A versão 2007/2008 dos Canadiens de Montréal parece, a primeira vista,
ter começado quase como um déjá vu da temporada passada. Porém, analisando
os detalhes, vemos que o time está diferente. Vejamos:
O começo
Na temporada passada, os Habs tiveram um começo espetacular, liderando
a NHL em pontos. Depois, caíram para a quarta posição do Leste. Mais
tarde, foram caindo, caindo, até que ficaram de fora dos playoffs! Obviamente,
alguma coisa aconteceu com o time para tamanha queda: a filha do ex-capitão
e Gerente Geral Bob Gainey desapareceu após um desastre de navio.
Na temporada atual, o time não começou tão arrasador, mas vem se mantendo
em quarto desde o começo. Não apenas na quarta colocação do Leste, como
é o terceiro colocado geral da NHL (obviamente, se abolirmos a nefasta
preferência que os líderes das divisões têm na tabela), atrás apenas
de Ottawa e Detroit.
O técnico
De uma maneira geral, o também ex-capitão e queridinho da torcida Guy
Carbonneau vem fazendo um bom trabalho no comando dos Canadiens. O time
de vantagem numérica é, disparado, o melhor da liga, sendo letal quando
tem a oportunidade de atuar.
Entretanto, apesar de Carbo ter sido o melhor atacante defensivo de
sua época, o time não está entre os líderes em matar penalidades, ocupando
a 13ª posição geral da NHL. Isso se deve ao fato de que os goleiros
ficam desprotegidos pelos jogadores de linha, sendo expostos ao bombardeio
adversário. Esta característica, aliás, pode ser observada também no
5-contra-5, pois, quando o time da cidade mais charmosa do Canadá é
pressionado, vê-se mais atacantes adversários do que jogadores Hábitants
nas proximidades da meta Canadienne.
Os goleiros
Tanto o titular, Cristobal Huet, quanto o reserva, Carey Price, vêm
fazendo uma temporada boa, mas sem serem destaques individuais.
Huet, ídolo local desde que chegou ao time fechando o gol, vem alternando
altos e baixos na temporada. Talvez seja por causa da política de rodízio
do técnico Carbo, que vem utilizando Price em um a cada três jogos.
Talvez seja somente inconstância dele. Mas o fato é que, se num jogo
ele defende 44 disparos dos Islanders, em outro leva três gols defensáveis
(os populares frangos) contra o arqui-rival da cidade inominável.
Já Price, que vem tendo um ano brilhante, está sendo inserido na NHL
aos poucos, para ir pegando experiência e, mais tarde, ocupar o posto
que já foi de Jacques Plante e Patrick Roy. Espera-se muito da jovem
revelação, que já foi MVP do mundial júnior e dos playoffs da AHL. Por
enquanto vem jogando com segurança e habilidade, com 5-1-1 e 91,4% de
aproveitamento de defesas.
Os atacantes
O monumento nasofálico Alex Kovalev parece, enfim, ter despertado de
sua hibernação. O russo da camisa 27 já fez 10 gols, liderando o time
nesse quesito e, ainda, na pontuação geral, com 19 pontos em 21 partidas.
Já seu companheiro de linha, o central Tomas Plekanec, também vem muito
bem na temporada, tendo sido, inclusive, apelidado de Romário checo,
fruto de seu grande oportunismo ao meter o disco pra dentro.
Na primeira linha do time, Saku Koivu continua desfilando sua graciosidade.
Nota para os golaços contra o Atlanta (de pênalti) e contra o Boston.
Aliás, todo gol de Saku é golaço! Pena que não tem ninguém que chegue
perto de sua genialidade em sua linha. Chris Higgins até que está jogando
a contento (8 gols e 5 assistências), mas o ex-artilheiro do time, Michael
Ryder, está decepcionante, com apenas 3 gols em 21 partidas.
Dos jovens atacantes do Montreal, o destaque maior vai para Andrei Kostitsyn.
O jovem de 22 anos caiu como uma luva na segunda linha, criando várias
jogadas junto com Plekanec. Outro que vem jogando muito bem é Kyle Chipchura.
Detentor de uma técnica apurada, poderia estar ganhando mais tempo de
gelo. Porém, é desperdiçado na quarta linha, enquanto o mosca morta
Smolinski ocupa vaga cativa na terceira. Para completar os jovens talentos,
o quebecois Guillaume Latendresse parecia meio perdido no começo da
temporada, mas sua produtividade vem crescendo nesse mês de novembro.
Os defensores
Com a saída de Sheldon Souray, principal defensor da equipe nas duas
últimas temporadas, será que os Habs perderam muito? Será que Roman
Hamrlik está à altura do antigo camisa 44? Embora não faça tantos gols
quanto o patada atômica, Roman é melhor defensivamente que seu antecessor.
Ademais, tem apenas 8 minutos de penalidades até agora. Bem menos que
o estabanado Souray teria se não estivesse contundido pelo Edmonton
Oilers.
A produtividade ofensiva ficou por conta do russo das cavernas Andrei
Markov: são 6 gols e 17 pontos até o momento, sendo 4 desses gols em
vantagem numérica, com seus petardos da linha azul (e a ajuda de Koivu,
que fica atrapalhando a visão do goleiro e proporcionando saltos acrobáticos
para desviar do disco).
Para completar os destaques defensivos, Mike Komisarek vem sendo sólido
como uma rocha na defesa dos Habs, crescendo sua maturidade a cada temporada.
Ainda por cima, nos presenteou com um lindo drible para o gol da vitória
contra os rivais que falam inglês.
Perspectivas
Se nenhuma tragédia acontecer, pelo hóquei de alto nível que os Canadiens
vêm jogando atualmente, é provável que continuem nessa posição que estão
ocupando desde o começo. À exceção dos Senators, nenhum outro time do
Leste é superior aos Habs. Se não fosse pelo beneficiamento dos líderes
das divisões, o time mais vencedor do hóquei poderia, inclusive, abocanhar
a segunda posição, indo bem confortavelmente para os playoffs.
Entretanto, é preciso começar a ganhar os jogos contra o Ottawa, se
o time quiser sonhar com algo digno de sua camisa para o fim da temporada,
em vez de apenas esperar que 2009 chegue para comemorar alguma coisa.
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Página publicada em 28 de novembro de 2007.