Por: Thiago Leal

Depois de toda uma temporada de história, Anaheim Ducks e Dallas Stars trazem uma série doméstica à pós-temporada. O que o retrospecto conta sobre esse tradicional confronto da Nova Era da NHL?

Pós-temporadas anteriores
Na temporada passada, o Anaheim Ducks conquistou a Copa Stanley enquanto o Dallas Stars caiu na primeira rodada dos play-offs, diante do Vancouver Canucks em sete jogos. Caso os Stars divessem passado pelos Canucks, teriam enfrentado os Ducks na semi-final de Conferência — repetindo a pós-temporada de 2003. Naquela ocasião, os Ducks vinham de uma varrida sensacional sobre o Detroit Red Wings por 4-0. Em seis jogos, os Ducks eliminaram os Stars, na surpreendente temporada que culminou com o vice-campeonato da Copa Stanley.

Foi o único confronto entre Ducks e Stars em pós-temporada.


Retrospecto da temporada regular
O confronto entre Ducks e Stars tem se tornado tradicional nas últimas temporadas, com os Ducks se firmando como uma das forças no Oeste e equilibrando ainda mais a Divisão do Pacífico.

Analisando o histórico de Ducks e Stars pós-Era Disney em Anaheim (a partir de 2005-06), que é quando, podemos dizer, os Ducks adquiriram a mentalidade que os guia hoje em dia, temos o seguinte patamar: Foram 24 confrontos com 15 vitórias dos Stars, sendo três em prorrogação ou disputa de pênaltis; e nove vitórias do Anaheim sendo duas em prorrogação ou disputa de tiros livres.

Na temporada atual, os Stars bateram os Ducks cinco vezes, todas dentro do tempo regulamentar. Os Ducks tiveram duas vitórias em tempo regulamentar e uma em disputa de pênaltis.

Nos números desta temporada regular, foram 24 gols em prol da franquia texana contra 14 dos californianos.

Visivelmente o Dallas Stars impôs toda sua superioriade em cima do Anaheim Ducks nesses pouco mais de seis meses de temporada regular. A perspectiva, depois de uma análise de confrontos recentes e tomando o retrospecto geral como um todo. Pode-se dizer que os Ducks têm vantagem em pós-temporada, mas não dá para tomar uma única ocasião, ainda mais no já longínquo 2003, como referência. Até porque aquele Mighty Ducks of Anaheim era bem mais fraco que o atual Anaheim Ducks.

Uma análise da série que começa amanhã, logo, não pode ser baseada em retrospecto nenhum, pois seria uma análise equivocada.


D de Dallas... ou de Ducks?
O Anaheim Ducks é um time melhor. Isso é fato. Basta ver o desempenho de ambos dentro da Conferência e da Liga. Tanto que os Ducks ficaram em quarto lugar no Oeste e sobrou exatamente o quinto posto para os Stars. Mas se na classificação geral os Ducks se saem melhor, os Stars levam vantagem no confronto direto, como foi dissecado acima. A análise do confronto entre Anaheim e Dallas deve partir de um outro ponto. O ponto que levou os Ducks a levarem a Copa Stanley em 2007.

Não há como questionar que o Anaheim Ducks é um time montado para se jogar pós-temporada. Jogadores como Scott Niedermayer, Chris Pronger, Matthieu Schneider e François Beauchemin, adquiridos todo na Era Samueli (pós-Era Disney), são uma prova que os Ducks se arrumam para entrar com força total em momentos como vantagem numérica. A aquisição de Marc-André Bergeron no Dia-Limite reforça a tese. Brian Burke, gerente geral, é o responsável pelas piruetas salariais que trouxeram de volta Teemu Selanne ao time que já tinha adquirido Todd Bertuzzi como reforço ofensivo antes do começo da temporada regular.

Seu quadro médico traz apenas um jogador lesionado: Corey Perry. Logo Perry! Um dos jogadores mais decisivos da equipe? Decisivo? Os Ducks ainda têm Ryan Getzlaf, Chris Kunitz, Rob Niedermayer e Doug Weight.

Ou seja, a cozinha funciona em Anaheim.

E se eu puder puxar para o retrospecto... os dois últimos confrontos, quando os Ducks já contavam com esse plantel, deram vitória da franquia de Orange County.

A coisa em Dallas, por outro lado, vem de tempos difíceis: Jere Lehtinen, Mike Ribeiro e a arma adquirida no Dia-Limite Brad Richars figuram na lista de contusões. Não devem chegar 100% aos confrontos. Sergei Zubov então... ele joga? Diante disso tudo, com os Ducks com mando de gelo e com a pompa de defender o título da Copa Stanley, é natual que o favoritismo se entorte todo para o sol da Califórnia, e os Stars são os primeiros a assumirem esse fato (que para os Ducks não deixa de ser um fardo).

Mas ao seu lado, os Stars têm um ataque infinitamente superior. Se no confronto direto são 24 gols contra 14, no total os Stars têm 242 gols contra 205 dos rivais. Ribeiro, Lehtinen e Richards fora ajudam a esse número diminuir. E fica a pergunta: esse ataque poderoso terá condições de passar pela defesa dos Ducks com força total? Ainda mais levando em conta que os Stars terão esses possíveis desfalques — se não desfalques como um todo, no mínimo jogadores em condições abaixo dos 100%?

Realmente, o Dallas entra no confronto com o conceito abaixo. Deve entrar também sem pressão, uma vez que é o primeiro a jogar o favoritismo para os Ducks.

E aí, juntam-se os fatores: toda a superioridade momentânea do Anaheim contra o retrospecto para lá de favorável ao Dallas no decorrer da temporada regular. Ou seja, uma série imprevisível, com duas equipes cheias de talentos que podem decidir — principalmente Teemu Selanne e Mike Modano. Ducks no topo, Stars com a motivação de superar essa pseudo-vantagem alheia.

Vai sair faísca. É tudo que pode-se adiantar.

E aqui vai um recado ao leitor e contribuinte esporádico Daniel Martins, vulgo Miojo, torcedor inveterado do Dallas Stars: Fear the D... as in Ducks?

Thiago Leal não tem encontrado tempo para começar a desenhar Anatomia de uma Derrota.
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Página publicada em 9 de abril de 2008.