Por: Gene Collier

A primeira mudança de cenário na final da Copa Stanley veio com uma completa inversão na dinâmica da sorte, e com virtualmente uma nova série graças em grande parte a Max Talbot, que marcou o primeiro e o último gol da impressionante e improvável vitória dos Penguins por 4-2 para trazer seu time de volta à vida.

O Detroit Red Wings, que passou os jogos 1 e 2 no lado ensolarado dos eventos aleatórios, de repente perceberam que as forças que trabalham no velho celeiro eram consideravelmente mais sinistras. Quem sabe era a luz.

De que outra maneira quatro árbitros poderiam deixar seis patinadores dos Penguins simultaneamente no gelo por 21 segundos no primeiro período, a menos que alguém tenha considerado que se os Red Wings podem ter dois goleiros, os Penguins podem ter seis patinadores?

O Detroit safou-se quando Henrik Zetterberg cobriu o disco dentro da área ao ver que Chris Osgood não poderia fazê-lo em cada um dos dois primeiros jogos. Mas os Red Wings não se safaram no jogo 3.

"Eu sei que, do banco de reservas, não podia gritar," disse o atacante dos Penguins Matt Cooke sobre o incidente com homens demais no gelo. "Aí eu estava meio que sussurrando [para Mark Eaton], 'Eats, Eats, Eats,' e então ele acenou com a cabeça pra mim e começou a contar: um, dois, três, quatro, cinco, e, oh-oh.

"Ora, nós nos safamos dessa por quanto tempo? Vinte e um segundos? Bom pra nós."

Isso era o tipo de coisa que os Penguins precisavam em uma noite que eles chutaram menos a gols, 29-19, e foram superados de novo por longos momentos, como em todo o segundo período.

Apenas no segundo período, Mikael Samuelsson acertou a trave de Marc-Andre Fleury e Brian Rafalski, que veio ao jogo com quase o dobro de pontos nos playoffs contra os Penguins (13) que qualquer um de vermelho, viu seu chute bater na parte de cima do travessão.

Um ou outro chute colocaria os Red Wings na liderança, e provavelmente para continuar, já que eles têm 11-0 nestes playoffs após liderar por dois períodos.

Além disso, os Red Wings de novo não puderam escalar Pavel Datsyuk pro jogo graças a uma contusão, o mesmo com Kris Draper.

Pior ainda, com o embargo local à venda de polvo, não há talismã para os fãs dos Red Wings jogarem no gelo antes das hostilidades. As coisas estavam ficando tão desesperadoras para os Penguins no aquecimento que a mera sugestão de que eles contra-atacassem com alguma forma de vida similar para dar boa sorte começava a parecer quase plausível.

Alguém iria se importar se, por exemplo, uma marmota norte-americana fosse jogada clandestinamente por cima das bordas durante o palpitante aquecimento? Eu não acredito que mesmo o PETA ("pessoas pelo tratamento ético dos animais") patrocine uma Liga de Defesa da Marmota, e na verdade, quem não gostaria de ver o tremendamente chato Gus, a segunda marmota mais famosa da Pensilvânia, levar uma massagem gelada no seu traseiro?

Em todo caso, os Penguins apresentaram evidências convincentes no primeiro período de que o jogo 3 seria diferente das duas frustrações que o precederam, no mínimo ao mandar discos para dentro do gol.

Anteriormente, eles apenas mandaram o disco para dentro do gol.

Um de cada vez.

Não mais do que um em cada período de 60 minutos.

O Detroit tem sofrido a persistente média de dois gols por jogo nesta pós-temporada. Os Penguins estavam conseguindo apenas metade disso contra Osgood.

Mas quando Kris Letang roubou o disco de um caído Johan Franzen durante a vantagem numérica dos Penguins e com ele derrotou Osgood, empatou o jogo com apenas quatro minutos restantes no primeiro período. Letang provavelmente não sabia que o Detroit não perdeu sequer um jogo nos playoffs em que tenha liderado após o primeiro período, mas ele sabia o que fazer com o flutuante disco na vantagem numérica. Ele se aproveitou do corta-luz de Niklas Kronwall para empatar o jogo em 2-2.

O que o gol de Letang não pôde fazer foi eliminar a aura de oportunidades de ouro que tinha tomado conta dos Red Wings graças à atuação persistentemente temerosa de Fleury durante o primeiro período. Fleury permitiu que o rebote de um chute de Ville Leino escapasse justamente para Zetterberg, 90 segundos depois de Talbot ter dado aos Penguins a liderança por 1-0.

Zetterberg não teve dificuldade de chutar aquele para dentro da rede, e com Brooks Orpik no banco de penalidades apenas três minutos depois, Franzen não teve problemas para vencer Fleury após um elegante passe cruzado de Zetterberg que colocou o Detroit na liderança até o gol de Letang. Aquele jogada pareceu ter sido criada pelo melhor time de vantagem numérica da NHL nesta temporada e o melhor na história dos Red Wings, o que, a propósito, realmente foi.

O calcanhar de Aquiles dos Red Wings é sua unidade de matar penalidades, que foi compelida sobre o gelo no meio de um truncado terceiro período graças a uma interferência barata de Jonathan Ericsson contra Cooke.

"Staal passou o disco pra mim e eu tinha a direita toda livre," Cooke protestou. "Ele me empurrou às bordas com seu taco e isso sempre é falta."

Talvez, mas muitas controvérsias foram permitidas antes disso, incluindo o claramente evidente choque cruzado em Franzen no começo do período.

Os Penguins marcaram duas vezes em três oportunidades numéricas. Talvez se eles tiverem mais três amanhã à noite, e metade da sorte, eles possam empatar a série.

Gene Collier é colunista do Pittsburgh Post-Gazette. O artigo original foi traduzido por Humberto Fernandes, com ajuda de Alexandre Giesbrecht.
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Página publicada em 3 de junho de 2009.