Por: Thiago Leal

Sua chegada no dia-limite de trocas foi (injustamente) questionada, pelo menos devido ao jogador que ele estava substituindo. Mas pouco a pouco Chris Kunitz vem superando as expectativas e provando ser de fundamental importância para o Pittsburgh Penguins. Mesmo sendo um atacante, Kunitz, estrategicamente, muitas vezes protege mais que os próprios defensores. E como a música que diz "proteção: é para isso que você está aqui", o ex-Anaheim Ducks cumpriu a risca sua função de proteger as estrelas do Pittsburgh. Sua escalação ao lado de Evgeni Malkin e Sidney Crosby garante aos dois principais jogadores do time, muitas vezes, mais liberdades.

Embora neste jogo 3, com 15 minutos de gelo, Kunitz tenha tido sua melhor atuação, desferindo nada menos que 11 trancos, seu desempenho na pós-temporada já vem tido algum destaque. Sempre na função de proteção, que fique bem claro. Quem observar cuidadosamente Kunitz no gelo verá que pouco o ponta-esquerda chuta a gol — tanto que até agora, na pós-temporada, ele atuou em todas as 20 partidas dos Penguins e marcou apenas um gol, somando, no total, 12 pontos. Ao contrário do que fazia nos Ducks, quando se dividia em chutes, assistências e proteções, aqui Chris tem uma função quase que exclusiva de dar cobertura a Crosby, Malkin ou com quem quer que ele esteja formando linha.

A função de proteção a favor dos Pitts vem sendo cumprida por outros jogadores, como Tyler Kennedy ou Kristopher Letang. Quem melhor a desempenha depois de Kunitz, no entanto, é Matt Cooke. Nenhum deles, nem mesmo Chris, chega a ser um intimidador, que fique bem claro. Mas vêm fazendo o serviço sujo de "limpar" as linhas inimigas para dar mais espaço para estrelas atuarem.

E qual a importância do papel?

Basta analisar as estatísticas dos jogos onde os protetores não estiveram tão presentes: o 1 e o 2. Os Pens perderam a partida, mesmo jogando bem e superando os Red Wings em vários momentos. É que, contra uma equipe tão física quanto os Wings, é importante a presença de jogadores que possam devolver o vigor físico.

Agora fica bem claro qual era a ideia ao se trocar uma escolha de primeira rodada, Ryan Whitney, por um jogador não-recrutado que desempenhava um papel quase-secundário numa equipe que não vinha bem na temporada regular. A ideia não era que Kunitz pudesse servir Malkin ou Crosby com assistências perfeitas, embora muitas vezes ele cumpra também com esse papel. Mas o que os Penguins queriam, e conseguiram, era alguém que pudesse carregar o piano — ou melhor, dar um tranco no piano — para que as verdadeiras estrelas da equipe pudessem brilhar.

Para quem pensa que um jogador só contribui com gols e assistências, está o exemplo de Kunitz. Ponto pra ele!

Mais considerações:
Na briga pelo Conn Smythe, Malkin abre vantagem. Não só pelos três pontos (todos assistências) marcados, mas também por ter sido o melhor Penguin no rinque de novo. Alguém ainda duvida que o russo pode levar o MVP?

Mas a estrela da noite foi Maxime Talbot. Por que marcou dois gols? Certamente. O fato de um deles ter sido em rede vazia não tira os méritos, de forma alguma.

E lembram que dissemos que ele estava devendo? Na verdade, ainda está. Mas com uma assistência e com o gol vencedor da noite, Sergei Gonchar finalmente apareceu na série final.

Não foi uma simples vitória. O Pittsburgh mostrou que vai arrastar a série pelo menos até o jogo 7. Alguém duvida?

Thiago Leal odeia escrever textos curtos e com poucas fotos.

Jamie Sabau/Getty Images
Chris Kunitz justificando seu salário.
(02/06/2009)

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Página publicada em 3 de junho de 2009.