NOTAS e FOTOS • Por: Humberto Fernandes e Thiago Leal

A NHL anunciou na segunda-feira as três estrelas da semana encerrada no dia 19.

O ponta-esquerda Thomas Vanek, do Buffalo Sabres, autor de seis gols e duas assistências na semana foi eleito como a primeira estrela. O Buffalo venceu três dos quatro jogos na semana e perdeu outro nos pênaltis. A evolução do atacante pode ser creditada ao treinador Lindy Ruff, que exigiu do jogador maior comprometimento defensivo. Prova disso são os dois gols em desvantagem numérica marcados na semana. O desempenho de Vanek comprova que os Sabres estavam certos quando igualaram a proposta indecente do Edmonton Oilers pela estrela da semana.

Niklas Backstrom, goleiro do Minnesota Wild, teve a segunda campanha mais impressionante no período. Backstrom venceu os três jogos que disputou, todos fora de casa, defendendo 95,2% dos chutes sofridos. Se engana quem pensa que o Wild é um time defensivamente excelente. A equipe sofreu 30,3 chutes a gol por jogo, bem mais do que chutou (26,8). O diferencial está mesmo na atuação de Backstrom, com 94,2% acumulado na temporada, e nos times especiais, que marcaram seis gols em vantagem numérica e permanecem perfeitos em desvantagem numérica.

A terceira estrela foi escolhida mais por sua façanha do que propriamente pelas atuações. O ponta-esquerda Fabian Brunnstrom marcou um hat trick em sua estréia na NHL pelo Dallas Stars, tornando-se o terceiro jogador na história da liga a marcar três gols em seu primeiro jogo oficial — o que não acontecia desde 1979. O sueco também marcou um gol em vantagem numérica em outra partida, terminando a semana com quatro tentos. Brunnstrom foi alvo de acirrada disputa entre praticamente todas as equipes da liga nos últimos meses da temporada passada e optou por jogar em Dallas.

Cem gols, duzentas assistências e trezentos pontos. Em apenas uma noite.

Sidney Crosby protagonizou um "hat trick de marcos" no sábado, ao completar três números históricos de sua carreira na goleada do Pittsburgh Penguins sobre o Toronto Maple Leafs por 4-1.

No primeiro gol dos Penguins, marcado por Pascal Dupuis, Crosby anotou sua 200.ª assistência. Mais tarde, no gol de Miroslav Satan em vantagem numérica, a nova assistência do capitão lhe rendeu o 300.º ponto de sua carreira. Não satisfeito, Crosby marcou seu 100.º gol, completando o "hat trick". Por coincidência, a assistência de Evgeni Malkin para o gol de Crosby foi o 200.º ponto da carreira do russo.

Goleada sobre os Leafs, quatro pontos de Crosby e mais quatro de Malkin e diversas marcas históricas estabelecidas na primeira vez na temporada em que os dois melhores jogadores do time atuaram juntos na primeira linha. A menos que Michel Therrien queira perder sua cabeça, é melhor repetir a dupla mais vezes. Malkin, aliás, diz não saber por que Alexander Ovechkin tenta caçá-lo no gelo em todas as partidas entre Penguins e Washington Capitals.

Foi assim na quinta-feira, 16, na vitória de virada dos Capitals por 4-3. Ovechkin passou a noite tentando acertar seu conterrâneo. E não é todo dia que se vê uma estrela impiedosamente caçando a cabeça de outra dentro do gelo, tanto que o capitão Crosby encarou o russo ao fim do jogo.

A agressividade é um ingrediente natural do estilo de jogo de Ovechkin, mas da perspectiva do Pittsburgh, isso não pode acontecer novamente. Se o camisa 8 não respeitar o status de Malkin como craque, os Penguins não podem respeitar o status de Ovechkin. Isso inclui dar um tapa no ombro do intimidador Eric Godard e dizer: "Faça o trabalho sujo."

A causa da animosidade entre os russos permanece inexplicada, embora haja suposições sobre sua origem. No duelo do dia 21 de janeiro, Malkin se esquivou de um forte tranco desferido pelo adversário, que se estabacou nas bordas, o que pode ter envergonhado Ovechkin.

Mesmo que seja esse o motivo, a atitude do craque dos Capitals não é justificável. Há dois anos, ele e Malkin foram colegas de quarto em Turim, durante os Jogos Olímpicos de Inverno. O camisa 71 inclusive declarou na temporada passada que o outro é o maior goleador da NHL.

No dia 14 de janeiro saberemos se a caçada terá continuação.

(Para mais sobre o assunto, leia o artigo de Eduardo Costa.) Desmarque todos os seus compromissos de sábado, porque será a noite do hóquei em toda a América. Todos os 30 times da liga estarão em ação e, por volta das 21h, doze jogos estarão em andamento simultaneamente.

De acordo com os nossos registros, será apenas a segunda vez depois do locaute que todos os times da NHL jogarão no mesmo dia. A primeira, inclusive, foi no retorno da liga, em outubro de 2005, após perder uma temporada inteira de hóquei.

Serão cinco confrontos entre times de mesma divisão, para ficar de olho: Pittsburgh x NY Rangers, New Jersey x Philadelphia, Ottawa x Toronto, Detroit x Chicago e Edmonton x Vancouver.

