale só para um ou outro jogador. Penguins e Devils descobriram isso da pior maneira.

E não nos esqueçamos, claro, da tal linha superpoderosa, que tem um dos artilheiros dos playoffs (Dany Heatley, com 14 pontos). Seus dois parceiros, Jason Spezza e Daniel Alfredsson, vêm logo atrás, respectivamente com 12 e 11 pontos. É uma linha de respeito, que, mesmo quando está no centro das atenções adversárias, é difícil de ser neutralizada. Não por acaso, o mais/ menos coletivo dos três é de +18.

Na defesa, algo que pode desequilibrar um pouco é a contusão de Chris Neil, dos Sens. Se ele não estiver 100%, seu papel provavelmente será reduzido, mas isso não deve mudar seu estilo provocador, que pode cavar penalidades. Já Henrik Tallinder, dos Sabres, não é de provocar muito, mas gosta de jogar seu corpo (1,93m e 97kg) para todos os lados e é a principal esperança para anular a primeira linha do Ottawa.

Com todo esse equilíbrio, não será de se surpreender se houver nos próximos jogos uma reedição da batalha glacial entre os dois times em 22 de fevereiro. Agora há muita coisa em jogo, é verdade, mas ânimos acirrados são difíceis de conter, especialmente se algum jogo começar a se desenhar como goleada.

Hum... De repente, esta foi a primeira vez em que o excesso de jogos dentro da divisão serviu para causar uma rivalidade de verdade? Bem, se for isso, as duas próximas semanas poderão fazer com que essa rivalidade ganhe de vez um lugar entre as maiores de todos os tempos.

Alexandre Giesbrecht, publicitário, aceita derrotas, desde que se dê o máximo. Não foi o caso do São Paulo nesta Libertadores.

AP
Em apenas um lance do jogo entre Sens e Sabres em 22 de fevereiro, foram distribuídos 100 minutos de penalidades. A confusão teve até briga envolvendo o goleiro Ray Emery e o intimidador Andrew Peters.
(22/02/2007)

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Página publicada em 10 de maio de 2007.