Por: Thiago Leal

Eles severamente criticados por TheSlot.com.br. Tiveram a permanência de seu ídolo questionada. Viraram a notícia da temporada quando renovaram o contrato de Alexander Ovechkin por 13 anos. Mexeram no elenco no dia-limite de trocas e renovaram suas esperanças de classificação. Viram o jovem russo marcar cinco pontos no mesmo jogo e despontar como favorito aos Troféus Hart e Art Ross. Por fim, foram dados como quase-eliminados da pós-temporada. Para a qualificação acontecer, uma combinação de resultados pouco provável era necessária.

Não há dúvida de que os Capitals movimentaram TheSlot.com.br na atual temporada. Quando o assunto era Ovechkin, ovação. Quando se tratava do jogo e da campanha do clube, chacota. Por fim, tratando da reação da franquia na reta final, vinha a desconfiança e a incredibilidade.

Claro que tudo isso não partia só de TheSlot.com.br, como da própria imprensa norte-americana. Sem dúvidas, os Caps viveram uma temporada estranha, com um misto de empolgação e de otimismo por Ovechkin e de crítica negativa e desânimo pelo desempenho do time, longe da pós-temporada desde 2003 e amargando o último lugar na fraca Divisão do Sudeste nas últimas três temporadas regulares.

Quem diria que, depois de tanto questionamento, os Caps conseguiriam, de fato, essa vaga? E o melhor, com mando de gelo, uma vez que, injustamente ou não, a vaga veio automaticamente com o título de divisão e garantiu a vantagem do Washington no confronto. Terá pela frente o Philadelphia Flyers. E chega como provável favorito.

Estudando a classificação
A última matéria, já linkada neste artigo, exibia a situação dos Capitals na busca pela vaga: com 90 pontos, o Carolina Hurricanes liderava a Divisão. Com os mesmo 90 pontos, os Caps estavam em nono lugar. À sua frente, Ottawa Senators com 92, Boston Bruins e Philadelphia Flyers com 91. Os Capitals e os Hurricanes tinham mais dois jogos, coincidentemente contra os mesmos adversários: Florida Panthers e Tampa Bay Lightning. Os outros concorrentes pela vaga eram Boston Bruins, que enfrentaria New Jersey Devils, Ottawa Senators e Buffalo Sabres; e também o Philadelphia Flyers, que teria pela frente o Pittsburgh Penguins duas vezes e os Devils.

Obviamente a dos Caps era torcer contra Canes, Flyers e Bruins, sem exceção. A coisa começou ruim porque, logo de cara, os Canes passaram pelo Lightning com 6-2 e o Bruins perdeu para os Devils nos pênaltis, conseguindo pelo menos um ponto. Pelo menos os Flyers haviam perdido dos Pens. Então vão os Capitals e cumprem seu papel: vencem o Tampa Bay Lightning por 4-1. Na rodada seguinte os Flyers bateram os Devils por 3-0 e os Bruins derrotaram os Senators por 2-1. Até aí, tudo ruim para a franquia do Distrito de Colúmbia, com lágrimas e TVs ligadas até mesmo na Casa Branca. Mas o que estava para acontecer seria sensacional. Trevor Letowski abriu o placar para os Canes em Raleigh. Continuasse assim, os Caps estariam praticamente eliminados. Só que algo estranho sucedeu e Jay Bouwmeester empatou para os Panthers. Steve Montador virou o jogo ainda no período inicial com assistência de Nathan Horton, autor do terceiro gol, já no segundo período.

Staal apareceu para diminuir para os Canes, impulsionado pela dupla Joseph Corvo e Ray Whitney. Mas ainda na segunda etapa, Radek Dvorak jogou um balde de água fria fazendo 4-1. No último período, Whitney e Corvo ainda acharam assistência para Sergei Samsonov marcar, mas já era tarde demais. Os Panthers derrotaram os Hurricanes na Carolina do Norte. O caminho estava aberto.

Pouco importava o resultado dos Flyers (que venceram os Pens por 2-0) ou dos Bruins (derrota para o Sabres por 3-0). Bastou que os Capitals derrotassem os Panthers, com Sergei Fedorov ganhando destaque, e pronto: a vaga estava garantida, com título conquistado mando de gelo salvo.

O mérito dessa classificação também passa pelo confronto direto com o Hurricanes. Foram quatro vitórias e quatro derrotas — mas os Caps venceram as duas últimas partidas, que acabaram fazendo toda diferença.

Eu, incrédulo, havia dito na edição 184 que muitas vezes, no hóquei, acreditar era a resposta. Os Capitals acreditaram.

Mas que fique claro... há algum tempo atrás, eu apostei no sucesso que esse time faria. Só achava que fôssemos esperar um pouco mais.


E a Série?
Os Capitals terminaram, tecnicamente, atrás dos Flyers na tabela, com 94 pontos contra 95 da franquia da Filadélfia. Mas por toda aquela questão do título de Divisão, o Washington se posicionou na frente e ganhou o mando de gelo.

Conforme palpitei e mantenho o raciocínio... Capitals e Flyers são equipes que se equivalem. Os Caps tiveram mais problemas na temporada devido a um começo muito ruim. Tivessem tido a regularidade que tiveram agora, no final da temporada regular, seguramente estariam com a classificação garantida mais cedo — levanto em conta seus rivais de Divisão, claro.

Ambos têm também bons talentos jovens e nomes veteranos incompetentes. Mas creio que na atual conjuntura o elenco jovem de Alexander Ovechkin, Alexander Semin, Nicklas Backstrom adicionado dos veteranos Viktor Kozlov e Sergei Fedorov seja consideravelmente superior à boa combinação do sangue novo de Joffrey Lupul, Scott Hartnell, Patrick Thoresen, Mike Ricards com a experiência de Vaclav Prospal, Simon Gagne (lesionado, não deve jogar a série) ou Daniel Brière (que estará vindo de contusão).

Do meu ponto de vista, o que vier para os Capitals é lucro. Eles ainda terão o que comemorar.

Thiago Leal tem muito orgulho de Humberto Fernandes.
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É sua primeira pós-temporada, mas Alexander Ovechkin já está por dentro do protocolo: notem a barba do rapaz.
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Da esquerda para a direita, Brooks Laich e "o quarteto fantástico" Ovechkin, Nicklas Backstrom, Sergei Fedorov e Alexander Semin.
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Nathan Horton destrói em plena Carolina do Norte e deixa a torcida dos Canes perplexa: mãozinha para os Capitals.
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Joffrey Lupul chama os Capitals pro pau: prelúdio de uma série equilibrada.
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Página publicada em 9 de abril de 2008.