Para compensar o esforço de tantas pessoas envolvidas na realização dessa tarefa, o domingo será de folga para todos, quando nenhum jogo está marcado. A NHL está entrando em sua quarta temporada com o novo Acordo Coletivo de Trabalho, estabelecido durante o locaute.

Nesse período a liga registrou aumento em suas receitas ano após ano, o que permitiu ampliar o teto salarial das equipes. Consequentemente, os salários atingiram valores maravilhosos, na perspectiva dos jogadores. Existe a percepção de que o novo ACT favoreceu mais os atletas que os donos do dinheiro, os proprietários das equipes. Mas uma cláusula no contrato pode fazer os jogadores chiarem no decorrer da temporada.

Essa cláusula determina que 10% do salário de cada jogador deve ser recolhido em uma espécie de conta caução. Se a liga alcançar o faturamento projetado, os jogadores recebem 100% de seus salários, como na temporada passada. Caso contrário, a fatia recolhida (aproximadamente US$ 159,9 milhões) não é paga aos atletas.

O crescimento das receitas da liga nos anos anteriores é atribuído ao Canadá. As seis equipes do país são responsáveis por um terço do faturamento da NHL, graças aos apaixonados fãs do país, que acompanham seus times religiosamente. No entanto, a atual crise econômica derrubou a cotação do dólar canadense para baixo dos 90 centavos de dólar norte-americano — no ano passado, as moedas estiveram pareadas pela maior parte do tempo. Logo, o faturamento da liga deve cair.

Dependendo do tamanho da queda, os jogadores não receberão seus salários integralmente. Espere pelas reclamações.

Do outro lado, embora sejam irresponsáveis com muito dinheiro nas mãos, é impossível negar que os donos das equipes e o comissário Gary Bettman souberam se proteger de uma possível turbulência. Ponto pra eles. As novas notícias vindas da Europa indicam que as ligas européias estão se unindo para formar uma nova ordem, insatisfeitas que estão com a Federação Internacional de Hóquei no Gelo.

As federações da República Tcheca, Finlândia, Alemanha, Eslováquia, Suécia e Suíça criaram a Hóquei Europa, nome da nova organização cujo objetivo é promover a cooperação, as relações amigáveis entre as federações e a integridade das ligas e dos clubes em meio a ferrenha disputa entre a russa KHL e a norte-americana NHL.

A associação concentrará esforços em desenvolver e promover as competições de hóquei disputadas nos países-membros e em futuros novos aliados. Existe também a idéia de criar uma liga escandinava, formada pelas equipes da Suécia, Finlândia e Noruega.

Enquanto isso, na Rússia, diversas medidas foram instauradas na KHL após a morte de Alexei Cherepanov.

As equipes participantes da liga terão que proceder exames completos de saúde de seus jogadores até março de 2009. A partir de fevereiro do ano que vem os jogadores serão monitorados através de exame anti-doping. Em todos os jogos da liga haverá duas ambulâncias disponíveis e uma equipe de especialistas, incluindo cardiologista, oftalmologista e cirurgiões.

Pena que alguém teve que morrer para que medidas racionais fossem tomadas.

• Capa
• Editorial
• Faceoff
• Prorrogação
• Quase (tudo) certo
• Ódio entre (ex) camaradas
• Já viu o Stamkos?
• Os tubarões metem medo?
• A volta do pesadelo?
• O rei
• O barulho do ralo

Jerry S. Mendoza/AP "Pescadores" pode ser o apelido do New York Islanders, mas Johan Franzen aproveitou o vacilo de Henrik Lundqvist, seu compatriota, para tentar fisgá-lo na rede. (18/10/2008)

Sean Kilpatrick/CP Martin Hanzal deve estar empolgado com a proximidade da Série Mundial de Beisebol. O atacante tentou apanhar o disco no ar achando que isso eliminaria seu adversário Brian Lee num... fly puck? (17/10/2008)

Bruce Bennett/Getty Images Uns confundem com beisebol, outros com futebol americano. Paul Mara tenta parar Mike Modano com um legítimo tackle. A torcida do New York Giants gostou! (20/10/2008)

Sean Kilpatrick/CP Alguém por favor avise Marc Savard que não basta jogar pelo Boston e tentar levantar vôo em pleno gelo para se igualar a Bobby Orr. (18/10/2008)

Rick Stewart/Getty Images Momentos antes de Andrew Peters, do Buffalo Sabres, arrancar a cabeça de Darcy Hordichuck, do Vancouver Canucks. (17/10/2008)

Dale MacMillan/Getty Images A fase do Calgary Flames está tão ruim que Dustin Boyd tentou fugir da "Batalha de Alberta". Steve MacIntyre impediu a covardia. (18/10/2008)

Bruce Bennett/Getty Images Talvez Fredrik Sjostrom não saiba, mas há formas melhores do que um carrinho para se roubar o disco. (17/10/2008)

Graham Hughes/CP O sujeito de luvas azuis foi enviado pelo Toronto, para executar a única forma de parar Andrei Kostitsyn: enforcando-o. (18/10/2008)

Fotógrafo(a) desconhecido(a) Nada melhor que dormir ao lado de uma companheira muito valiosa: sua própria fortuna. Mike Commodore dá o exemplo. (o jogador não se lembra da foto, muito menos da data)