Por: Humberto Fernandes

Phoenix Coyotes e Detroit Red Wings foram para o jogo 5, em Phoenix, com o confronto empatado em 2-2. Os Coyotes haviam vencido os jogos 1 e 3 e os Red Wings os jogos 2 e 4.

O jogo 5 não foi dos melhores e mais emocionantes, mas até mesmo os piores jogos dos playoffs são melhores que quase todos os de temporada regular.

Os Red Wings dominaram o primeiro período e tiveram duas oportunidades e meia em vantagem numérica, não convertidas em gol. Nos minutos finais, logo após um icing, o Detroit colocou no gelo a quarta linha e se aproveitou do cansaço do adversário. Drew Miller marcou o seu primeiro gol na campanha, o famoso "gol de viradinha", termo cunhado por André José Adler. Miller, aquele que foi requisitado na Desistência, que não servia para o Tampa Bay Lightning e que hoje é admirado pelos torcedores dos Red Wings.

O segundo período foi dos Coyotes. Treze segundos após o fim de uma penalidade do Detroit, a equipe dona da casa chegou ao empate com o defensor Ed Jovanovski, que usou todo o seu tamanho para se posicionar à frente do goleiro Jimmy Howard. O gol não foi em vantagem numérica, mas nasceu da sequência de uma dessas oportunidades a favor do Phoenix.

A diferença entre Detroit e Phoenix na série era o aproveitamento em vantagem numérica. No 5-contra-5, o confronto estava parelho.

No começo do terceiro período, Howard fez uma das defesas mais bonitas de sua carreira logo após o fim de uma vantagem numérica para os Red Wings. Martin Hanzal deixou o banco de penalidades e partiu em contra-ataque. O goleiro defendeu o primeiro chute e também o rebote.

Aos 11 minutos do terceiro período, com a prorrogação aparecendo no horizonte, o Detroit marcou o gol que seria o da vitória com uma grande dose de sorte. Logo após um faceoff, Nicklas Lidstrom chutou e o disco de alguma forma passou por Ilya Bryzgalov e atingiu Tomas Holmstrom, que estava dentro da área fazendo o seu trabalho.

O gol derrubou a moral dos Coyotes. Não demorou muito para os Red Wings ampliarem sua vantagem para 3-1.

O Phoenix sentia a falta de Shane Doan, seu capitão. Doan se contundiu no jogo 3, quando saltou por cima de Howard para não atingir o goleiro em uma posição que poderia machucá-lo. Como consequência, foi o próprio Doan quem se machucou, ao atingir as bordas com força. Uma retribuição injusta para um ato nobre.

Foi o segundo jogo seguido em que os Coyotes não estiveram na liderança por um segundo sequer.

Para não repetir o resultado do jogo 3, o treinador Mike Babcock mudou a rotina dos Red Wings. Logo após o jogo 5, ao retornar a Detroit, o time saiu direto do aeroporto para um rinque de hóquei próximo para treinar. Babcock não gostou da forma preguiçosa como o time atuou no jogo 3, quando recebeu o dia de folga ao retornar de viagem. Assim, preferiu colocar todos os jogadores para trabalhar ao descer do avião.

No jogo 6, em casa, os Red Wings tinham a chance de vencer o confronto.

A partida começou totalmente favorável ao time. Nos primeiros 6min42s de jogo, o Detroit esteve em vantagem numérica durante 4min50s, inclusive com dois homens a mais no gelo por 69 segundos. O Phoenix não só sobreviveu aos ataques do adversário como marcou um gol em desvantagem numérica, provando a força de sua unidade defensiva.

Assim como no jogo anterior, o segundo período foi dominado pelos Coyotes. A equipe marcou três gols, sendo dois em vantagem numérica, para ampliar a liderança no placar. Desde o jogo 1, os Coyotes não aproveitavam as oportunidades com jogador a mais. Um dos gols foi marcado por Mathieu Schneider, veterano defensor adquirido no dia-limite de trocas.

