Por: Thiago Leal

Esqueça a pós-temporada passada. A história tem sido cruel com o Philadelphia Flyers. Ou o Philadelphia Flyers tem sido cruel com sua história, tanto faz. Mas os Flyers vêm fazendo um começo de temporada trágico. E é bom abrir o olho, porque outubro não ganha Copa Stanley. Mas perde.

Uma breve olhada no passado

Fazendo uma pequena análise nas últimas temporadas do Philadelphia, a situação não parece ruim. Na temporada 2002/03, os Flyers chegaram à semi-final de conferência. Em 2003/04, final de Conferência, contra o Tampa Bay. Veio o locaute e uma temporada 2005/06 ruim, com eliminação na primeira rodada da pós-temporada. Mas nada que ligue o sinal de alerta do clube. O resumo citado é comum para qualquer franquia tradicional.

O problema veio com a sofrível temporada 2006/07. O time tinha Peter Forsberg... e também uma produção sofrível, que culminou com o último lugar no Leste, a troca no Dia Limite envolvendo Forsbger e todo um replanejamento para a temporada 2007/08. O Philadelphia chegou a ter uma série de dez derrotas consecutivas. Bob Clarke foi demitido do cargo de Gerente Geral em outubro, junto com o treinador Ken Hitchcock. E a franquia ficou sem capitão de fevereiro a abril. Simon Gagne liderou o time em pontos e em gols.

Aparentemente o replanejamento para a temporada seguinte quase funcionou. Quase, porque os Flyers classificados em sexto para a pós-temporada, não tiveram vida fácil. Mas a classificação veio e a pós-temporada foi surpreendente e convincente. Passar pelos Capitals na primeira rodada não foi lá grande coisa... mas bater o Montreal Canadiens, um dos favoritos, na semi-final de conferência por 4x1 realmente foi um belo feito. Passar pelo Pittsburgh Penguins já era querer demais.

O importante é que os Flyers mostraram quem realmente são, após o 2006/07 horrível que protagonizaram. Certo?

Uma breve olhada no presente

Então temos mais um mês de outubro. O daquela temporada começou com duas derrotas. Veio uma vitória sobre o New York Rangers e depois uma série de cinco derrotas. Podemos dizer que a temporada começou a acabar ali para os Flyers. Mesmo vindo séries piores depois, o começo desastroso anulou qualquer possibilidade do time sonhar com pós-temporada.

O outubro atual começa com cinco derrotas consecutivas e lanterna da Liga. E são 14 gols marcados contra 22 gols sofridos — um número ruim, mas que não chega a ser o pior na NHL.

No primeiro período do primeiro jogo da temporada, contra os Rangers, os Flyers cometeram cinco penalidades. Cederam quatro vantagens numéricas ao New York — a quinta penalidade veio por briga entre Mike Richards e Brandon Dubinsky. Tomaram quatro gols. Tomar quatro gols em quatro desvantagens numéricas é ruim. Mas pior é quando três desses quatro gols não foram através desse recurso — ou seja, os Flyers, mesmo em 5-contra-5, esteve inferior aos Rangers. Bem que o Philadelphia tentou reação. Marcou dois gols no segundo período, um no terceiro. De nada adiantou. Foi a primeira derrota. O jogo foi na Filadélfia.

Em seguida receberam os Canadiens. Seguraram a franquia canadense no primeiro período, mas no período seguinte tomaram um gol logo nos primeiros segundos. Não demoraram para virar e fechar o segundo período com vitória parcial por 2-1. Os Flyers venciam e tinham vantagem ofensiva sobre os Habs. Mas com dois minutos do terceiro período tomaram a virada. O placar estava 2-3, quando os Canadiens marcaram mais um e praticamente mataram os donos da casa. O Philadelphia ainda diminuiu, aproveitando uma vantagem numérica, mas o último gol do jogo foi do Montreal, que venceu por 5-3.

O time saiu de casa, mas não foi muito longe: Pittsburgh, para enfrentar os Penguins. Mais uma vez, seguraram uma equipe superior durante o primeiro período. Tomaram dois gols no segundo, mas empataram a partida e, após um terceiro período sem gols, levaram para prorrogação, perdendo a 10 segundos do fim do jogo.

A turnê passou por Denver, onde o Philadelphia foi destruído. Saiu do primeiro período perdendo por 2-0. Tentou reagir no segundo, 2-1. Tomou mais um gol. Outra tentativa de reação, 3-2, mas, novamente, tomou gol. No terceiro período os Avs fecharam o placar sem grandes dificuldades. Foi um jogo marcado por muitas penalidades, mas os Flyers conseguiram ser mais violentos que os Avs. Chegou a sofrer dois gols em desvantagem numérica — e marcar um.

A quinta derrota foi para o Sharks. E, bem, aqui os Flyers começaram vencendo por 2-0. Tomaram um gol dos Sharks, mas ampliaram para 3-1. Tudo caminhava bem até os Sharks empatarem o jogo. Os Flyers ainda pularam na frente novamente, sofrendo mais um empate e sendo derrotado na prorrogação. Foi mais um jogo onde o Philadelphia abusou de cometer penalidades.

No presente momento, os Flyers vêm enfrentando os Sharks de novo. E perdendo por 4-3 — tudo marcado no primeiro período.

O que mais assusta nesse time dos Flyers é que não vem jogando mal. Mas a seqüência de derrotas é preocupante. A franquia repete o que aconteceu de pior na temporada 2006/07, e ali a temporada acabou junto com outubro. Repetir esse erro é viver mais uma temporada patética. E o pior: desta vez o time nem é assim tão ruim.

O que os Flyers precisam melhorar?

Primeiramente, a equipe precisa cometer menos penalidades. Um time sempre em desvantagem numérica é, obviamente, um time instável no rinque. E é a instabilidade do Philadelphia que o impede de, por exemplo, segurar resultados ou então buscar uma reação. Nas duas últimas partidas, por exemplo, foram onze penalidades cometidas. Tudo bem que boa parte dos gols que os Flyers têm sofrido não vêm da desvantagem numérica. Mas como se conseguir uma reação com menos homens no gelo?

(E sobre aquele confronto com os Sharks... os Flyers empataram em 4—4, o jogo segue no segundo período).

A ofensividade dos Flyers é um fator preocupante. Nas três primeiras partidas, o número de chutes foi bom, apesar do time não ter conseguido a vitória — e quando você chuta mas não consegue gols o suficiente para vencer um jogo, tem coisa errada. E nas duas últimas partidas, um número absurdamente baixo, sem mesmo entrar na casa dos 20.

Então o problema dos gols não foi solucionado e a produtividade ainda caiu?

Esses são os dois pontos que, basicamente, vêm sendo responsáveis pelo péssimo rendimento do Philadelphia. A defesa obviamente tem culpa, e num time que toma 24 gols em cinco jogos (ou 28 em seis, somando com os gols daquele jogo que está em andamento), não há como não se culpar também a defesa. Mas o problema das penalidades afeta diretamente a defesa também.

Mas é estranho quando se percebe que, aparentemente, os Flyers nem têm tanto problema assim.

O grande problema é justamente os resultados. E, no final das contas, é isso que conta.

(E, quanto ao jogo... termina o segundo período. Os Flyers tomam mais um gol e vão para o intervalo perdendo por 5—4).

Thiago Leal parabeniza o Rio Comprido Rãs Amarelas pela conquista do Campeonato da Liga Brasileira de Hóquei.
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Jeff Carter comemora, mas os Flyers perdem mais um jogo: cinco derrotas consecutivas.
(18/10/2008)
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Página publicada em 22 de outubro de 2008.