Por: Kevin Allen

A questão sobre o defensor Nicklas Lidstrom, do Detroit Red Wings, não é mais sobre se ele vencerá seu sexto Troféu Norris. Isso vai acontecer, desde que ele não se machuque. A questão mesmo é se ele finalmente vai receber alguma séria consideração para o Trofpeu Hart como o jogador mais importante da NHL.

O argumento é simples: Os Red Wings têm sido o melhor time da NHL nesta temporada e Lidstrom é o jogador mais indispensável do time. Tem sido assim por anos. Mesmo quando Steve Yzerman era o capitão mais respeitado da NHL, pode-se dizer que Lidstrom era o jogador de quem os Red Wings não poderiam prescindir.

Aos 37 anos, ele ainda joga como se estivesse no auge. Ele é o defensor que mais pontua e lidera a liga com +34. O defensor mais próximo é Joe Corvo, com +18.

Ele é um defensor fenomenal no embate um-contra-um e inquestionavelmente um dos melhores jogadores de retaguarda no ataque (NT.: "point man", no original em inglês) do jogo. Eu desafio qualquer um a trazer um jogador melhor que Lidstrom quando se trata de manter o disco na zona ofensiva. Um jogador que mata penalidades acredita que tem espaço livre para isolar o disco, apenas para ver Lidstrom bloqueá-lo no ar com precisão incomum. Ele então manda o disco para o gelo e os Red Wings são novamente um time perigoso em questão de segundos.

Ele tem ficado de fora uma média de apenas três jogos por temporada -- e isso em 16 delas --, e vários desses jogos perdidos foram porque os Red Wings optaram por descansá-lo no fim da temporada. Quando você olha a atual produção dele e o histórico, de jogar ainda melhor na segunda metade, ele pode acabar tendo a melhor temporada ofensiva de sua carreira na NHL. E isso de um jogador que vai ter 38 anos de idade nos playoffs.

"Se você vê-lo jogar uma partida, ele não vai surpreendê-lo, mas quando você o vê jogar noite após noite, você se dá conta que ele faz toda e qualquer jogada", diz o gerente geral Ken Holland. "Ele está jogando tão bem quanto sempre jogou. Não decaiu."

Embora ainda tenha coisa a ser feita, é possível que, quando Lidstrom se aposentar, ele terá credenciais para ser considerado o segundo melhor defensor da história da NHL. Ele já está entre os cinco melhores.

"Ele é um grande defensor por causa de toda a habilidade com o taco e por sua inteligência", diz Holland. "Ele ainda joga por paixão".

Nos últimos 50 anos Bobby Orr (1970-72) e Chris Pronger (2000) são os únicos defensores que venceram o Troféu Hart, e, se algum outro defensor o merecia, provavelmente era Lidstrom.

"Lidstrom é o tipo de jogador que serve de base para a construção de um time", diz o assistente da gerência geral, Jim Nill.

E, se alguma vez houve uma temporada em que ele deveria vencer, talvez seja esta a temporada, se os Red Wings prosseguirem dominando. As chances permanecem contra ele. A eficiência operária de Lidstrom e sua personalidade quieta trabalham contra ele. Sua grandeza tente a ficar abaixo do radar, mesmo em sua pátria mãe, onde Peter Forsberg, Mats Sundin e Borje Salming são considerados mais populares. Os torcedores do Detroit também nem sempre reconhecem: Durante uma transmissão, torcedores votaram que Chris Osgood foi o MVP desta primeira metade. Lidstrom não ficou nem em segundo lugar.

Independentemente de ele vencer o Hart, Lidstrom deverá ser uma das mais modestas e menos populares estrelas da história da NHL.

Kevin Allen é colunista do USAToday. O artigo original foi traduzido por Marcelo Constantino.
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Página publicada em 9 de janeiro de 2008.