No terceiro período, o Phoenix não permitiu que o Detroit jogasse. Quando está na liderança, o time inteiro se pociona atrás da linha do disco, não deixando espaços para o adversário.

Os Coyotes ainda chegaram ao seu terceiro gol em vantagem numérica da partida, igualando o feito do jogo 1, antes dos Wings acharem um gol para as moscas da Joe Louis Arena comemorarem.

O placar foi elástico para o que se viu no gelo. Não que o Detroit tenha feito algo muito melhor para perder de menos, mas os Coyotes se aproveitaram dos erros do adversário e foram realmente melhores, liderando o jogo por quase 56 dos 60 minutos.

Rumo ao jogo 7, Babcock deu entrevistas dizendo: não façam disso algo maior do que é. E como não fazer? Era o jogo 7, o derradeiro.

Ele também disse que seria muito importante marcar o primeiro gol do jogo. Talvez por isso os Red Wings tenham entrado para matar. O que se viu no primeiro período, quando o time chutou 17 vezes a gol, foi uma prova de sua vontade de ganhar o jogo e seguir adiante nos playoffs.

Os Coyotes resistiam graças a Bryzgalov, que esteve fantástico. Embora tenha sobrevivido aos ataques do primeiro período, a equipe perdeu a empolgação trazida da vitória anterior.

No começo do segundo período, Pavel Datsyuk roubou a cena e o jogo. O russo marcou dois gols em 1min41s, conquistando uma importante vantagem no placar. O segundo gol virou um comercial da série "History Will be Made" da NHL.

O Phoenix voltou ao jogo depois do gol de faceoff marcado por Vernon Fiddler. Um gol improvável que poderia ter mudado a história do jogo. No entanto, em vantagem numérica, Lidstrom acertou um de seus chutes e esfriou o time da casa.

Persistentes, os Coyotes nunca desistiam. A esperança foi renovada quando o time ficou em vantagem numérica por 2min48s, incluindo 72 segundos em 5-contra-3. Os Wings resistiram e ainda marcaram o seu quarto gol do período a cinco segundos do fim.

Perdendo por 4-1, não havia muito o que o Phoenix pudesse fazer. Vencendo por 4-1, o terceiro período tornou-se um treino de luxo para os Red Wings, que ainda marcariam dois gols, apesar da ótima atuação de Bryzgalov.

Durante toda a temporada, a torcida, a imprensa e o treinador de Detroit questionaram as estrelas do elenco, dizendo que os grandes nomes do time no papel têm que ser os grandes nomes do time no gelo também. Os dois gols de Datsyuk, os dois gols e a assistência de Lidstrom, as três assistências de Henrik Zetterberg e de Brian Rafalski e as duas assistências de Valtteri Filppula no jogo 7 não deixam dúvidas de que eles foram grandes.

O jogo 7 foi o mais fácil do confronto para os Red Wings porque a equipe jogou pra valer desde o primeiro minuto, impondo o seu melhor hóquei durante toda a noite.

Os Coyotes se despediram de sua torcida recebendo aplausos e agradecimentos pela belíssima temporada, a melhor de toda a sua história. Em qualquer retrospectiva de 2009-10, essa será a equipe do ano, abençoada pelo nome que carrega (Fênix). A prova definitiva de que eles deram muito trabalho para os Red Wings está no tempo de liderança dos times no confronto. Durante 74% da série, o Phoenix liderou ou empatou o jogo.

Humberto Fernandes assistiu a todos os sete jogos do confronto entre Detroit e Phoenix.

Christian Petersen/Getty Images
Mike Babcock comandou o Detroit Red Wings rumo à vitória na primeira fase.
(27/04/2010)

Christian Petersen/Getty Images
Faltou pouco para o Phoenix Coyotes, mas a equipe ganhou muito mais do que perdeu em 2009-10.
(27/04/2010)

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Página publicada em 30 de abril de 2010.